Bolsonaro diz que, após conversa com Trump, EUA desistiram de sobretaxar aço brasileiro
21/12/2019 07h21Fonte G1
Imagem: REUTERS/Carlos Barria
O presidente Jair Bolsonaro informou nesta sexta-feira (20) que os Estados Unidos desistiram de sobretaxar o aço e o alumínio brasileiros. Segundo Bolsonaro, ele e o presidente Donald Trump se falaram por telefone nesta sexta.
Bolsonaro deu as informações ao fazer uma transmissão ao vivo em uma rede social acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e do assessor da área internacional da Presidência, Filipe Martins.
No último dia 2, Trump informou que o governo norte-americano iria reinstalar a taxa sobre o aço e o alumínio do Brasil e da Argentina porque os dois países, segundo ele, passaram a desvalorizar as moedas locais em detrimento do dólar (relembre no vídeo mais abaixo).
Na ocasião, Bolsonaro disse que não via a medida como retaliação e que, se fosse necessário, telefonaria para Trump.
"Agora há pouco, então, tive a grata satisfação de receber um telefonema do senhor Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. Uma conversa de aproximadamente 15 minutos, no espírito maior da cordialidade e respeito entre dois chefes de Estado", declarou o presidente nesta sexta-feira.
"Entendo o que ele queria, pretendia fazer, e dei os meus argumentos para ele. Ele se convenceu dos meus argumentos e decidiu dizer a nós todos, brasileiros, que nosso aço e nosso alumínio não serão sobretaxados. Repito: não serão sobretaxados", acrescentou.
Pouco depois, Trump publicou a seguinte mensagem uma rede social: "Acabei de ter uma boa conversa com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Nós conversamos sobre muitos assuntos, incluindo comércio. As relações entre Estados Unidos e Brasil nunca estiveram tão fortes."
Relação Brasil-EUA
Desde a campanha eleitoral de 2018, Bolsonaro afirmava que, se eleito, buscaria aproximar Brasil e Estados Unidos.
Desde que assumiu a Presidência, já viajou ao país três vezes e chegou a dizer que indicaria o filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o cargo de embaixador em Washington, o que não se concretizou.
Conforme a colunista do G1 e da GloboNews Júlia Duailibi, contudo, o Brasil tem cedido a mais pontos do que os Estados Unidos. Isso porque:
- o Brasil deixou de exigir visto para turistas dos EUA;
- o Brasil permitiu aos Estados Unidos lançar foguetes da Base de Alcantâra (MA);
- o Brasil elevou a cota de importação de etanol, beneficiando os EUA;
- os Estados Unidos ainda não oficializaram o apoio à entrada do Brasil na OCDE;
- os Estados Unidos mantiveram o veto à carne bovina in natura brasileira.
Durante a transmissão ao vivo nesta sexta, Bolsonaro afirmou que, com a decisão de Trump, "a amizade pessoal e a simpatia" entre os dois "continuam mais fortalecidas ainda".
"Então, a notícia que eu dou a todos no Brasil, é que o aço e alumínio não serão sobretaxados pelo governo americano. E, nós, dessa forma, aprofundaremos mais ainda a nossa relação comercial, bem como a de respeito e admiração entre os nossos povos", acrescentou o presidente da República.
Para Bolsonaro, a balança comercial poderá "crescer muito" nos próximos anos na relação Brasil-Estados Unidos.
Entrevista após transmissão ao vivo
"Então, a notícia que eu dou a todos no Brasil, é que o aço e alumínio não serão sobretaxados pelo governo americano. E, nós, dessa forma, aprofundaremos mais ainda a nossa relação comercial, bem como a de respeito e admiração entre os nossos povos", acrescentou o presidente da República.
Para Bolsonaro, a balança comercial poderá "crescer muito" nos próximos anos na relação Brasil-Estados Unidos.
Entrevista após transmissão ao vivo
Após a transmissão ao vivo, Bolsonaro se dirigiu à portaria do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, onde concedeu uma entrevista à imprensa.
Na entrevista, ele disse que a conversa com Trump demonstrou o "respeito" entre Brasil e Estados Unidos. Também ressaltou que, embora os EUA tivessem anunciado a retomada da taxação, a medida não chegou a entrar em vigor.
Bolsonaro também declarou que, durante as negociações com os EUA, foi informado aos norte-americanos que a volta das taxas poderia dar uma sinalização política de "estremecimento" nas relações entre os dois países.
Por fim, Bolsonaro ainda declarou que convidou Trump para visitar o Brasil em 2020, o que poderá ocorrer após as eleições presidenciais do país. O presidente brasileiro informou que tem chance de ir aos EUA novamente, no início do próximo ano, para conversar com empresários.
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