Dinheiro da Cultura deve ser administrado pela cultura
24/05/2012 23h25Fonte Assessoria
Nos últimos anos a cultura de Floriano vem se mostrando mais presente na vida das pessoas, e a confirmação disso, está nos trabalhos realizados pelos grupos e movimentos culturais. Nas escolas esse entendimento também é reforçado, uma vez que, os educadores estão voltados para a formação social e cultural do aluno. Segundo o professor Reinaldo Guimarães, a cultura é a raiz de um povo, é através dela que podemos identificar os costumes e tradição de um grupo de pessoas e entender como é a sociedade de um determinado lugar.Formado em Sociologia e professor universitário, Reinaldo Guimarães ainda divide seu tempo com atividades culturais e artísticas, em Floriano. E foi numa dessas atividades culturais que ele participou de uma discussão sobre a atuação da Secretaria de Cultura de Floriano. O professor disse que os artistas não concordam que a maioria dos eventos culturais da cidade, principalmente os maiores – carnaval e aniversário da cidade - sejam organizados por uma coordenação separada da Secretaria Municipal de Cultura, a COEF – Comissão Organizadora de Eventos de Floriano.
“Os artistas acreditam que quem deve gerenciar os recursos dos eventos culturais de Floriano é a secretaria de cultura. Qualquer movimento que tenha na cidade deve ser administrado pela Secretaria de Cultura. Por exemplo, o que vemos hoje é que os maiores eventos do município, carnaval e o aniversário da cidade, são organizados pela COEF, a Secretaria de Cultura não tem nenhum gerenciamento sobre esses eventos, ou seja, é uma secretaria que serve apenas para acomodar parceiros políticos, não tem nenhuma função de política cultural própria, porque não tem autonomia. E quem deve trabalhar a cultura financeiramente, organizacionalmente e de todas as outras formas é a própria Secretaria de Cultura e não uma coordenadoria ligada ao gabinete do prefeito.”
Durante a entrevista o professor Reinaldo reforçou a idéia de que é preciso atenção especial a todos os grupos e movimentos de Floriano, e acabou revelando que pretende disputar as eleições este ano na cidade. Segundo ele, um grupo de intelectuais e artistas de Floriano resolveu se reunir e discutir sobre como tornar a cultura, a diversidade e a arte mais presente na vida do povo. Além de ajudar nas causas sociais, desenvolvendo projetos que possam contribuir com o fim da marginalização no município. Então, chegaram à conclusão de que era preciso um representante na Câmara Municipal, e o seu nome foi indicado.
O professor Reinaldo falou que essa pré-indicação foi uma surpresa. “É a primeira vez que pretendo encarar um desafio como este. Na verdade não foi um desejo próprio, mas o nosso nome surgiu através de conversas no meio artístico, cultural, estudantil e dos grupos GLBTTS (Gay, lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Simpatizantes), conversas essas que a gente vem tendo ao longo dos tempos de que esses grupos não vêm tendo representatividade na Câmara Municipal de vereadores de Floriano. E foi nessas conversas que a gente decidiu que teríamos um nome a indicar este ano. E entre várias indicações, saiu o meu nome.”
De acordo com o professor Reinaldo, a ideia ainda esta amadurecendo, e que este é um momento delicado para tais discussões. Por enquanto, ele só quer se atentar ao seu trabalho, e as atuais questões culturais.
Reinaldo Guimarães é professor universitário, formado em Sociologia, especializado em Gestão de Políticas em Gênero e Raça. Escreveu o livro “Sob o Colorido Céu de Floriano”, é produtor cultural, pesquisador nas áreas de sexualidade, religião, cultura e movimento afro. Atualmente é presidente da AFLODS – Associação Florianense da Diversidade Sexual, e também já foi presidente da Casa do Estudante do Piauí em Teresina.