De reserva a santo: veja como foi o processo de canonização do Ãdolo Marcos no Palmeiras de 1999
27/05/2020 15h39Fonte Globoesporte.com
Marcos foi inscrito pelo Palmeiras na Libertadores de 1999 com a camisa 12, quando o número ainda era uma indicação para goleiro reserva. Mas foi naquela competição que tudo mudou para o jogador, para a simbologia da numeração e para o clube durante a vitoriosa campanha, consagrada com uma emocionante vitória nos pênaltis sobre o colombiano Deportivo Cali na final.A Globo reprisa Palmeiras x Deportivo Cali neste domingo, às 16h, para os estados de SP, MT, MS, SE, SC e PA. O GloboEsporte.com também mostra a partida, com sinal liberado para todo o Brasil. Veja aqui toda a campanha do Verdão em vídeos.
Velloso era o titular do Verdão à época. Disputou quatro jogos da fase de grupos antes de se machucar e abrir espaço para Marcos se tornar "santo". O camisa 12 venceu a disputa com Sérgio e foi escolhido por Felipão para ser o goleiro no restante do torneio. Deu certo!
A estreia foi com derrota para o Corinthians, ainda na fase de grupos, mas o rival alvinegro está longe de trazer más recordações ao atleta na Libertadores. Muito pelo contrário.
Imagem: Marcos Mendes / Estadão ConteúdoMarcos, do Palmeiras, comemora vitória contra o Corinthians na Libertadores de 1999.
Depois de eliminar o Vasco nas oitavas de final, o Verdão enfrentou novamente o Corinthians, agora valendo uma vaga na semifinal. Com atuação perfeita na vitória palmeirense por 2 a 0 no jogo de ida, o goleiro começou a ser chamado de São Marcos.
– Era um apelido que me incomodava muito no começo. Até porque muitos torcedores começaram a achar que eu tinha de resolver em todos os jogos. Já fui cobrado até por ter tomado um gol de pênalti. Isso jogava uma carga nas minhas costas muito grande – falou Marcos, em 2014.
– O Carlos Pracidelli (preparador de goleiros) falava muito para eu esquecer tudo e fazer meu jogo porque eu queria entrar em campo fazendo tudo, ser zagueiro, jogar na sobra... Tudo por causa da responsabilidade que o pessoal colocou em mim – completou o ex-goleiro.
No jogo de volta, a derrota por 2 a 0 levou a decisão da vaga para os pênaltis. E Marcos brilhou ao defender a cobrança de Vampeta e ainda ver Dinei acertar o travessão. Verdão classificado!
Na semifinal, o Palmeiras voltou da Argentina com uma derrota por 1 a 0 para o River Plate, no primeiro jogo. O resultado teve mais uma vez participação direta de Marcos, responsável por ótimas defesas.
– Eu fui muito bem contra o River lá na Argentina, contra o Corinthians por ter classificado nos pênaltis, mas o mais especial foi a final. Tive bastante trabalho no primeiro jogo contra o Deportivo Cali. Mas na hora em que o pênalti do Zapata foi para fora, se não tivesse fosso eu ia mergulhar no meio da torcida – contou Marcos.
As finais contra o Deportivo Cali foram marcadas por emoção e boas defesas de Marcos, principalmente no jogo disputado na Colômbia. No segundo jogo, no antigo estádio Palestra Italia, ele foi decisivo ao evitar que Bonilla abrisse o placar no primeiro tempo.
Nas cobranças de pênaltis, o ídolo palmeirense contou com a sorte e não precisou fazer nenhuma defesa para o Palmeiras confirmar o título: Bedoya acertou a trave, e Zapata chutou para fora. Eleito o melhor da Libertadores de 1999, Marcos sempre dividiu os méritos com os companheiros
– O time era muito bom. O goleiro é muito dependente da equipe. Se você estiver jogando em um time ruim, não vai ganhar mesmo. Numa equipe boa a condição é grande, e o nosso time da Libertadores me deu essa condição. Eu entrei e não era uma estrela, era coadjuvante. Só fiz a minha parte e só ganhamos porque o time era forte – recordou.
Em 2019, em comemoração aos 20 anos da conquista da Libertadores de 1999, o Palmeiras organizou uma homenagem aos campeões. A camisa utilizada por Marcos, e eternizada na comemoração do título, teve um modelo semelhante relançado pela Puma no ano passado.