"Deixei tudo, mas saà com vida", diz jogadora piauiense ao chegar à Teresina após 10 dias em Guerra
08/03/2022 14h23Fonte G1 PI
Imagem: ReproduçãoKedma Larissa
A jogadora piauiense Kedma Larissa, de 20 anos, chegou à Teresina nesta terça-feira (8) após passar 10 dias na Ucrânia em meio à guerra com a Rússia. No aeroporto, a atleta relatou ao g1 que deixou o país europeu deixando para trás roupas, chuteira, tudo, mas que seu sentimento é de gratidão por ter voltado ao Piauí bem e com vida.
"Deixei tudo para trás. Meu material de trabalho, roupas que eu tinha acabado de comprar, chuteira. Deixei tudo lá. Vou ter que começar do zero. Deixei as roupas e saí com vida, é isso que importa", declarou a jogadora após desembarcar na capital piauiense.
Kedma Larissa morava há cerca de seis meses na Ucrânia, onde atuava no clube de futebol Kryvbas Women, junto com outras duas jogadoras brasileiras. Quando a Rússia invadiu o país, ela estava em Kryvyi Rih, cidade no sudeste ucraniano.
Inicialmente, ela e as outras atletas brasileiras continuaram na cidade, aguardando orientações para deixar a Ucrânia. Na quinta-feira (3), elas fizeram a primeira tentativa de ir para a fronteira, mas só conseguiram embarcar em um trem na sexta-feira (4) e chegaram à Polônia no sábado (5).
Kedma e Lidiane de Oliveira chegaram ao Brasil nesta terça. As jogadoras desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, pela manhã. De lá, Kedma seguiu para o Piauí.
Em Teresina, a atleta afirmou que ainda não tem planos para o futuro. "Não pensei como vai ser daqui para frente. Só pensava em chegar e curtir um pouco minha família. Depois vou ver essa situação para onde eu vou, como vai ser, se vou para a Europa, ficar no Brasil", disse.
A atleta foi recebida por familiares e amigos no aeroporto, se emocionou e afirmou que seu sentimento é de gratidão às pessoas que contribuíram para que ela pudesse deixar a Ucrânia em segurança.
"Muitos empresários entraram em contato comigo, o Marlon, do Shakhtar. Graças a Deus e a eles eu estou aqui. Feliz por estar de volta, por estar bem e conseguido sair de lá, eu e as outras meninas. Agora vou ficar orando pelos outros brasileiros que ficaram lá", comentou.