As seis questões que o Flamengo precisa resolver a uma semana do Mundial
31/01/2023 09h47Fonte O Globo
Imagem: FlamengoVitor Pereira
Ao decidir reformular o trabalho e contratar um novo treinador na virada do ano, o Flamengo assumiu riscos. Sabia que teria em menos de dois meses a decisão da Supercopa e o Mundial de Clubes, que começa daqui a uma semana com a equipe ainda em busca de uma série de ajustes por parte de Vítor Pereira.
O primeiro jogo será no dia 7 de fevereiro, às 16h (de Brasília). O time carioca irá enfrentar na semifinal o vencedor do duelo entre Wydad Casablanca e Al Hilal, na cidade de Tânger, no Marrocos. Antes, terá o Boavista, pela Taça Guanabara, nesta quarta-feira, com time misto outra vez.
1 - O que fazer sem João Gomes
A primeira pergunta feita por torcedores após o Flamengo acertar a venda de João Gomes era se Gerson conseguiria repor a saída do jovem do ponto de vista defensivo. As primeiras partidas, sobretudo a diante do Palmeiras, indicam que não. Por isso, Pereira vai precisar definir se o Coringa vai ter essa obrigação nas transições para ataque e defesa, ou se volta às soluções do Flamengo de Dorival Jr. Com João Gomes ao lado de Thiago Maia, o setor ofensivo se aproximava para combinar jogadas e procurava ficar com a bola para não precisar se desgastar tanto na marcação. Hoje, o elenco não tem um jogador exatamente com essa característica. Quem mais se aproxima é Pulgar. A diretoria sondou novamente Walace, da Udinese, mas os italianos não querem vender nesta janela.
2 - Quarteto ofensivo
O funcionamento do ataque com Éverton Ribeiro, Arrascaeta, Gabi e Pedro em 2022 se deu por uma série de fatores que até o momento não se repetiram. Pensar na manutenção dessa formação, que do ponto de vista técnico é a melhor possível para o Flamengo, requer que os quatro tenham, se não for a bola no pé, um posicionamento para evitar um jogo de "trocação", de muita correria. O cenário se viu em algumas partidas, e apesar dos bons momentos, quando ele acontece tudo estoura na defesa. O Flamengo esteve menos vulnerável quando saída para jogar a partir de seus zagueiros e construía sem tanta verticalidade, com inversões e a preocupação central de não abrir mão da bola. Assim trilhou o caminho das conquistas no ano passado, mas no fim da temporada já dava sinais de menor mobilização e encaixe.
3 - Filipe Luís ou Ayrton Lucas
Ter a bola significou, ao londo das últimas temporadas do Flamengo, ter Filipe Luís em sua melhor versão, apesar da idade avançada. O lateral de 37 anos começou o ano em recuperação de lesão e está longe da forma ideal, tanto que deu lugar a Ayrton Lucas, um jogador bem mais agudo, veloz, mas que não faz tão bem o jogo de construção por dentro, porto seguro do Flamenog em vários momentos. Ao não optar por Filipe Luís contra o Palmeiras, Vítor Pereira deu ao time mais vigor físico, mas menos posse de bola e saída organizada junto aos zagueiros. No Mundial, a tal "trocação" seria ainda mais fatal em caso de enfrentar um adversário como o Real Madrid em eventual final.
4 - Varela ou Matheuzinho
A discussão sobre a lateral direita do Flamengo parece eterna. Desde Rafinha com Jorge Jesus, o setor não consegue ter o equilíbrio ideal entre ataque e defesa. Isla, Rodinei, agora Varela e Matheuzinho alternam bons e maus momentos, muito por conta da falta de equilíbrio defensivo no geral. Vítor Pereira deu preferência ao lateral uruguaio, mas ainda não encontrou uma forma de cobertura eficiente. Com mais vigor físico no início da temporada, Matheuzinho pode ser uma solução momentânea.
5 - Parte física do elenco
Alguns jogadores se apresentaram em más condições físicas depois de férias longas e uma pré-temporada curta, com Estadual pela frente e logo os torneios mais importantes. O Flamengo tem dificuldade para colocar os jogadores nas melhores condições mesmo com o rodízio implementado por Vítor Pereira. Há sempre o dilema sempre ritmo de jogo e desgaste excessivo pela sobrecarga das partidas.
6 - Lista do Mundial sem reforços
A lista do Mundial de Clubes será conhecida em breve e já se sabe que não há solução muito além do que o treinador já testou nas primeiras partidas da temporada. É possível que alguma surpresa surja dentre os jovens que atuaram em alguns jogos do Estadual, mas a tendência é que tanto titulares como reservas sejam formados pelos 23 de maior experiência que já têm atuado desde o ano passado, acrescido de Gerson, a única contratação em 2023 já em atividade. O clube projeta a chegada de mais um nome para disputar posição até o fim da janela em abril.
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