Do Vasco ao Real Madrid: Seleção tem ataque dominado por um só clube pela primeira vez no século

10/09/2024 08h40


Fonte ge

Imagem: Joilson Marconne/CBFEndrick, Vini Jr e Rodrygo juntos pela Seleção, em 2023.(Imagem:Joilson Marconne/CBF)Endrick, Vini Jr e Rodrygo juntos pela Seleção, em 2023.

O ataque da seleção mais vencedora do futebol mundial dominado por jogadores de um único clube. Um feito raro, que acontecerá pela primeira vez no século na noite desta terça-feira, quando o Brasil enfrentará o Paraguai com uma linha ofensiva titular composta por três jovens talentos do Real Madrid: Rodrygo, Endrick e Vini Júnior.

O trio convive na Seleção desde 2023 e chegou a jogar poucos minutos no decorrer de dois amistosos da Seleção neste ano (contra Espanha e Estados Unidos), mas somente agora terá a oportunidade de iniciar um jogo - algo que ainda não aconteceu no Real Madrid.

Embora incomum, a hegemonia de um clube no comando de ataque da Seleção não é um feito inédito. A última vez aconteceu em 2000, quando o Brasil contou com um quarteto ofensivo do Vasco: Juninho Paulista, Juninho Pernambucano, Euller e Romário.

Vivendo grande fase naquela época pelo Cruz-Maltino, os quatro foram escolhidos pelo técnico Candinho para iniciarem a partida contra a Venezuela, fora de casa, pelas Eliminatórias, e encantaram não apenas os vascaínos, mas também os torcedores de outros clubes. Euller, Juninho Paulista e Romário (quatro vezes!) marcaram e comandaram a goleada brasileira por 6 a 0.

Em 2012, o Brasil também teve três jogadores de frente de um mesmo clube, mas dois eram meias: Lucas, Jadson e Luis Fabiano, do São Paulo, foram titulares em Superclássico contra a Argentina, com a companhia de Neymar, na época no Santos.

Décadas antes, aí sim o Tricolor paulista formou um ataque "puro sangue" na equipe canarinho. Foi em 1986, com Sidney, Careca e Muller, contra a Alemanha Ocidental.

O levantamento da reportagem do ge contou com o auxílio do historiador inglês Dennis Woods, que se dedica a catalogar e pesquisar dados históricos da seleção brasileira.

A hora de Endrick

A partida contra o Paraguai será a segunda de Endrick como titular da Seleção. A primeira foi diante do Uruguai, no duelo que marcou a eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa América, em julho. Naquela ocasião, Vini Júnior estava suspenso.

O trio junto com Rodrygo e Vini Jr chegou a ser esboçado em treino antes da partida contra o Equador, mas o técnico Dorival Júnior optou pela entrada de Luiz Henrique no lugar do jovem de 18 anos.

– Era uma possibilidade que existia já para a primeira partida, não aconteceu, mas senti muita falta de um homem um pouco mais centralizado e que busque atacar os espaços da última linha adversária. O Endrick tem essa característica, precisa de adaptação, mas é quem mais se aproxima desta função – explicou Dorival.

– Do Rodrygo, a última coisa que eu quero é que ele seja referência, porque não tem essa característica. A mobilidade que ele tem no Real, a inteligência, a infiltração, é tudo que que quero que ele faça na Seleção e possa executar movimentos sem a necessidade de cumprir um tipo de função. Para que ele possa usar o que tem de melhor, como vinha jogando com Vini e Bellingham na frente ajudando na recomposição da sua equipe. Eles têm liberdade no meio para frente, foi isso que propusemos quando colocamos os dois mais próximos. Com Endrick, ele abre um pouco mais para ser posicional com liberdade de movimentação – completou o treinador.

O Brasil é o quarto colocado das Eliminatórias com 10 pontos, oito a menos do que a líder Argentina. O Paraguai está no sétimo lugar, com seis.

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Tópicos: brasil, clube, partida