Por que as pessoas preferem filmar em vez de socorrer vítimas de acidentes?

22/09/2024 12h48

Fonte ClubeNews

Com o crescimento do uso das redes sociais, registrar eventos em tempo real e publicá-los tornou-se algo comum no cotidiano. Entretanto, entre esses conteúdos estão registros de acidentes, onde muitas pessoas preferem filmar a cena em vez de socorrer as vítimas.

Em Teresina (PI), o caso envolvendo a queda de um avião chamou atenção para esse cenário. No dia 8 de setembro, uma aeronave pilotada pelo médico Jacinto Lay caiu em uma rodovia na zona sul da capital. Durante o acidente, o avião atingiu a manicure Kelliane Pereira dos Santos, que passava de moto pelo local.

Em entrevista à TV Clube, o companheiro de Kelliane relatou a falta de empatia das pessoas presentes no local. Segundo ele, em vez de ajudar, os populares preferiram filmar a situação.

“Foi desesperador, [eu] pedindo ajuda. Porque hoje em dia, infelizmente, esse pessoal só quer saber de fazer filmagem, fazer vídeo. E eu desesperado, pedindo ajuda, gritando. É uma situação que não desejo a ninguém”, contou.

Para o doutor em psicologia Thayro Carvalho, esse fenômeno pode estar relacionado ao desejo de engajamento nas redes sociais. Algumas pessoas, ao se depararem com uma situação extrema, como um acidente, podem priorizar o status que a exposição nas mídias digitais pode proporcionar.

“O comportamento violento acaba sendo mais ‘atrativo’. Quando vemos pessoas priorizando cenas de violência ou acidentes, percebemos o interesse delas em ganhar reconhecimento por estarem naquele local e por terem a ‘oportunidade’ de filmar aquilo”, explica o especialista.

As consequências dessa atitude podem ser devastadoras. Muitas vezes, o tempo é um fator crucial para salvar vidas, e a demora no socorro pode resultar em ferimentos mais graves ou até em mortes.

Além disso, a exposição indevida das vítimas, na maioria das vezes sem o consentimento delas, pode causar danos emocionais e acarretar complicações legais.

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