Grêmio x Flamengo: quem leva a melhor em mata-matas no século 21? Veja históricos de cada time
01/10/2019 15h22Fonte Globoesporte.com
Imagem: Infoesporte
A Taça Libertadores chega às semifinais com gente graúda na briga pelo título: de um lado, Boca Juniors e River Plate; na outra chave, Grêmio e Flamengo. Antes de pensar nos tradicionais argentinos, os brasileiros medirão forças em duas partidas, e o histórico do século 21 não dá pistas quanto ao favorito. O primeiro duelo será nesta quarta-feira, às 21h30 (de Brasília), na Arena do Grêmio.
O Flamengo tem bons números em mata-mata e não vacila quando vê chance de chegar a uma decisão. O Grêmio rateou entre 2002 e 2015, mas levantou três troféus de relevância nacional e internacional de 2016 para cá. Mas, e contra os argentinos? Como cada um deles se viraria numa possível final, segundo o retrospecto recente? Veja abaixo tudo sobre a semifinal brasuca - e também projeções da final, já que o duelo Brasil x Argentina está garantido - da Libertadores 2019.
A pesquisa abaixo tem por base APENAS fases mata-mata de todas as competições oficiais nacionais e internacionais do século 21 envolvendo equipes brasileiras. Os torneios inclusos no levantamento são: Campeonato Brasileiro (2001-02), Copa do Brasil (2001-19), Copa dos Campeões (2001-02), Copa Mercosul (2001), Copa Sul-Americana (2003-19), Mundial de Clubes (2005/06/10/11/12/13/17), Recopa Sul-Americana (2006/07/09/11/12/13/14/17/18/19) e Taça Libertadores (2001-19).
Grêmio: o despertar do papa-títulos
O século 21 começou muito bem, mas pregou uma peça no torcedor gremista. O título da Copa do Brasil de 2001 deu a falsa impressão de que as glórias viriam em série no novo milênio. No entanto, foi preciso enfrentar uma fila de 15 anos para levantar outra taça de nível nacional. A Copa do Brasil de 2016, vencida já sob a batuta de Renato Portaluppi, recolocou o time no caminho das conquistas. Vieram ainda a Libertadores em 2017 e a Recopa Sul-Americana 2018. O Grêmio conquistou o respeito dos rivais por seus recentes troféus.
A época de vacas magras, no entanto, pesa no retrospecto total dos gaúchos em semifinais do século 21. Em 15 confrontos, diluídos em 29 partidas, o Tricolor obteve apenas cinco classificações, tendo sido eliminado em dez oportunidades. O baixo aproveitamento (33,3%) é compensado pelo que foi conquistado quando o clube avançou às finais: três títulos e dois vice-campeonatos. Houve ainda um título sem necessidade de disputa de semifinal, na Recopa Sul-Americana vencida diante do Independiente. Os dois vice-campeonatos foram para Boca Juniors, na Libertadores 2007, e Real Madrid, no Mundial de Clubes 2017.
Quando analisados todos os 171 jogos do Imortal em fases mata-mata no século 21, o desempenho mostra um Grêmio com leve vantagem sobre os rivais. Foram 92 vitórias, 35 empates e 44 derrotas neste sistema de disputa, com 61% de aproveitamento - se aplicássemos a relação pontos em disputa/pontos ganhos. Dos 89 confrontos, os gaúchos tiveram 56 classificações e 27 eliminações. O Grêmio levou a melhor em 67,4% dos confrontos.
Flamengo: a potência das semifinais
Apontado por Renato Gaúcho como favorito do duelo, o Flamengo tem o retrospecto nas semifinais no século 21 a seu favor. Foram 11 confrontos, destrinchados em 21 partidas, com oito classificações à final e apenas três eliminações. O Rubro-Negro levou a melhor em 72,7% dos duelos nesta fase de disputa. Na única semifinal diante do Grêmio no século, os cariocas avançaram. Na Mercosul de 2001, o Fla foi à final com vitória por 4 a 2 nos pênaltis, após empates em 2 a 2 e 0 a 0.
