Dom Júlio César comenta morte do Papa Francisco e convoca fiéis para missa na Catedral de Floriano
21/04/2025 09h20
Imagem: FlorianoNews
Dom Júlio César, bispo diocesano de Floriano.

Na manhã desta segunda-feira (21), o bispo diocesano de Floriano, Dom Júlio César, recebeu membros da imprensa na Casa João XXIII, onde concedeu uma entrevista comovente sobre a morte do Papa Francisco. Em suas palavras, o bispo ressaltou a profundidade espiritual do momento e a importância do legado deixado pelo pontífice para a Igreja e para o mundo.
Dom Júlio César iniciou destacando o simbolismo da data do falecimento do Papa:
“O Papa Francisco recebe a graça de morrer exatamente um dia depois que nós celebramos na nossa Igreja a Páscoa do Senhor. Ainda estamos na oitava da Páscoa. Ele faz a sua Páscoa definitiva. Nós que aqui estamos ainda esperamos o dia da nossa feliz ressurreição.”
Segundo o bispo, o Papa Francisco deixa um pontificado marcante, caracterizado por simplicidade, oração, serviço e um testemunho profundo de fé durante tempos difíceis, como a pandemia.
“Um pontificado muito bonito, de um homem que serviu a Igreja, dedicando toda a sua vida. Atravessou uma pandemia, deu um belíssimo testemunho, um belíssimo exemplo de homem que reza, que tem intimidade com Deus. Um homem que ama a ecologia, e que escolheu para seu pontificado o nome Francisco — antes era Bergoglio — exatamente pelo amor às criaturas de Deus, pela preocupação ecológica.”
Dom Júlio César também reforçou o valor das causas ambientais defendidas por Francisco, especialmente diante do contexto atual.
“Estamos nos aproximando da COP30 e, com certeza, o Papa Francisco deixa uma herança teológica, um legado muito importante de valorização da vida, do planeta, da ecologia. Que todo o esforço, a luta do Papa pela conservação do planeta e por uma economia fraterna possa nos levar à reflexão: neste mundo não se leva absolutamente nada, apenas o bem que fazemos aqui na Terra.”
O bispo lembrou ainda a firmeza do Papa ao se posicionar contra as guerras, a violência e a destruição ambiental.
“Tem pessoas que dizem que a Igreja deve se preocupar com almas, e não com plantas. Mas eu gostaria de dizer que as plantas são o pulmão da pessoa humana. Sem árvores, sem plantas, não existirá oxigênio para respirarmos. Sem águas limpas, não haverá peixes, não haverá alimento. Se não cuidarmos da Terra, ela se revolta contra nós.”
Sobre a desigualdade social, Dom Júlio César foi enfático:
“O problema não está na escassez de alimentos. Está na partilha, na ganância. Alguns se apropriam daquilo que a Terra produz. Exploram os pobres. Nunca se produziu tanto alimento no mundo, e nunca se ouviu falar de tanta fome. O problema não é de produção, é de má distribuição. Jesus disse: ‘Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham plenamente.’”
Durante a entrevista, o bispo também compartilhou a mudança de programação da Diocese, que havia previsto um encontro de confraternização entre os padres da região de São Pedro de Alcântara e os seminaristas, no Sítio Sagrado Coração de Jesus. Com a morte do Papa, a agenda foi alterada para dar lugar a um momento de oração e comunhão:
“Estamos preparando uma nota de pesar da nossa Diocese e convidando todas as pessoas da cidade e da Diocese de Floriano a participarem da missa às 17h30 na nossa Igreja Catedral.”
Dom Júlio César finalizou com uma mensagem de fé e esperança, recordando o valor eterno da ressurreição e da vida cristã:
“Vivemos o ano da esperança. E por que vivemos o ano da esperança? Porque a esperança não decepciona. A principal e fundamental esperança da vida cristã é a ressurreição, é a vida eterna. A morte não é o fim, é a passagem de um vale de lágrimas para as colinas sagradas da eternidade. O Papa Francisco deixou um testemunho de humildade, simplicidade, de serviço missionário, de trabalho em favor da paz e da conservação do planeta.”
Dom Júlio César também recordou um dos momentos mais marcantes do pontificado de Francisco, durante a pandemia:
“Foi um homem que se colocou à disposição do mundo, que reuniu todos em oração na Praça de São Pedro, sozinho, pedindo pela saúde do planeta. Este planeta que ainda hoje geme e chora como uma mulher em dores de parto, esperando a sua libertação.”
A comunidade católica de Floriano está, assim, convidada a se reunir em oração nesta segunda-feira (21), às 17h30, na Igreja Catedral, para a Missa de Exéquias em sufrágio da alma do Papa Francisco.
“A presença física dele não está mais entre nós, mas nosso coração se alegra, porque a morte foi vencida. Jesus ressuscitado é a nossa esperança. Ele morreu e ressuscitou para dar a todos nós a certeza de que a morte não tem a última palavra.”
Dom Júlio César encerrou agradecendo à imprensa e deixando sua bênção:
“Obrigado por estarem aqui. O trabalho de vocês é de fundamental importância para a evangelização. Deus os abençoe.”