12 cidades de SP não tem nenhum leito de UTI disponível

30/04/2020 09h14


Fonte G1

Imagem: ReproduçãoLeitos em S?o Paulo(Imagem:Reprodu??o)
Das 39 cidades que compõem a região metropolitana de São Paulo, 12 não têm nenhum leito de UTI adulta, tanto na rede pública quanto no sistema privado. Não possuem leitos do tipo os municípios de Biritiba-Mirim, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Jandira, Juquitiba, Mairiporã, Pirapora do Bom Jesus, Rio Grande da Serra, Salesópolis, Santana de Parnaíba, São Lourenço da Serra e Vargem Grande Paulista.

Juntas, as 12 cidades somam 825 mil habitantes, segundo o IBGE, e 364 casos de coronavírus, de acordo com dados da Secretaria Estadual da Saúde. Essas cidades já tiveram 33 óbitos registrados por exames laboratoriais - em duas delas, todos os casos confirmados de Covid-19 são de óbitos.

As UTIs disponíveis nas cidades da Grande São Paulo que as possuem já estão chegando à lotação máxima. Nesta quarta-feira (29) a taxa de ocupação desse tipo de leito chegou a 85,1% na região metropolitana e o coordenador do Centro de Controle de Doenças do estado (CCD), Paulo Menezes, disse que hospitais de cidades do interior podem passar a atender pacientes da Grande SP.

Cidades da Grande SP sem UTI

Cidade População Casos confirmados Mortes Mortalidade Embu das Artes 240.230 105 12 11% Santana de Parnaíba 108.813 108 3 3% Jandira 108.344 42 3 7% Mairiporã 92.323 29 4 14% Embu Guacu 67.296 23 3 13% Vargem Grande Paulista 48.720 11 3 27% Rio Grande da Serra 48.302 22 0 0% Biritiba-Mirim 31.158 5 0 0% Juquitiba 30.642 3 3 100% Pirapora do Bom Jesus 17.646 9 0 0% Salesópolis 16.688 1 1 100% São Lourenço da Serra 15.177 6 1 17% TOTAL 825.339 364 33 9% Fonte: DataSUS, IBGE, Secretaria Estadual da Saúde de SP deslize para ver o conteúdo

Dentre as cidades da Grande SP sem UTI, quatro (Biritiba-Mirim, Rio Grande da Serra, São Lourenço da Serra, Pirapora do Bom Jesus) também não têm leitos de enfermaria.

Os dados são de fevereiro de 2020 e foram extraídos do sistema oficial de informações de saúde, o DataSUS. Todas as prefeituras citadas foram procuradas pelo G1.

Para o chefe da UTI do Instituto Emílio Ribas, referência em infectologia no país, nem toda cidade precisa ter leitos de terapia intensiva, mas a centralização do sistema de saúde pode aumentar a letalidade do coronavírus.

"O paciente de Covid-19 pode evoluir muito rapidamente, então a assistência pra ele tem que estar próxima, tem que haver uma boa logística de referenciamento e tem que haver capilaridade do sistema de saúde, ele não pode ser centralizado na capital", afirma Jaques Sztajnbok, do Emílio Ribas.

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde disse que já repassou mais de R$ 150 milhões para as cidades da Grande SP e que a Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross) está disponível para transferir pacientes a unidades que possua recursos não disponíveis no serviço de origem do atendimento.

Já os municípios de Santana de Parnaíba e Embu das Artes disseram que devem inaugurar, nos próximos dias, hospitais de campanha com unidades de tratamento intensivo. As demais cidades que responderam à reportagem não deram previsão de inauguração de UTIs (veja a resposta de cada cidade e da secretaria estadual abaixo).

Outras três cidades da região metropolitana (Cajamar, Poá e Guararema) também não tinham leitos de UTI até fevereiro deste ano, mas disseram, em nota, que já foram criadas unidades do tipo diante da pandemia do novo coronavírus, e por isso não foram incluídas no levantamento.


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Tópicos: leitos, covid, são paulo