Com Filipe LuÃs e ambiente mais leve, Flamengo vive inÃcio de ano mais otimista desde Jorge Jesus
18/03/2025 08h53Fonte O Globo
Imagem: Adriano Fontes/Flamengo
Boto e Filipe Luis após título do Flamengo.

Campeão Carioca e da Supercopa do Brasil, invicto sob o comando de Filipe Luís e com um futebol que agrada à torcida. A largada do Flamengo em 2025 é uma das melhores do clube nos últimos anos, o que deixa os rubro-negros otimistas para disputar os títulos da Libertadores, do Brasileirão e da Copa do Brasil e para fazer uma campanha competitiva no Mundial de Clubes.
O bom desempenho se reflete nos números. Com dez vitórias, dois empates e nenhuma derrota no ano, o técnico Filipe Luís tem o melhor aproveitamento no período antes do início do Campeonato Brasileiro desde 2020, com Jorge Jesus.
Na época, após o mágico ano de 2019, com os títulos da Libertadores e do Brasileirão, o português chegou a 92,5% de aproveitamento até decidir deixar o clube entre o fim do estadual e o início da competição nacional. De lá para cá, o treinador que mais havia se aproximado desse número no mesmo recorte havia sido Tite, com 86,6%, superado agora por Filipe Luís, com 88,8%. Tais números fazem o trio se destacar na comparação com os outros três técnicos que iniciaram temporada no clube no período: Rogério Ceni, Paulo Sousa e Vitor Pereira.
Imagem: Editoria de Arte
Em 2025, com Filipe Luís, Flamengo tem início de temporada próximo ao que Jorge Jesus fez em 2020.

Tanto Tite quanto Filipe pegaram o time na reta final de uma temporada e tiveram bom início no ano seguinte. O futebol apresentado pela equipe do jovem treinador, porém, tem passado mais empolgação e confiança aos torcedores. Além disso, os momentos eram bem distintos. Enquanto Filipe convive com um ambiente externo mais leve — como costuma acontecer em inícios de gestões —, neste primeiro ano de Luiz Eduardo Baptista na presidência, o ex-técnico da seleção brasileira havia pego um clube com clima pesado, vindo de uma temporada de 2023 considerada um fracasso em razão da ausência de títulos, e entrando no último ano de uma gestão de Rodolfo Landim, alvo de críticas e sem a certeza de que emplacaria um sucessor — o que realmente não ocorreu.
Com a necessidade de um título para amenizar o ambiente, Tite acabou esgarçando o elenco já no Estadual. O preço acabou sendo cobrado no restante do ano, com muitos problemas de lesão, que contribuíram para a queda nas quartas de final da Libertadores e a campanha irregular no Brasileiro. O que acarretou na demissão do treinador às vésperas das semifinais da Copa do Brasil, posteriormente conquistada justamente pelo sucessor Filipe Luís.
A moral que o ex-lateral-esquerdo, aposentado dos gramados em 2023, carrega vem não apenas pela identificação que possui com o clube e com os torcedores, mas pelos resultados entregues. O título já na temporada passada validou a aposta no profissional de 39 anos e fez a gestão de Bap e do diretor de futebol José Boto não ver outro caminho melhor senão a manutenção. Desde que assumiu a equipe, o ex-lateral-esquerdo acumula mais títulos (três) do que derrotas (uma) — nenhuma delas em 2025. Feito que volta a remeter a comparações com Jorge Jesus, que deixou o clube com cinco troféus e apenas quatro revezes.
— Cumprimos o planejamento que havíamos desenhado, mas o mais importante vem a seguir. Ganhar dá tranquilidade, satisfação. Mas o importante foi não fugir do que estava planejado, não estourar jogadores nesta altura. Isso presidiu esta fase, mas agora vem a fase mais importante — celebrou o diretor José Boto após o jogo de domingo.
Se o início de ano é considerado bom, Filipe Luís ainda contará com “reforços” internos no decorrer da temporada. Na reta final do Carioca, Alex Sandro, Michael e Juninho voltaram à ação. Todos atuaram no empate por 0 a 0 com o Fluminense no domingo, que decretou o título. A duas semanas do início do Brasileirão, o departamento médico agora tem cinco atletas: os atacantes Pedro, Bruno Henrique e Cebolinha, e os defensores Danilo e Matías Viña.
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