313 bebês já morreram na maior maternidade pública do Piauí em 2015

15/12/2015 09h00


Fonte G1PI

Quase um bebê, por dia, perde a vida na Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina. Somente este ano somam-se 313 mortes. A informação foi confirmada pela assessoria de comunicação da Maternidade. Além das mortes dos recém-nascidos, 17 mães também perderam a vida. Somente na última semana, foram duas mulheres e um bebê.

Imagens feitas com um telefone celular mostram várias mães em trabalho de parto esperando sentadas por vagas na enfermaria. Pelas redes sociais, médicos relatam que desempenham suas funções sob pressão. Os profissionais chegam a confessar que precisam escolher qual paciente será atendida primeiro, pondo em risco as demais que aguardam para realizar o parto.

Em 2015, foram realizados mais de 9 mil partos na Maternidade, uma média de 30 por dia, feita por seis obstetras em cada plantão. Deste total, 313 bebês não resistiram e 17 mães morreram em trabalho de parto ou logo após dar a luz.

José Brito, diretor da Maternidade Dona Evangelina Rosa, admitiu que a carga excessiva, que resultam num número expressivo de mortes, é causada pela baixa resolutividade das maternidades localizadas interior do Piauí.

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarMaternidade Evangelina Rosa.(Imagem:Divulgação)Maternidade Evangelina Rosa.
Sobre as mortes ocorridas na semana passada, o gestor garante que não foram causadas por negligência.

“O caso da primeira morte era de uma paciente que tinha o quadro infeccioso grave que complicou todo o processo de resolução e culminou com um choque céptico irreversível. A outra paciente acha-se, inicialmente, que houve uma embolia de liquido amniótico com complicação grave que comumente termina em óbito”
, explicou José Brito.

Uma acompanhante de paciente, que preferiu não se identificar, se assusta com o que viu de perto na Maternidade.

“Parece mais com um cenário de guerra. Estou em choque com o horror que eu vi lá dentro. Isso é um descaso, uma calamidade. São pessoas morrendo por falta de atendimento”,
descreveu.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (Sesapi) informou que a superlotação vem provocando estes problemas e que a meta do Governo do Estado é a construção de uma nova maternidade.

Maternindade aguarda reabertura

Para desafogar a superlotação da Maternidade Dona Evangelina Rosa, a direção da unidade, pontua com uma das soluções a reabertura de outra maternidade da capital, a do bairro Buenos Aires, na Zona Norte de Teresina, gerida pela Prefeitura de Teresina.

A reforma e ampliação do espaço já se arrastam há quase dois anos. A obra está pronta, mas não foi inaugurada. Um dos motivos seria a demora da Eletrobras em aprovar o projeto que solicita o aumento da capacidade energética do prédio. Este prazo se arrastou por 90 dias.

Por mês, na Maternidade do Buenos Aires, eram realizados entre 100 e 150 partos e os procedimentos foram transferidos para outras duas maternidades do município. “A equipe deo Programa Ssaúde da Família está orientando para a Maternidade do Satélite e do Cianca e do Promorar”, informou Rosélia Sena, diretora da Maternidade do Buenos Aires.

Em resposta, a Eletrobras Piauí ressaltou que o projeto da rede elétrica demorou ser entregue e por haver erros foi reprovado por quatro vezes.

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