"Também temos que pensar no lado da Seleção", diz Marquinhos, sobre desfalques a clubes

07/10/2019 14h17


Fonte Globoesporte.com

Imagem: Pedro Martins / MowaPressZagueiro lamenta que calendário inviabilize convocação de alguns atletas em meio ao Brasileirão e revela conversa com Juninho sobre logística menos cansativa nas Eliminatórias.(Imagem:Pedro Martins / MowaPress)Zagueiro lamenta que calendário inviabilize convocação de alguns atletas em meio ao Brasileirão e revela conversa com Juninho sobre logística menos cansativa nas Eliminatórias.

Tema que gerou polêmica desde a divulgação da lista de Tite para os amistosos contra Senegal e Nigéria, a convocação de jogadores de clubes brasileiros em meio à disputa do principal campeonato do país ecoou na primeira entrevista coletiva do elenco em Singapura. Escolhido para conversar com a imprensa nesta segunda-feira, quando começaram os trabalhos antes dos amistosos de outubro, o zagueiro Marquinhos foi questionado sobre o assunto e tentou colocar os dois lados na balança.

O jogador do PSG apontou que treinadores e torcedores de clubes de todo o mundo não gostam que os atletas sejam convocados, mas que, no Brasil, o calendário é o motivo que gera problemas. Apontando que a CBF tenta resolver o problema, o defensor indicou que é preciso ver as dificuldades que o comandante do Brasil tem para escolher quem será chamado.

- Também temos que pensar em todos os lados, não só dos torcedores, dos treinadores, mas também pensar no lado da Seleção, no lado do Tite. Como é que ele vai organizar, testar os jogadores que tem que testar? Toda convocação é difícil para ele, tem que pensar nos jogadores que quer convocar, mas não pode. Está tendo que limitar as convocações de jogadores do Brasil. É muito difícil para o treinador da Seleção - disse Marquinhos.

Para o zagueiro, o calendário impedir que um atleta seja convocado para a seleção brasileira é "muito pouco", lembrando a honra que os atletas consideram ao ter um lugar na equipe nacional.

- Querendo ou não, é a Seleção. Se você perguntar para todos os jogadores do Brasil que poderiam estar aqui e não estão, eles gostariam de estar aqui. Para nós, é uma honra muito grande estar aqui, a gente luta desde pequeno para estar aqui. E simplesmente por uma questão de calendário, por muito pouco, não pode estar aqui é lamentável. Então a gente torce para resolver o mais rápido possível essa questão, para que todos possam trabalhar com calma, paz e tranquilidade.

Marquinhos também comentou outro tema que esbarra no desgaste dos atletas e, consequentemente, pode gerar para seus clubes: as logísticas de viagem para os jogos. O zagueiro revelou uma conversa com o coordenador de seleções da CBF, Juninho Paulista, que apontou que tentará diminuir as distâncias entre cada jogo das eliminatórias para a Copa do Mundo, que terão início em 2020.

- Disputei apenas as eliminatórias antes da Copa de 2018. São dois jogos, um fora e um em casa, e acaba sendo puxado. Tivemos essa conversa hoje com o Juninho (Paulista), ele sentou e conversou um pouco com a gente. O que ele está tentando fazer é deixar os dois jogos o mais próximo possível, e num local de campo, de estrutura. Isso é o que poderia nos facilitar, para que não tivéssemos que fazer viagens muito longas. Às vezes você acaba jogando num país que é perto do Sul, e aí é complicado se a gente for jogar no Norte, em algum lugar um pouco distante. Sendo assim, acho que pode ser uma boa logística.

Confira outros trechos da coletiva de Marquinhos:

100 jogos Neymar

"Falar em situação boa dele é fácil. Já respondi em situações mais difíceis. É um grande amigo, é alegre, comprometido, busca sempre ajudar os companheiros. É uma grande pessoa, pena que nem todos têm oportunidade de conhecer"

Senegal e Nigéria

"Conheço bastante e sei das qualidades deles. Senegal é vice-campeã da Copa da África, time bem intenso, difícil. Temos que fazer grande jogo, impor nosso ritmo. São adversários muito intensos, agressivo, com imposição física e jogo técnico também. Vemos grandes jogadores disputando grandes campeonatos na Europa, muitos deles no Francês."

Fuso horário

"Tivemos orientações da fisiologia para que a gente adaptasse o mais rápido possível. Para ficar acordado no início do nosso voo. Chegando aqui, seguramos o sono. Foi mais difícil depois do almoço (risos)."

Base de Tite

"Já existe uma base formada. É um time que vem jogando há bastante tempo junto. Temos que trabalhar e fazer o melhor. Quem entrar vai ter que se adaptar o mais rápido possível, mesmo com curto prazo. Tite ainda não falou quem vai jogar, se vai testar alguém, se vai mudar a equipe."