Privatização não é mais "palavra condenada", diz presidente da Eletrobras

28/03/2018 08h33


Fonte Agência Brasil

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse ontem (27) acreditar que o projeto de lei (PL) que trata da privatização da estatal seja aprovado pelo Congresso Nacional no primeiro semestre. “Eu percebo, de todas as lideranças com que falo, o reconhecimento da importância desse movimento da privatização. Não é mais uma palavra condenada, proibida”, disse Ferreira Junior, ao apresentar os resultados da empresa no ano passado.

Ele deu a declaração ao ser perguntado sobre a viabilidade da aprovação do Projeto de Lei 9.463/2018, que trata da privatização da Eletrobras, encaminhado pelo governo ao Congresso no fim de janeiro. “Não acho uma agenda difícil de ser tocada. Pelo contrário”, afirmou.

Mais cedo, os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, e do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, Dyogo Oliveira, afirmaram que o governo espera a aprovação do projeto de lei ainda neste ano. Segundo Oliveira, é possível que o PL seja aprovado antes das eleições de outubro.

O projeto tramita atualmente na Câmara dos Deputados. Para esta terça-feira, estava prevista uma reunião da comissão especial que analisa a proposta de privatização da Eletrobras, mas foi cancelada.

Redução de custos

O presidente da Eletrobras informou a estatal planeja reduzir o número de funcionários, atualmente em torno de 22 mil para 12 mil, até o fim do ano. Nesta segunda-feira (26), a estatal lançou o Plano de Demissão Consensual, que tem como meta o desligamento de 3 mil funcionários em todas as suas empresas e uma economia anual de R$ 890 milhões.

Segundo o executivo, mais 6,6 mil funcionários devem deixar os quadros da Eletrobras após a venda de seis distribuidoras de energia.

Ferreira Junior informou que outra medida de redução de custos será concentrar todos os funcionários da área administrativa no Rio de Janeiro e Recife e em Brasília e Florianópolis.

Resultado de 2017

A Eletrobras fechou o ano de 2017 com prejuízo líquido de R$ 1,726 bilhão ante um lucro líquido de R$ 3,5 bilhões em 2016. A estatal informou que o resultado foi influenciado, principalmente, pelas provisões operacionais de R$ 4,646 bilhões e pelo prejuízo do segmento de distribuição de R$ 4,179 bilhões.

Segundo a empresa, a receita operacional líquida foi de R$ 37,876 bilhões no ano passado, queda de 37% em relação a 2016. De acordo com Ferreira Junior, o resultado positivo em 2016 foi motivado por receitas extraordinárias referentes à Rede Básica Sistemas Existentes (RBSE – ativos de transmissão antes de 2000), no valor de R$ 28 bilhões.


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