Entregador por aplicativo representa a categoria e cria app para melhorar renda

08/08/2021 11h33


Fonte cidade verde


Imagem: ReproduçãoClique para ampliarComo presidente da Associação, Júlio César, junto com os associados, reivindicou e, em breve, os entregadores por aplicativo terão um ponto de apoio na capital. O local será regula(Imagem:Reprodução)

Entre uma pergunta e outra da reportagem, Júlio César de Sousa, 34 anos, conferia as frequentes notificações de aplicativos de entrega no celular. Morador do bairro Bela Vista, na zona Sul de Teresina, ele é um dos 6.500 entregadores de delivery que cruzam as ruas da capital diariamente e se tornaram protagonistas quando parte da sociedade tinha que ficar em casa enquanto os casos e mortes por Covid-19 cresciam em todo país.

Em março do ano passado, Júlio César viu a profissão de entregador por aplicativo se tornar ainda mais necessária e resolveu usar sua moto, uma POP 100, para fazer um “extra”. Pela manhã, Júlio César é técnico administrativo da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC). À tarde, das 14h às 18h, de domingo a domingo, realiza suas entregas. São quase 20 viagens por dia.

“Eu tinha um estabelecimento que vendia quentinha. Quando os casos de coronavírus começaram a aparecer, os clientes ligavam pedindo para eu fazer entrega. Foi aí que comecei a trabalhar como entregador por aplicativo”, conta.

Além de ter iniciado a profissão por necessidade de vender comida aos seus clientes e sustentar seus três filhos, Júlio César decidiu seguir com a ocupação, mesmo com a reabertura das atividades. Hoje ele organiza a categoria e é presidente da Associação dos Entregadores por Aplicativos e Delivery do Piauí, que reivindica direitos para os entregadores, como a prioridade na vacinação contra a Covid-19, por exemplo.



“Ser entregador é arriscado. Eu já não trabalho à noite porque fui assaltado três vezes. Mas, sou feliz fazendo o que faço e sei que ajudo muita gente. Tanto os clientes como os estabelecimentos também que não “quebraram” por causa dos entregadores por aplicativo. Tenho muita honra de ser entregador em Teresina. Na Associação temos 600 entregadores associados. Juntos, a gente se protege, luta por direitos, segurança, a gente se ajuda”, ressalta Júlio César.

Júlio César e mais quatros associados da Associação dos Entregadores por Aplicativos e Delivery do Piauí desenvolveram, há pouco mais de um mês, o aplicativo Piauí Entregas. O app, disponível na Play Store, é voltado para entregadores e empresas que oferecem a modalidade delivery.

“O aplicativo oferece entregador para as empresas que precisam do serviço. Tanto os interessados em serem entregadores quanto as empresas podem fazer download e se cadastrar. Ainda estamos com uma versão inicial do aplicativo. Foi uma forma que pensamos para aumentar nossos lucros em relação às entregas” explica Júlio César.

Como presidente da Associação, Júlio César, junto com os associados, reivindicou e, em breve, os entregadores por aplicativo terão um ponto de apoio na capital. O local será regulamentado pela Prefeitura de Teresina.

“Será próximo ao Balão do São Cristóvão. Terá um local de descanso, local para se higienizar, banheiro, carregar celular, enfim, para exercemos nossa profissão com mais dignidade”, adianta Júlio.

Apesar das condições de trabalho ainda serem difíceis , Júlio César afirma que se sente satisfeito exercendo a profissão e representando a categoria.

"Estamos ajudando muitas pessoas na pandemia. As pessoas estão em casa e nós fazendo entregas. É uma satisfação ser entregador e contribuir com a minha cidade, contribuir com outras pessoas que necessitam e não podem sair de suas casas. Tenho honra em poder ajudar essas pessoas na nossa cidade", acrescenta.


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