Sampaoli explica saída de Pedro e lamenta derrota do Flamengo: "Futebol é contundência na área"

23/04/2023 20h14


Fonte GE

Após a derrota sofrida para o Internacional por 2 a 1, na manhã deste domingo, em Porto Alegre, Jorge Sampaoli elogiou a postura do Flamengo e disse que faltou eficácia e contundência para vencer o jogo.

- Penso que o time melhora durante o jogo. Teve muita possibilidade de fazer mais de um gol. Mas o futebol é contundência. Contundência nas áreas. E aí o time perdeu um jogo onde o desenvolvimento foi melhor, mas no final não.

Sobre a substituição de Pedro, o argentino afirmou que via o Flamengo "neutro" com dois centroavantes e precisava de mais volume.

- Eu penso que, com tanto domínio, o time tinha que concretizar mais. Faltou eficácia no último toque na área. A substituição teve relação direta com o que o time precisava: de mais volume. Até a mudança do Pedro, o time estava neutro. Quando vejo que o time está neutro, eu tomo decisões. Era um centroavante ou outro. E tomei a decisão pelo Gabigol.
Imagem: Maxi Franzoi/AGIFsampaoli, flamengo, inter.(Imagem:Maxi Franzoi/AGIF)

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Falta de eficácia


- De arbitragem eu não falo nunca. A ideia é que o time construa desde baixo. E trate de chegar ao campo rival com mais posse de bola e com maiores possibilidades com a bola. E que não jogue um jogo de ida e volta. Venho falado isso desde a minha chegada.

- O time hoje teve momentos muitos bons de jogo, mas não aproveitou em frente ao gol rival. E o rival com muito pouco acabou ganhando o jogo.

O que o Inter fez mais do que o Flamengo para vencer?

- O Inter estava muito feliz com o empate, mas em dois laterais eles nos pegam mal posicionados e fazem dois gols em jogadas totalmente isoladas. Acredito que o Internacional esteve melhor nos 10 minutos iniciais do segundo tempo, onde eu começo a pensar a trocar o esquema e os jogadores. Vi que o time não dava resposta ao posicionamento do Flamengo.

- Futebol é isso: pura contundência. O Flamengo teve nove ou 10 chances de gols, mais aproximação, mais a bola e não conseguiu ganhar. São coisas que temos de aprender porque se nós não dermos aproveitamento à bola e às vantagens posicionais obviamente que o rival segue vivo e, em uma jogada, pode matar o jogo, como foi hoje.

Substituições e entradas de Cebolinha e Marinho em nível ruim

- Considero que, sob o ponto de vista da contundência, eu errei, e o treinador rival ganhou. Se o time tivesse convertido dentro das nove ou 10 chances no segundo tempo, estaríamos falando de outra coisa. Penso que hoje a contundência hoje não está relacionada ao treinador, está relacionada aos jogadores. Futebol é dos jogadores. Eles que definem o jogo, que perdem e que ganham muitas vezes.

- Os treinadores podem ter alguma incidência em algum caso. Suponhamos que o treinador erra quando perde e acerta quando ganha. A preocupação do treinador é o desenvolvimento. Quem foi melhor no desenvolvimento, como melhorar a contundência através do desenvolvimento ou como se jogar a ganhar com uma ou duas bolas. E está bem. Essa é a realidade da análise.

- O time rival ganhou, felicito o treinador rival e o time rival. Eu seguirei com minha ideia de dominar o rival e de ficar de frente para o gol adversário o tempo todo para criar situações. Minha obrigação, por meu sentimento de futebol, é trocar quando o time não é protagonista. Nos 10 primeiros minutos, o time não foi protagonista, somente se defendeu. Então, sem dúvidas, eu pensei em trocar porque me senti incômodo no jogo.

Precisará de muito trabalhar para transformar o Flamengo no que deseja?

- Penso que a resposta terá a ver com que o time encontre uma ideia posicional de jogar. E o protagonismo que pretendo de jogo e que tive em todos os lugares onde estive. A carreira do treinador no futebol brasileiro vive do momento do jogador. Se o jogador faz 40 gols, obviamente que o treinador tem mais vida, e a ideia é muito boa. Mas se o jogador não está contundente, não vamos pensar que fizemos tudo mal. Simplesmente estivemos mal nos detalhes e muito imprecisos na área rival.

Ruptura com o modelo de Vítor Pereira e estado físico dos jogadores

- Lamentavelmente quando um treinador assume um time que vem com outra preparação e que não há muito tempo de treino na semana, é um risco muito grande para mim implementar uma ideia. E a ideia vai se sustentar pela eficácia. Se tivermos eficácia, a ideia é boa. Senão a ideia é ruim e é melhor voltar ao que habitualmente fazia. Vejo equipes que normalmente terminam ganhando com muito pouco, mas penso que, pelo estado de forma dos jogadores do Flamengo na atualidade, propor um jogo de ida e volta é muito complexo.

 

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Tópicos: jogo, flamengo, treinador