Como amistoso da Seleção e o City ajudam a explicar o Fla de Tite
04/05/2024 11h43Fonte O Globo
Imagem: Guito MoretoTite em ação no comando do Flamengo.
Entre as principais críticas direcionadas ao Flamengo, que volta a campo hoje, às 18h30, contra o Bragantino, pelo Brasileirão, uma delas é antiga quando o assunto é a forma de jogar adotada por Tite: a rigidez posicional dos homens do meio para frente, o que deixa o time estático e previsível. Conhecido por montar fortes defesas, o treinador carrega, desde os tempos de seleção, a fama de ser intransigente em relação ao seu modelo tático preferido, baseado naquele que é mundialmente conhecido como “jogo posicional”.
Mas esse nem sempre foi o estilo de jogo favorito de Tite. Há, inclusive, na carreira do treinador, um ponto de partida bem específico para essa forma de atuar.
Em novembro de 2017, o Brasil, sob o comando do técnico gaúcho, empatou em 0 a 0 com a Inglaterra, em Wembley, num jogo em que teve muito a bola — 66% contra 34% —, mas pouco levou perigo. Foram apenas três chutes a gol. Mesmo com uma escalação bem ofensiva e que prezava pela ampla movimentação dos homens de ataque, o time não conseguiu furar a linha de cinco da Inglaterra. A partir dali, Tite acreditou que a melhor forma de quebrar retrancas seria construir as jogadas para potencializar o um contra um dos pontas.
— O Tite entendeu que a seleção enfrentaria aquele cenário muitas vezes e que um modelo posicional seria mais adequado para este tipo de jogo — explica Carlos Eduardo Mansur, colunista do GLOBO e comentarista do SporTV.
Referência no city
Um dos treinadores mais populares e bem sucedidos dentro desse modelo de jogo posicional é Pep Guardiola. No Manchester City desde 2016, o espanhol virou referência pela capacidade de montar equipes equilibradas, e que, com movimentos quase automáticos, sofrem pouco defensivamente e são ofensivamente capazes de furar fortes sistemas defensivos. Tite começou a se espelhar no estilo de Guardiola. E é também a partir desse modelo que o treinador tenta colocar seu DNA no Flamengo desde a sua chegada, em outubro de 2023.
A ideia tem sido focar as construções ofensivas na tentativa de encontrar os pontas abertos para encarar os defensores no um contra um para finalizar ou achar os companheiros dentro da área. O gol de Luiz Araújo contra o São Paulo é um exemplo. Para isso, a equipe usa meias que consigam flutuar entre as linhas de marcação adversária, no caso De La Cruz e Arrascaeta.
Mudança tática
Porém, talvez pela previsibilidade das jogadas, ou pela falta de jogadores com características que maximizem esse estilo de jogo, o esquema não tem dado certo no Flamengo. Entrou também no foco das críticas a falta de iniciativa do treinador em tentar algo novo taticamente, para fazer com que o time consiga apresentar melhor movimentação para triangular, encontrar os espaços e ter melhor desempenho ofensivo.
Esta mudança pode ocorrer hoje. Contra o Bragantino, existe a possibilidade de que Tite tente uma escalação diferente taticamente. Na troca do tradicional 4-3-3 por um 4-4-2, Luiz Araújo deixaria os titulares para a entrada de Igor Jesus no meio. Bruno Henrique e Pedro fariam a dupla de ataque. Na defesa, Fabrício Bruno e Varela podem ser poupados para as entradas de Léo Ortiz e Wesley.
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