Rinaldi admite "tempestade" em início de trabalho na seleção após Copa

28/08/2014 18h50


Fonte EsporteInterativo

Imagem: REUTERS/Ricardo Mora ?Clique para ampliarRinaldi e Dunga conversam durante entrevista no Rio de Janeiro, em 22 de julho.(Imagem: REUTERS/Ricardo Mora ?)
Rinaldi e Dunga conversam durante entrevista no Rio de Janeiro, em 22 de julho. 

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Depois das derrotas marcantes na Copa do Mundo em casa, a seleção brasileira tem que estar preparada para enfrentar uma "tempestade" no início do trabalho do técnico Dunga e vitórias nos amistosos de setembro seriam um bom recomeço, avaliou nesta quinta-feira o coordenador de seleções, o ex-goleiro Gilmar Rinaldi.

O Brasil enfrenta nos Estados Unidos a Colômbia, no dia 5, e o Equador, quatro dias depois, duas equipes que estiveram no Mundial do Brasil.

As partidas marcarão a volta de Dunga ao comando da seleção brasileira. O técnico gaúcho, que treinou a equipe de 2006 a 2010, substituiu Luiz Felipe Scolari após o fracasso na Copa do Mundo, em que o Brasil foi derrotado na semifinal para a Alemanha por 7 x 1 e perdeu para a Holanda por 3 x 0 na disputa de terceiro lugar.

“Temos que ressurgir depois de uma dificuldade muito forte. (No começo) a filosofia une paciência e trabalho. Todos terão que se doar e dar um pouco mais”, disse Rinaldi a jornalistas em evento na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

“Não vai ser céu de brigadeiro; vamos pegar tempestade e temos que sair dela”, completou.

Após os jogos de setembro, o Brasil terá amistosos contra Turquia e Japão até o fim do ano, além do Superclássico das Américas contra Argentina, em Pequim. A CBF ainda busca um adversário para uma data Fifa em novembro.

“Sem dúvida começar com vitória e continuar com vitória vai ser muito bom e muito importante nesse momento. Sabemos que o povo sofreu muito e nós jogadores e ex-jogadores também”, declarou o coordenador de seleções.

A caminhada do Brasil até a Copa da Rússia, em 2018, será bastante dura. Em 2015, o Brasil tem pela frente o início das eliminatórias e Copa América, em 2016 a Olimpíada e uma nova Copa América antes do Mundial em território russo.

A poucos dias do começo de um novo trabalho, o ex-goleiro, campeão mundial com a seleção brasileira na Copa de 1994, nos Estados Unidos, admite que há um clima de ansiedade dentro da comissão técnica do país.

“Não estou com frio na barriga; ela já congelou. Temos uma ansiedade que gostávamos desde a época de jogador”, afirmou ele.

NEYMAR

O atacante Neymar sofreu uma nova contusão, desta vez pelo Barcelona, no tornozelo, mas não deve ser problema para os amistosos nos EUA. A comissão técnica e os médicos vem mantendo contato com o jogador para monitorar a situação.

“O doutor Rodrigo Lasmar tem falado diretamente, estamos monitorando e em princípio não é algo preocupante“, afirmou Rinaldi.

Na Copa do Mundo, Neymar sofreu fratura numa vértebra após entrada de um jogador da Colômbia, nas quartas de final, e ficou de fora do restante da competição.

CRÍTICAS AO FUTEBOL BRASILEIRO

A CBF anunciou nesta quinta-feira apoio a ex-campeões mundiais do Brasil, que passarão a ter um plano de saúde pago pela entidade. “A história de vocês está marcada e vocês merecem muito mais que isso”, declarou o presidente da CBF, José Maria Marin.

Vários campeões mundiais estiveram na solenidade, como Aldair, Amarildo, Paulo César Caju, Gerson, Zé Maria, Zetti, Leão, Edmilson, Jairzinho e outros.

“O futebol brasileiro está uma porcaria”, reclamou Paulo César Caju. “A safra é ruim e vamos ter muito trabalho. Acho que se o trabalho não for bem feito, corremos o risco até de não classificarmos”, alertou Jairzinho, campeão em 1970.

Atletas que atuaram mais recentemente pela seleção também criticaram o nível do futebol brasileiro. “Faltam bons professores, bons treinadores e a cultura do resultado faz os técnicos mais pensarem em defender do que atacar para preservar seus empregos”, disse Edmilson, campeão em 2002.

O ex-atacante Paulo Sérgio, campeão em 1994, acrescentou: “Não consigo assistir um jogo todo do futebol brasileiro. Está muito sem graça.”

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