Em ofício à CBF, clubes pedem que Chape não seja rebaixada por 3 anos

02/12/2016 17h17


Fonte globoesporte.com

Imagem: REUTERS/Paulo WhitakerClique para ampliarClubes querem que Chapecoense fique imune ao rebaixamento.(Imagem:REUTERS/Paulo Whitaker)Clubes querem que Chapecoense fique imune ao rebaixamento.

Clubes como Botafogo, Fluminense, Internacional, Palmeiras, Portuguesa, Santos e São Paulo enviaram um ofício à CBF pedindo que a Chapecoense seja protegida de um eventual rebaixamento no Campeonato Brasileiro pelos próximos três anos (até 2019). A reportagem do GloboEsporte.com está apurando se outros clubes das Séries A, B, C e D vão aderir ao movimento. Tão logo seja confirmada a adesão, atualizaremos este texto.

O documento enviado pelos clubes à CBF, publicado pelo portal Uol, fala em "proposta de alteração no Regulamento Específico da Competição" (REC) do Campeonato Brasileiro de 2017, 2018 e 2019. O ofício salienta que, como seria conhecida de antemão por todos os clubes a questão da Chapecoense, a mudança no regulamento não violaria a necessidade de critérios técnicos de acesso e descenso, prevista no Estatuto do Torcedor.

Atualmente, a Chape conta com apenas dez atletas. O clube torce para que a proposta de imunidade ao rebaixamento seja aprovada.

O Flamengo informa que não foi procurado, ouvido e não assinou esse documento. Ele não passou pelo clube.

Eurico Miranda, presidente do Vasco, recém-promovido de volta à Série A, também vai assinar o ofício pedindo para que a Chapecoense seja protegida do rebaixamento – ele já havia assinado um primeiro manifesto.

Carlos Eduardo Pereira, presidente do Botafogo, é um dos que lideram o movimento de apoio para que a Chapecoense seja protegida do rebaixamento:

– O Botafogo é um dos proponentes da iniciativa e está inteiramente de acordo. É mais do que justo que o clube possa se recuperar. O que nós pudermos fazer para ajudar, nós faremos – disse Pereira.

O Cruzeiro é a favor de que a Chapecoense não seja rebaixada pelos próximos três anos. O Conselho do América-MG se reúne na tarde desta sexta e vai analisar essa proposta entre outros assuntos. O Atlético-MG concorda que a Chapecoense não seja rebaixada nos próximos três anos, mas defende uma reunião para a discussão e formalização dessa proposta em outro momento.

O Corinthians se mostra favorável à medida e deve assinar o ofício. A posição oficial do clube alvinegro deve ser confirmada ainda nesta sexta-feira. A Ponte Preta, outro clube paulista na elite do futebol brasileiro, diz "não ter nenhum posicionamento a respeito sobre o assunto". O Guarani, recém-promovido à Série B, é a favor da medida de proteção à Chapecoense.

O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, disse que vai avaliar o assunto com o Conselho de Administração do clube antes de tomar qualquer medida. O presidente do Juventude (recém-promovido à Série B), Roberto Tonietto, diz que "não tem objeções" ao pedido de não rebaixamento, mas também afirma que não foi consultado para dar posição. Reforça, também, que ainda é cedo para tomar esse tipo de decisão. No Brasil de Pelotas, também da Série B, o vice de futebol, Claudio Montanelli, disse que não tem posição oficial da diretoria, mas que acredita, até pelo próprio acidente, em 2009, que o clube será favorável ao não rebaixamento.

O Coritiba é a favor a proposta de que a Chapecoense não seja rebaixada pelos próximos três anos. Foi o primeiro clube paranaense a aderir à medida, ainda na terça-feira. O presidente do Atlético-PR, Luiz Sallim Emed, disse que "não é momento de falar sobre isso, misturar as coisas, mas alguma medida, sim, tem de sr tomada".

Bahia e Vitória têm a mesma posição: de que não é momento de se pensar nessas questões e que deve haver uma reunião entre clubes e CBF para discutir o caso.

A posição dos clubes goianos é divergente. O Goiás se mostra favorável à medida de proteção da Chapecoense. Atlético-GO e Vila Nova são contra.

– Nós não concordamos (com o pedido). É um momento muito triste, a gente fica emocionado porque conhece todo mundo. Estamos sempre viajando. Mas não acredito que seja o melhor caminho – disse Adson Batista, diretor de futebol do Atlético-GO.

– Entendo que não é por esse caminho. Acho que a própria Chapecoense não quer. Tenho certeza que pela estrutura e pelo modelo de gestão da Chapecoense, que é um exemplo para todos nós, eles vão conseguir se reerguer – disse Ecival Martins, presidente do Vila Nova.

No futebol cearense, Ceará e Fortaleza se dizem "totalmente a favor" da medida de proteger a Chapecoense, assim como o Guarani de Juazeiro e o Uniclinic (ambos da Série D).

A assessoria de imprensa do Figueirense informou que o clube não enviou qualquer ofício e que vai se reunir nos próximos dias para definir as melhores medidas diante da tragédia. O Avaí, por meio de seu presidente, Francisco José Batistotti, afirmou entender um ano de imunidade à Chapecoense é uma medida mais adequada.

– Temos que debater. Existe uma comoção, e é preciso debater. A Chapecoense é estruturada, de uma cidade forte economicamente, e pode reagir. A regra diz que caem quatro. O mais correto, eu concordo, é que para o ano de 2017 não caia. Se ela ficar entre os quatro rebaixados, que caiam três e subam três – afirmou o dirigente do Avaí.

Em Pernambuco, o Santa Cruz informou não se opõe à ideia, e será favorável à decisão da maioria. O executivo de futebol do Sport, André Zanotta, vê a atitude dos clubes como louvável, e sugere um estudo mais profundo para determinar o tempo de imunidade à Chapecoense.

– Acho louvável a atitude dos clubes em proporem isso. A Chapecoense, de fato, tem de se reestruturar depois dessa tragédia, remontar um elenco, que não é fácil. Porém, quanto ao prazo, não sei ao certo se três anos são suficientes ou se seria melhor menos. Não sei. Teria de haver um pouco mais de estudo – disse o diretor.

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Tópicos: futebol, clubes, chapecoense