Palmeiras pede exclusão, multa e portões fechados como punição ao Cerro por caso de racismo

08/03/2025 09h56


Fonte ge

Imagem: CONMEBOL/REPRODUÇÃOJogadores do Palmeiras sub-20 são vítimas de racismo no Paraguai.(Imagem:CONMEBOL/REPRODUÇÃO)Jogadores do Palmeiras sub-20 são vítimas de racismo no Paraguai.

O Palmeiras protocolou à Conmebol nesta sexta-feira o pedido de exclusão do Cerro Porteño, entre outras sanções descritas no documento de 14 páginas, formulado pelo clube após o caso de racismo contra Luighi e o time alviverde na Libertadores Sub-20.

O Alviverde aponta descumprimento do Cerro aos princípios de conduta e entende que o clube deve ser submetido às penas de multa e portões fechados durante o restante da competição, além de ter feito a requisição de desclassificação imediata do time.

Os pedidos requeridos pelo Palmeiras à Conmebol foram:

  1. Que o Cerro Porteño seja punido preventivamente para atuar sem torcida durante a competição.
  2. Que o Cerro Porteño seja responsabilizado pelos atos praticados por seus torcedores.
  3. Que o Cerro Porteño seja responsabilizado por não ter observado as normas e princípios de conduta do Código Disciplinar da Conmebol e do Código de Ética.
  4. Para além das sanções anteriores, requer a aplicação de multa ao Cerro Porteño no patamar de 400 mil dólares devido à reincidência.
  5. Que o Cerro Porteño seja desclassificado da competição conforme possibilidade de aplicação de penalidade diferente da multa do Artigo 15 do Código Disciplinar.
Para o pedido de desclassificação imediata, o clube considera três fatores: o histórico de racismo em competições da Conmebol, a reincidência do Cerro e a impunidade de atos racistas no Paraguai - onde diferentemente do Brasil não há crime de racismo previsto em lei.

Sobre a reincidência, o Palmeiras destaca que em 2023 o Cerro foi condenado a pagar multa mínima de 100 mil dólares e a exibir frases contra o racismo, "sem qualquer obrigação de punir os culpados e se educar para inibir comportamentos racistas".

O Palmeiras se baseia no Código Disciplinar e no Código de Ética da Conmebol - que apontam as equipes como responsáveis pelo comportamento de seus torcedores nos jogos - para construir a argumentação e detalhar as respectivas sanções.
Imagem: Cesar Greco/PalmeirasLeila Pereira, presidente do Palmeiras.(Imagem:Cesar Greco/Palmeiras)Leila Pereira, presidente do Palmeiras.

O que aconteceu?

Na documentação, o Palmeiras descreve que Luighi e Figueiredo se dirigiam à lateral do campo após serem substituídos por volta dos 79 minutos da partida quando, próximos ao alambrado, torcedores do Cerro proferiram insultos racistas aos atletas. Um deles fez gestos imitando um macaco.

O Palmeiras reproduz no documento imagens do momento do ocorrido no jogo, que teve transmissão oficial da Conmebol.

Os relataram ao árbitro da partida, o peruano Augusto Menendez, e foi emitido pelo sistema eletrônico do estádio um comunicado à torcida para parar com as ofensas racistas. Os agressores, porém, continuaram no local e o jogo não foi interrompido.

É neste ponto que o clube aponta a violação do protocolo de racismo da Fifa. Desde 2019 a entidade deu mais liberdade aos árbitros, com um três etapas a cumprir em casos de discriminação no estádio: solicitar um anúncio público para exigir que a agressão pare; suspender o jogo até que cessem e, por fim, abandonar a partida definitivamente.

O que dizem os artigos citados pelo Palmeiras

Que o Cerro Porteño seja punido preventivamente para atuar sem torcida durante a competição.

Artigo 6. Medidas Disciplinares - Código Disciplinar
3. As seguintes medidas disciplinares somente poderão ser impostas a pessoas jurídicas:
a. Obrigação de jogar um ou vários jogos a portas fechadas ou com um número limitado de espectadores;


Que o Cerro Porteño seja responsabilizado pelos atos praticados por seus torcedores.

Artigo 8. Responsabilidade Objetiva - Código Disciplinar

2. As Associações Membro e os clubes são responsáveis pela segurança e ordem tanto no interior como nas imediações do estádio antes, durante e depois do jogo do qual forem anfitriões ou organizadores. Essa responsabilidade estende-se a todos os incidentes de qualquer natureza que venham a ocorrer, ficando assim expostos à imposição de sanções disciplinares e ao cumprimento das ordens e instruções que venham a ser adotadas pelos Órgãos Judiciais.

Que o Cerro Porteño seja responsabilizado por não ter observado as normas e princípios de conduta do Código Disciplinar da Conmebol e do Código de Ética.

Artigo 6. Medidas Disciplinares - Código Disciplinar

1. As seguintes medidas disciplinares poderão ser impostas a pessoas físicas e jurídicas:
c. Multa;
f. Realização de serviços comunitários através do futebol.

3. As seguintes medidas disciplinares somente poderão ser impostas a pessoas jurídicas:
a. Obrigação de jogar um ou vários jogos a portas fechadas ou com um número limitado de espectadores;
b. Fechamento parcial do estádio;
c. Proibição de disputar um ou vários jogos num determinado estádio;

Artigo 23. Discriminação - Código de Ética

1. As pessoas sujeitas a este Código não atentarão contra a dignidade ou integridade de um país, uma pessoa ou um grupo de pessoas por meio de palavras ou ações depreciativas, discriminatórias ou pejorativas, em razão de sua raça, cor de pele, etnia, nacionalidade ou origem social, gênero, idioma, religião, posicionamento político ou de outra natureza, poder aquisitivo, local de nascimento ou procedência, orientação sexual ou qualquer outro motivo com conotações semelhantes


Para além das sanções anteriores, requer a aplicação de multa ao Cerro Porteño no patamar de 400 mil dólares devido à reincidência.

Artigo 15. Discriminação - Código Disciplinar

2. Qualquer Associação Membro ou clube cujos torcedores insultarem ou atentarem contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, tendo como motivo a cor da pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem, será sancionado com uma multa de pelo menos CEM MIL DÓLARES AMERICANOS (USD. 100.000). Em caso de reincidência, o infrator poderá ser punido com multa de DÓLARES AMERICANOS QUATROCENTOS MIL (USD 400.000).

Que o Cerro Porteño seja desclassificado da competição conforme possibilidade de aplicação de penalidade diferente da multa do Artigo 15 do Código Disciplinar.

3. Se as circunstâncias particulares de um caso assim o exigirem, o Órgão Judicial competente poderá impor ordens e/ou sanções adicionais à Associação Membro ou ao clube, bem como ao jogador ou ao oficial responsável, tais como: sanção de jogar um ou vários jogos à baliza fechado, fechamento parcial do estádio, proibição de entrada de torcedores e exposição mensagens contra a discriminação.


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