Nos últimos dois anos, o time carioca frequentou as semifinais da Copa do Brasil de 2017 e 2018, além da semi da Sul-Americana 2017. O Flamengo só não avançou à final no ano passado, quando foi eliminado pelo Corinthians na Copa do Brasil. Diante de Botafogo e Junior Barranquilla, o Rubro-Negro foi soberano e conseguiu chegar à decisão.
No geral, o desempenho do Flamengo em fases mata-mata no século 21 é positivo. Com 61% de aproveitamento, o Rubro-Negro venceu 92 jogos, empatou 35 e perdeu 44 partidas. O ataque que mais balança as redes no Brasil em 2019, com 100 gols, também carrega retrospecto de artilharia pesada em mata-matas: foram 246 gols marcados e 155 sofridos em 171 jogos.
Nas oito finais em mata-mata disputadas neste milênio, o Flamengo levantou o caneco em três: Copa dos Campeões 2001 e Copas do Brasil 2006 e 2013. Houve ainda cinco vices, sendo um da Copa Mercosul 2011, outro da Copa Sul-Americana 2017 e ainda três em Copas do Brasil (2003, 2004 e 2017).
Grêmio e Flamengo contra times argentinos
A final da Libertadores será Brasil x Argentina. Para o Grêmio, disputar um jogo mata-mata contra os hermanos não traz exatamente más recordações. O mesmo, porém, não se aplica ao Flamengo, apesar dos poucos duelos recentes. Os cariocas enfrentaram Independiente e San Lorenzo. Na Mercosul de 2001, o Fla enfrentou o Independiente nas quartas de final e avançou de fase até enfrentar outro argentino na final. Desta vez, o San Lorenzo se deu melhor na decisão e conquistou o título.
O outro confronto aconteceu 16 anos depois, na final da Sul-Americana. E novamente o Flamengo perdeu o título para um argentino: o Independiente. No total, o Rubro-Negro levou a melhor em apenas 33,3% dos confrontos. Caso avance à decisão, o Flamengo enfrentará Boca Juniors ou River Plate pela primeira vez em mata-mata neste século.
O Grêmio teve mais embates contra argentinos. E, diferentemente do desempenho negativo rubro-negro, os gaúchos levaram a melhor em 63,6% dos 11 confrontos. O histórico recente em finais também é animador. O Tricolor foi campeão da Libertadores de 2017 sobre o Lanús e da Recopa de 2018 sobre o Independiente.
Caso enfrente o Boca Juniors, o Imortal terá a chance de uma revanche após o vice da Libertadores de 2007. Naquele ano, os Xeneizes foram soberanos e ganharam a decisão com placar agregado de 5 a 0. Esta foi a única vez que o Boca pegou o Grêmio em mata-mata neste século.
O River Plate cruzou o caminho gremista duas vezes. Nos duelos, cada um se deu bem uma vez. Nas oitavas da Libertadores de 2002, o Tricolor venceu os dois jogos e avançou de fase. Ano passado, os dois times protagonizaram uma das semifinais da Libertadores e, desta vez, o River Plate se deu melhor.
É melhor (ou menos pior) pegar Boca ou River?
Em termos históricos apenas, o Boca Juniors é o grande bicho-papão de brasileiros no mata-mata. Foram 19 confrontos deste tipo no século 21 e apenas quatro quedas para brasucas. O Boca levou a melhor em 79% dos duelos. No total, foram 38 jogos, com 19 vitórias para os argentinos, 12 empates e 7 vitórias para os brasileiros.
Já o River Plate não tem uma soberania tão grande, mas leva vantagem. O time caiu para os brasileiros em apenas quatro oportunidades nos 13 duelos deste século. O River Plate se deu melhor em 69% dos confrontos. Apesar de ter mais derrotas que vitórias, o River é copeiro contra os brasileiros e acumula vitórias fora de casa, aproveitamento sobretudo o regulamento do gol qualificado.
Os dois maiores clubes da Argentina tiveram seu tira-teima pessoal ano passado, e os comandados de Marcelo Gallardo foram campeões da Libertadores no jogo de volta no Santiago Bernabéu, na Espanha - por conta de vandalismo e violência dos torcedores antes da partida de ida, em Buenos Aires. E agora, nas semifinais, quem passa para encarar o time brasileiro?
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