Tite encerra ciclo com imagem arranhada e CBF avaliará técnicos estrangeiros
10/12/2022 09h38Fonte O Globo
Imagem: Lucas Figueiredo/CBFTite com o presidente da CBF e atrás Juninho e o auxiliar Cléber Xavier.
Embora tenha confirmado o fim de ciclo na seleção brasileira e recebido agradecimentos e elogios dos jogadores, Tite deixa o cargo parcialmente mal visto na CBF e desgastado com o torcedor. A diretoria da entidade reconhece a boa gestão do grupo, mas entende que deu ao treinador tudo que foi pedido e o resultado na Copa do Mundo esteve aquém do esperado diante do investimento.
Além disso, ficou uma sensação de que Tite e sua numerosa comissão técnica confiaram demais nos processos e agiram de forma pouco prática nas partidas do Mundial, com pouca capacidade de mudar os jogos diante das dificuldades. A atuação do técnico ainda pode comprometer seus planos de comandar uma equipe da Europa.
Nesse cenário, nomes de treinadores estrangeiros serão avaliados para assumir o Brasil a partir de 2023. Dos mais famosos e cotados que trabalham no Brasil e no exterior, sabe-se da boa avaliação de Abel Ferreira, do desejo de Jorge Jesus e Luís Castro por assumir uma seleção, além do sonho distante em ter Pep Guardiola no cargo. Jorge Jesus rescindira com o Fenerbahce para realizar o sonho. As saídas de Abel e Castro de Palmeiras e Botafogo, respectivamente, não seriam problemas. Os brasileiros outrora cotados seguem os mesmos - Dorival Jr e Fernando Diniz - mas no momento não há movimento nenhum na direção de uma negociação.
Próximos passos
A troca de comando obedecerá algumas etapas. Assim, se iniciará a busca por um substituto após a saída de Tite ser formalizada nas próximas horas pela direção da CBF, que levará em consideração um sucessor que entregue resultados com maior eficiência, e extraia dos talentos brasileiros tudo o que eles podem dar dentro de campo.
- Derrota dolorida, porém em paz comigo mesmo. Fim de ciclo - declarou Tite após a eliminação para a Croácia. No vestiário, o treinador agradeceu aos jogadores, já em tom de despedida. No ciclo, deixará a seleção com aproveitamento de pouco mais de 80%, mas as poucas derrotas foram justamente para seleções que estão no topo do ranking da Fifa, como Bélgica, Argentina e Croácia.
Primeiro será necessário que Tite comunique ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que deixa o cargo, o que não foi feito logo após a partida. Caso contrário, haverá demissão. O técnico apenas lembrou aos jornalistas que sinalizou isso há um ano e meio. Em todos os momentos em que foi questionado sobre sobre o tema, o presidente da entidade se esquivou a indicou que a decisão só seria tomada a partir do ano que vem. Com a queda do Brasil diante da Croácia, esse processo sofrerá uma aceleração.
Mais saídas
Buscar outro técnico antes da saída do Tite também causaria um problema interno grande, na avaliação da CBF, pois já se discutiria sobre o substituto durante a campanha do Brasil no Catar. Agora, além de Tite, a CBF precisa resolver o que fará com todos os profissionais da grande comissão técnica. A tendência é por uma reformulação geral, seguindo a linha do que acontece em outras diretorias desde que a nova gestão assumiu, após a saída do ex-presidente Rogério Caboclo.
Depois das definições técnicas, que devem ser conduzidas com o diretor de seleções Juninho Paulista, o próprio terá a situação avaliada, e tem grandes chances de também ser desligado. A intenção é que após a chegada da delegação ao Brasil nas primeiras horas deste sábado já haja um entendimento sobre os próximos passos e uma indicação oficial de quem está fora em um primeiro momento com Tite.
O técnico chegou a deixar claro em alguns momentos que gostaria de ver os profissionais que integram a atual comissão com a possibilidade de alçar voos maiores na seleção, sobretudo o auxiliar Cleber Xavier. Diante do resultado, e da pressão por uma reformulação e um nome de peso, essa situação hoje é bastante improvável. Mas todo o estafe que envolve departamento médico, preparação física e análise de desempenho, que fez um bom trabalho desde a preparação, será avaliado. Logo após a convocação, alguns, que são funcionários da CBF, já indicavam receio com a indefinição que se desenhava sobre a sucessão.
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