Travado, Brasil perde da Bélgica e dá adeus à Copa do Mundo
07/07/2018 07h50Fonte Folha Press
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A "rebeldia tática" venceu o equilíbrio. A Bélgica eliminou o Brasil da Copa da Rússia ao vencer por 2 a 1 na última sexta (6), em Kazan, pelas quartas de final.
Os gols da vitória belga foram marcados ainda no primeiro tempo por Fernandinho, contra, e De Bruyne. O Brasil descontou com Renato Augusto, aos 30 min do segundo tempo.
A derrota poderia ser maior e tinha pinta de 7 a 1, placar da vergonhosa derrota para a Alemanha no Mundial de 2014. O trio belga formado por Lukaku, Hazard e De Bruyne fez o que quis no primeiro tempo com a defesa brasileira, que havia tomado apenas um gol no Mundial.
Foi a segunda derrota da era Tite, que colecionava 20 vitórias e quatro empates. O treinador deixa o Mundial sem conseguir superar o seu antecessor.
Na Copa passada, o Brasil sob o comando de Luiz Felipe Scolari ficou em quarto lugar.
Antes do início do Mundial, a equipe de Tite fez a melhor campanha pré-Copa desde o Brasil de 1970. A partida em Kazan foi a terceira na era Tite, que o time começava perdendo.
Substituto de Casemiro, o volante Fernandinho falhou nos dois gols. No primeiro, ele cabeceou a bola para dentro do gol de Alisson. No segundo, ele perdeu a disputa com Lukaku, que deu uma arrancada para o belo segundo gol.
Neymar deixa o Mundial também sem encartar. Ele marcou apenas dois gols e foi criticado por adversário por encenar faltas.
Gabriel Jesus fez uma Copa pífia. Ele não balançou a rede. A seleção se despede da Copa sem ter conseguido convencer. Nas quatro partidas anteriores, o time apresentou um futebol sem criatividade e previsível.
Na próxima terça (10), a Bélgica decide contra a França, em São Petersburgo, uma das semifinais.
Roberto Martínez, que gosta de se definir como "um rebelde tático", manteve a invencibilidade no comando da equipe. Ele assumiu em 2016 na mesma época que Tite aceitou o convite da CBF.
No começo, o espanhol chegou a entrar em confronto com as principais estrelas do time por causa da mudança tática, mas conseguiu convencê-lo após a sequência de resultados positivos.
Ele escala o time com três zagueiros e três atacantes.
Adepto do chamado "equilíbrio" tático, Tite não fez o time funcionar. Em Kazan, a seleção, que errou muitos passes, estava perdida em campo no primeiro tempo. No final, a equipe reagiu, mas na vontade do que no bom futebol.
Apesar do vexame desta sexta (6), o Brasil começou melhor. Apoiada pela torcida brasileira, que cantava na arquibancada, o time criou a primeira oportunidade. Aos 7 min, Thiago Silva acertou a trave após cobrança de escanteio de Neymar.
A seleção continuava em cima do adversário. Mas a Bélgica abriu o placar. Aos 13min, Fernandinho tentou tirar uma cobrança de escanteio de De Bruyne e colocou a bola para dentro do gol defendido por Alisson.
Em desvantagem, o Brasil sentiu a pressão. A equipe se lançou ao ataque de forma desorganizada. Os belgas ficaram ainda mais perigosos. Eles saíam em velocidade para o contra ataque.
Numa dessas, aos 31 min, De Bruyne fez o segundo. Ele recebeu um belo passe de Lukaku, que deu uma arrancada impressionante da sua defesa.
Sem marcação, o jogador do Manchester City dominou e deu um belo chute que Alisson não segurou.
O Brasil continuava perdido em campo. Hazard , De Bruyne e Lukaku envolviam a defesa brasileira com facilidade. O equilíbrio pedido por Tite não existia em Kazan. Os belgas dominavam com facilidade.
Na volta do intervalo, a seleção mudou. Tite colocou Roberto Firmino no lugar do apático Willian. O Brasil se jogou ao ataque no 4-4-2, com Coutinho pela esquerda, Jesus pela direita, Neymar e Firmino na frente.
Mesmo assim, a Bélgica dominava a partida. Em seguida, aos 12 min, Tite desistiu de Jesus e colocou Douglas Costa.
A seleção começou a gostar do jogo. Precisando da vitória, Tite abriu o jogo. Aos 26 min, ele colocou Renato Augusto no lugar de Fernandinho.
O gol saiu logo depois. Aos 30 min, Renato Augusto aproveitou o cruzamento de Coutinho e fez de cabeça.
A partir daí, o Brasil pressionava os belgas e tornou o final dramático. O adversário se defendeu como podia e segurou o resultado.
Desde 1986, a Bélgica não chegava numa semifinal de Mundial e pode conseguir o título inédito.
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