Empate traz fantasmas do passado à tona, mas Botafogo está mais preparado para lidar com adversidade
19/10/2024 10h35Fonte ge
O cenário parecia um filme repetido: Botafogo abriu o placar no fim do jogo e tudo se desenrolava para uma vitória épica. Na saída de bola, uma desatenção do sistema defensivo gera o gol de empate do time rival no lance seguinte. Pode parecer o roteiro da partida contra o Coritiba, em 2023, mas é o 1 a 1 diante do Criciúma, nesta sexta-feira, pela 30ª rodada do Brasileirão.Apesar da sinopse do livro ser bem parecida, o contexto é totalmente diferente: ao contrário do ano passado, o time comandado por Artur Jorge não dá sinais de que está entregue. Muito pelo contrário.
A equipe até correu atrás nos poucos minutos que restavam no jogo após o gol de Felipe Vizeu para tentar a vitória - algo impensável no passado. Rodrigo, goleiro do Criciúma, salvou cabeçada de Tiquinho Soares em defesa milagrosa. No rebote, Barboza chegou a marcar, mas a bola havia batido na mão do zagueiro antes e o gol fora invalidado.
Questionamentos sobre o tenebroso ano passado consequentemente virão à tona - o cenário, como citado antes, é parecido -, mas o Botafogo de 2024 é um time mais coeso dentro e fora de campo. As declarações após a partida são um indicativo disto.
- Essa é uma pergunta estúpida. Você tem que perguntar, está ok, mas não há um fio de pensamento assim no vestiário. Os garotos não pensam nisso (2023) - afirmou Textor.
- Não estava aqui no ano passado, então não posso falar. Não gosto de perder nem de empatar. Quero ganhar sempre. O time do Botafogo é a mesma coisa. Todo mundo ficou muito p... hoje pelo resultado. Todo mundo falha, todo mundo está mal hoje. Vamos treinar agora pensando obviamente na Libertadores - analisou Alexander Barboza.
Imagem: Vítor Silva/BotafogoTime posado do Botafogo contra o Criciúma.
Dificuldades se repetem
Em campo, o Botafogo novamente suou para assustar uma equipe que se portou em bloco baixo no gramado. O Criciúma, por vezes, defendeu com seis jogadores na primeira linha de marcação e o Alvinegro não teve resposta para criar ataques perigosos - principalmente no primeiro tempo.
O Alvinegro foi dono da posse, mas nem sempre foi dono das ações efetivas da partida. O time teve dificuldade de criar chances reais e furar o bloqueio aurinegro.
O cenário foi parecido com a partida contra o Grêmio, em Brasília. O time passou muito tempo com toques para o lado que não geraram perigo. Diante da encaixotada marcação, Savarino e Almada pouco criaram e muito da criatividade ficou nos pés de Marlon Freitas, que até deu bons lançamentos na tentativa de bagunçar a defesa.
Outro ponto negativo foi a atuação abaixo dos laterais. Tanto Vitinho e Carlos Alberto, na direita, quanto Alex Telles, na esquerda, não estiveram em noites inspiradas no sentido de cruzamentos e bolas alçadas na direção da área.
Mesmo diante deste cenário, o Botafogo abriu o placar no fim com Tiquinho Soares. A êxtase que parecia reinar no Maracanã durou apenas 51 segundos, tempo que demorou para Felipe Vizeu empatar após desatenção coletiva da defesa.
- Diria que era um gol perfeitamente evitável. Tivemos um erro individual, de avaliação, inadmissível para uma equipe que luta pelos três pontos e que precisa deles para seguimento a sua campanha. Vou reservar a minha avaliação e o que eu tenho que falar com meus jogadores - afirmou Artur Jorge.
Com o resultado, o Botafogo chega a 61 pontos e se mantém na liderança mesmo se o Palmeiras vencer o jogo contra o Juventude no domingo. Agora, o Glorioso volta suas atenções para a Libertadores. Na quarta (23), a equipe recebe o Peñarol-URU pelo jogo de ida da semifinal, no Estádio Nilton Santos.
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