Ex-técnico do Figueirense, Hemerson Maria se solidariza com elenco após W.O.

21/08/2019 15h11


Fonte Globoesporte.com

A vitória do Botafogo-SP sobre o Londrina não foi o único assunto analisado por Hemerson Maria em entrevista coletiva na noite da última terça-feira. O comandante também falou do W.O. do Figueirense e se posicionou a favor do elenco alvinegro pela atitude tomada na 17ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

O ex-técnico da equipe catarinense falou com propriedade do tema. Afinal, deixou o Furacão por estar cansado das promessas não cumpridas pela atual diretoria. Na ocasião, afirmou que poderia voltar ao Figueirense se houver mudança de gestão, porém, não trabalha mais com o presidente da Elephant, Cláudio Honigman.
Imagem: Raul Ramos/Agência BotafogoHemerson Maria iniciou o ano no Figueirense.(Imagem:Raul Ramos/Agência Botafogo)Hemerson Maria iniciou o ano no Figueirense.

– É um assunto bastante delicado. Não era liderança do treinador, não era uma atleta, não era dirigente, ninguém. É um grupo muito fechado. Cerca de 33 atletas e o sub-23, muitos jovens, mas com muita personalidade. No Figueirense não é um simples atraso de salário, de carteira de trabalho, de CLT. Olha o que eu vou falar. Todos os treinadores de 2017 para cá que saíram do Figueirense não receberam. Todos. Tem uma pessoa aqui na sala que não recebeu também, que trabalhou o Figueirense e não recebeu. É um acúmulo de ações judiciais que vai levar o clube para o buraco.

Aos jornalistas, Hemerson Maria expôs a situação do clube.

– Quando eu saí, conversei com dirigentes, disse que os jogadores estão mobilizados. O W.O. já era para acontecer contra o Vitória. Jogamos contra o Criciúma, não houve treinamento no domingo, não houve na segunda e eu chamei presidente e falei: "Estou saindo daqui, me sacrificando, para chamar atenção e para que não aconteça W.O. Mais cedo ou mais tarde vai acontecer". Foi o que aconteceu. Nunca aconteceu isso na Série B. Um clube centenário, militante de Série A, na base campeão de Copa São Paulo, revelou Filipe Luís, Roberto Firmino, Lucas que está aqui e tantos outros jogadores. É um dia triste, mas não pode ser tudo colocado na conta dos atletas, mas nas pessoas que comandam o clube. Tenho que me solidarizar aos atletas e dizer que os maiores responsáveis não estão aparecendo neste momento. Não pode ser colocado na conta dos atletas.

Entenda a crise do Figueirense
O direito de imagem do elenco não é pago desde maio, enquanto o mês de julho, referente ao vencimento em carteira, também está pendente. Há, ainda, o não recolhimento de FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Denis conseguiu a rescisão indireta com o Figueirense no início do mês por este motivo. Dias depois, o clube derrubou a liminar concedida ao goleiro.

Uma notificação extrajudicial, assinada por 31 jogadores, foi enviada ao presidente da Elephant (gestora do futebol do clube), Cláudio Honigman, no domingo. Nela, o elenco manifestou a intenção de não treinar ou jogar até que os acertos sejam realizados. O clube, por outro lado, trata a paralisação como "falta ao trabalho".

Pelas redes sociais, os atletas se manifestaram. Na sexta, foi postada a imagem do escudo do Figueirense num fundo preto e a frase: "Paramos hoje, pela sobrevivência do amanhã". No dia seguinte, a mensagem relatou pressão e ameaça da diretoria para a retomada dos treinamentos. Além disso, todos colocaram a frase "somos todos líderes".

Em julho, o elenco ficou sem treinar por alguns dias pelo mesmo motivo. Na ocasião, o presidente prometeu quitar as pendências financeiras. A promessa evitou a possibilidade de W.O. diante do Vitória. Em seguida, a Elephant assinou um termo de compromisso com o Conselho Deliberativo do clube, garantindo que os atrasos iriam acabar. O aditivo no contrato não teve os termos divulgados.

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