Menino de 13 anos quer vender cabelo para reformar casa dos pais no interior do PiauÃ
31/08/2021 09h39Fonte G1
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Preocupado com a situação da família, que vive em uma casa de taipa, o pequeno João Pedro Barbosa Pierot, de 13 anos, deposita nos seus longos cabelos o sonho de reformar seu lar. O menino mora com os pais e um irmão de 10 anos no povoado Marinheiros, zona rural de União, no Norte do Piauí.
Ele procurou uma rádio local pedindo ajuda para conseguir vender o cabelo e assim conseguir construir uma casa de alvenaria para a família. O pai, Fernando Pierot, é lavrador e está impossibilitado de trabalhar na roça, depois que sofreu um acidente de motocicleta, há alguns anos. Atualmente, ele auxilia a esposa, Maria de Jesus Barbosa, na pesca e é a única fonte de renda da família.
“Foi ele quem quis ir atrás, escreveu uma carta pedindo ajuda. Quando ele era pequeno não cortei o cabelo dele e depois que cresceu ele nunca deixou eu cortar. Agora ele quer vender, para nos ajudar, porque quando chove, nossa casa que tem as paredes de barro alaga. Na última chuva, a parede do quarto do João Pedro caiu, aí ele resolveu que ia ajudar a gente a construir uma casa para que isso não acontecesse mais”, afirmou a mãe do garoto.
Cursando o 7º ano do ensino fundamental, João Pedro está com as aulas remotas desde o início da pandemia. A mãe conta que ele sempre faz as atividades da escola pública que estuda com muito apreço. “Ele é um menino muito interessado, nunca reprovou e faz todas as tarefas. Ele e o irmão assistem às aulas pelo meu celular, toda tarde”, declarou Maria de Jesus.
A mãe contou que João Pedro também almeja comprar um notebook para que possa estudar mais e cursar Direito. “Além de reformar a casa, ele quer com o dinheiro do cabelo comprar um notebook, porque hoje eles estudam pelo meu celular e com o notebook ele quer terminar os estudos para cursar Direito”.
A renda da família, que também recebe o Bolsa Família, é em média de R$ 600 por mês. “Quando tem enchente a gente consegue muitos peixes no arrasto, mas isso é mais no mês de maio. Esse ano, que o inverno foi fraco, a gente mal conseguiu peixe para comer”, destacou a mãe.