Copa do Mundo: inflação dos itens mais procurados chega a 100% de alta em relação ao último mundial

26/09/2022 08h27


Fonte ClubeNews

Imagem: ReproduçãoPreço do pacote de figurinhas dobrou em relação à última Copa.(Imagem:Reprodução)Preço do pacote de figurinhas dobrou em relação à última Copa.

A Copa do Mundo 2022 só começa em novembro, mas já tem muita gente de olho naquela TV nova para curtir os jogos em casa com a família e os amigos. O problema é que os aparelhos de televisão estão 16,8% mais caros do que no último mundial. Foi o que revelou um levantamento feito pela XP. Entre os itens mais procurados pelos brasileiros para o evento, alguns chegam a registrar alta de 100%.

Sobre os televisores, a economista da XP, Tatiana Nogueira, explica que o preço foi impactado pela pandemia de covid-19. “Curioso é que este é o único item a registrar quedas consistentes de preço desde 2006, por conta dos ganhos de produtividade e mudança rápida da tecnologia. Com os efeitos da pandemia, porém, o aumento da demanda e o setor severamente impactado pela disrupção da cadeia global de suprimentos, os preços passaram a subir”, destaca a economista.

Para quem não dispensa a emoção de colecionar o álbum de figurinhas da Copa a cada quatro anos, a inflação é ainda pior. Comprar o álbum está saindo 16,5% mais caro, enquanto o pacote com cinco figurinhas dobrou de preço em relação ao de 2018 – alta de 100%, segundo a pesquisa.
Imagem: XPPreço do pacote de figurinhas(Imagem:XP)

Os pais do estudante Glawber Filho, de 11 anos, perceberam que cada pacote de figurinhas está custando o dobro do preço este ano, mas garantem que vale a pena o investimento para ver o filho feliz.

“Além disso, achamos importante ter uma recordação da Copa, ter momentos de convivência em família e com amigos, conhecer melhor os países e os jogadores”, destacou o pai do estudante, o odontólogo Glawber Mizer.
Imagem: Arquivo pessoalClique para ampliarGlawber Filho já completou o álbum de figurinhas faltando 2 meses para a Copa.(Imagem:Arquivo pessoal)Glawber Filho já completou o álbum de figurinhas faltando 2 meses para a Copa.

Segundo Glawber Filho, o álbum na versão capa dura custou R$ 49 e cada pacote de figurinhas saiu por R$ 4. Ao todo a família gastou em torno de R$ 500 e já completou todos os espaços do álbum mesmo há quase dois meses para o início da Copa do Mundo.

“Toda a família se empenhou para completar o álbum. Investimentos mais tempo em troca, levávamos as figurinhas repetidas para a igreja, restaurante, escola e shopping, onde sempre tem gente com figurinhas para trocar”, revelou o estudante.

Carne salgada

O churrasco nos dias de jogo vai ficar salgado para o bolso do brasileiro. Isso porque a carne vermelha registrou um aumento de 79,1% na comparação com a Copa de 2018. Es os itens que acompanham o churrasquinho, como refrigerante e água, subiram 23,7%. Já a cerveja teve alta de 18,4%.

A alta da carne está ligada à maior demanda global, elevação dos custos de grãos e queda da área de pastagens, tudo provocado pela crise hídrica de 2020/2021. Já Cerveja e refrigerante tiveram alta relevante de custos, especialmente de embalagens, que têm cotação em dólares, segundo o estudo da XP.

Fora de casa, o churrasco e as bebidas também ficaram mais caros. Nos bares e restaurantes, o aumento registrado no período é de 14,9% para a cerveja e de 20,2% para água e refrigerante.

Vestindo a camisa

Para quem é supersticioso e não quer usar a camisa da última Copa, comprar o novo manto da seleção brasileira vai sair 40% mais caro. A camiseta oficial da Nike está custando R$ 349,99 em 2022 e teve alta bem acima da inflação do período, que foi de 26,8%.

De acordo com Tatiana Nogueira, o setor de vestuário vem batendo seus recordes para variação em 12 meses, a maior desde 1995, desde o início do Plano Real – e chegou a alcançar 16,66% em julho em decorrência de dois fatores. O primeiro são desajustes nas cadeias que fornecem matéria prima para o setor, que forçam o repasse do aumento de custos para os consumidores, além da retomada do consumo, com a reabertura da economia.

“Por fim, o aumento e volatilidade do câmbio têm parte nisso, dado que o produto é tabelado, ou seja, tem o mesmo valor em dólares para todo o mundo”,
ressalta a economista.
Imagem: XPVariação de preços(Imagem:XP)

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Tópicos: copa, aumento, economista