Médicos e enfermeiros ameaçam suspender atividades em Floriano e outras cidades do Piauí

19/09/2019 08h35


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: FlorianoNewsHospital Regional Tibério Nunes(Imagem:FlorianoNews)

Por falta de pagamento, médicos e enfermeiros de hospitais estaduais de vários municípios ameaçam paralisação estadual nas próximas semanas. Em alguns casos, o atraso no pagamento já acumula cinco meses.

De acordo com a médica Miriam Parente, membro do Conselho Regional de Medicina (CRM) do Piauí, médicos já ameaçam deixar as atividades em hospitais do interior. “A gente tem entrega de escalas médicas, por exemplo no Hospital de São Raimundo Nonato, ameaça de entrega nos hospitais de Floriano, Piripiri e Uruçuí. A gente vai de norte a sul do estado todo mundo insatisfeito com atraso de pagamento salarial”.

De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem, menos de 50% dos servidores da saúde são efetivos no estado. “A maioria dos profissionais é serviços prestados ou celetistas. Se houver esse movimento (paralisação), vai fechar muitos serviços, principalmente na área da assistência e vai colocar em risco a vida do paciente”, alertou a presidente do Coren, Tatiana Melo.

Os servidores denunciam que além do atraso salarial não está sendo repassado o vale-transporte.

“O salário é uma coisa básica e quando eles falam que vão parar ou que não vão mais ir trabalhar o gestor faz assédio moral”, afirmou a presidente do Coren.

Audiência do MP

O Ministério Público Estadual (MPE), por meio da 12ª Promotoria de Justiça, realizou em caráter de urgência uma audiência pública nesta terça-feira para tratar da situação dos terceirizados na maternidade Evangelina Rosa e de outros hospitais do Piauí.

O promotor Eny Marcos Vieira alerta que em algumas unidades de saúde a paralisação já acontece e aponta para os reflexos que uma suspensão no atendimento pode causar. “Alguns hospitais já pararam e como os pacientes vão ser tratados. A pergunta que o Ministério Público faz ao senhor secretário de saúde do Estado é: quem vai cuidar dos pacientes se não há contraprestação do serviço prestado?”, questiona.

Por meio da assessoria, o Sindicato dos Médicos do Piauí também criticou os atrasos e destacou que a maioria dos médicos que trabalha nas urgências e emergências dos hospitais do interior são por contratos com “vínculos precários”. O sindicato da categoria também assinalou que se os médicos do interior pararem o funcionamento dos hospitais da capital será sobrecarregado.

Segundo o Coren, há atrasos de pagamentos de enfermeiros referentes aos meses de fevereiro, abril, maio, junho e agosto.

Em contato com a imprensa, a assessoria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) informou que assuntos de pagamento dizem respeito à Secretaria de Fazenda. A Sefaz destacou que "há atrasos pontuais e que já está resolvendo a situação junto à Sesapi".

Até o fechamento desta reportagem, a Sesapi também não informou a quantidade de profissionais da Saúde contratados como prestadores de serviço pelo Estado.

Concurso

A presidente do Conselho Regional de Enfermagem alerta para a falta de servidores concursados e que “Desde 2012 não faz concurso para profissionais de enfermagem. A população está em risco e os profissionais prestadores de serviço não têm salário, não têm o vale-transporte. Quem fica sobrecarregado são os poucos profissionais concursados”, disse.


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