Com novidades previstas contra o Chile, Dorival Junior vai a 37 jogadores utilizados na seleção

09/10/2024 09h13


Fonte O Globo

Imagem: Rafael Ribeiro/CBFIgor Jesus (à direita) pode ser uma das novidades da seleção contra o Chile.(Imagem:Rafael Ribeiro/CBF)Igor Jesus (à direita) pode ser uma das novidades da seleção contra o Chile.

Com todos os convocados já à disposição, Dorival Júnior promoveu ontem, em São Paulo, o primeiro treino esboçando o time que pretende escalar contra o Chile, amanhã, em Santiago, pelas Eliminatórias à Copa de 2026. A tendência é que monte uma equipe repleta de novidades. Entre elas, dois estreantes: o lateral-esquerdo Abner Vinícius e o atacante Igor Jesus. Com os dois e o goleiro Ederson, a seleção chegará a 37 jogadores que terão entrado em campo sob o comando do técnico, há menos de um ano no cargo. Uma rotatividade que ilustra bem sua dificuldade na tentativa de encontrar um caminho para a Amarelinha.

As mudanças viraram uma constante com Dorival. Seja porque ele não ficou satisfeito com o que viu, seja por lesões. Mexidas que impedem a formação de uma base e atrapalham o entrosamento entre os jogadores — naturalmente já difícil de se obter em seleções.

Da equipe que deve ir a campo amanhã, apenas três foram titulares na estreia de Dorival (o amistoso contra a Inglaterra, em março): Danilo, Lucas Paquetá e Rodrygo. Ao lado de Bruno Guimarães, que deve começar no banco, o meia do West Ham é o único jogador que atuou em todas as dez partidas com o técnico. Os outros dois participaram de nove, assim como Vini Jr., cortado por lesão; Endrick e João Gomes, que desta vez ficou fora da convocação.

O setor que mais teve jogadores testados foi o ataque. Sem contar Igor Jesus, que ainda não fez sua estreia, 13 atacantes já vestiram a Amarelinha com Dorival. Depois do trio do Real Madrid, Raphinha, que volta após suspensão, e Savinho estão entre os que mais entraram em campo: sete vezes. Três só tiveram uma oportunidade, e saindo do banco: Galeno e Pepê, do Porto; e João Pedro, do Brighton.

Embora Endrick seja um dos que mais participaram de jogos, seu caso é diferente. Em apenas dois, o atacante ex-Palmeiras foi titular. Nos demais, saiu do banco. A maioria das vezes, para jogar apenas os minutos finais da partida.

Amanhã, isso deve ocorrer mais uma vez. Em sua busca por um centroavante, Dorival parece disposto a aproveitar a boa fase de Igor Jesus no Botafogo. Raphinha, Rodrygo e Savinho são os outros atacantes escolhidos por ele.

— Não conversamos ainda individualmente. Isso é com o Dorival. Ele é o professor e decide quem vai jogar, quem vai colocar. Estamos às vésperas do jogo e ele vai começar a montar o time, mostrar quem vai jogar — despistou Savinho, que falou sobre como o técnico procurou injetar confiança nos jogadores de ataque:

— Ele fala “faz o que quiser” e entendo mais como passar a confiança. Sei da minha responsabilidade no ataque, o que devo fazer, o que não devo fazer para gerar contra-ataque. Acho que é mais uma frase para dar confiança ao jogador. Toda fase do jogo tem seu momento de ir para cima, ir para a área, achar um passe...

O segundo setor em que Dorival mais testou jogadores foi o meio-campo. Foram nove atletas em dez confrontos. Curiosamente, João Gomes, um dos que mais atuou, agora foi preterido na convocação. Perdeu a titularidade para André, que vai para a quarta partida, e sequer mereceu a oportunidade de ficar como opção entre os reservas.

Depois de Gomes, de Bruno Guimarães e de Paquetá, os que mais atuaram foram Andreas Pereira e Douglas Luiz: sete partidas cada. Mas ambos só foram titulares uma única vez.

O meio e o ataque são justamente os setores em que Dorival Júnior mais tem encontrado dificuldades na seleção brasileira. Ele ainda não conseguiu ajeitar a criação e tampouco encontrou efetividade na frente.

Contra o Chile, o técnico deve recuar Lucas Paquetá para fazer a saída de bola com André. Raphinha, que vem se destacando na atual temporada pelo Barcelona justamente no meio, pode assumir a responsabilidade na criação. Ele ainda teria a opção de se alternar com Rodrygo, que deve ocupar a esquerda do ataque, mas também sabe exercer esta função. É a forma encontrada para tentar “acelerar o processo” da seleção, necessidade que o treinador admite ter diante da pressão por resultados.

Jogadores utilizados por Dorival Junior na seleção:

Goleiros:
Alisson (8 jogos) e Bento (2);
Laterais: Danilo (9 jogos), Wendell (6), Guilherme Arana (5) e Yan Couto (2);
Zagueiros: Marquinhos (7 jogos), Eder Militão (5), Beraldo (3), Gabriel Magalhães (3), Fabrício Bruno (2) e Bremer (2);
Meio-campistas: Lucas Paquetá (10 jogos), Bruno Guimarães (10), João Gomes (9), Andreas Pereira (7), Douglas Luiz (7), André (3), Gerson (2), Éderson (2) e Pablo Maia (1);
Atacantes: Rodrygo (9 jogos), Vini Jr (9), Endrick (9), Raphinha (7), Savinho (7), Gabriel Martinelli (4), Luiz Henrique (2), Estêvão (2), Evanilson (2), Lucas Moura (2), João Pedro (1), Pepê (1) e Galeno (1).

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