Acidentes com motos é um problema crônico no PI, diz superintendente da PRF

08/08/2019 08h04


Fonte Cidadeverde.com

Imagem: Analice BorgesClique para ampliarStênio Pires, superintendente da PRF no Piauí.(Imagem:Analice Borges)Stênio Pires, superintendente da PRF no Piauí.

Recém-empossado superintendente da PRF no Piauí, Stênio Pires, declarou que o estado sofre de um problema crônico ao se referir a quantidade de acidentes envolvendo motocicletas nas rodovias federais que cortam o Piauí.

Pires disse em entrevista ao Jornal do Piauí, nesta quarta (07), que o estado possui mais motos do que automóveis registrados, sendo que a moto - não apenas no estado piauiense, mas em todo o país é a que mais ocasiona vítimas.

"Caiu com a moto é muito difícil você não ter uma lesão grave. Uma simples queda pode provocar um traumatismo craniano ou a morte", disse.

"A moto, mais uma vez por exemplo, no interior do estado, é comum nos observarmos três, quatro, já pegamos até seis pessoas em uma moto. Já tivemos acidente envolvendo seis ou sete vítimas que estavam em apenas duas motocicletas. É um problema crônico que nós temos no estado do Piauí, e que nós também já iniciamos um trabalho de fiscalização com a operação Rodo Vida. Essa operação tem como objetivo fiscalizar mais fortemente a questão das motocicletas".

O superintendente acrescentou que além da fiscalização, o Projeto Educar deverá fortalecer a conscientização da educação no trânsito, e busca "trabalhar parcerias com as prefeituras, o estado e as escolas no estado, levar esse trabalho de educação para o trânsito de forma interdisciplinar dentro das diversas matérias com o objetivo de aumentar o nível de consciência e da importância de andar de forma correta no trânsito".

Fiscalização e duplicação

Um dos pontos que possibilita essa maior quantidade de acidentes é a ausência de órgãos municipais fiscalizadores de trânsito. "Nós temos 244 municípios, apenas 11 ou 12 tem fiscalização municipal. Então, ao longo das rodovias federais - que cortam vários municípios - nós temos que os motociclistas que transitam sem capacete ou é inabilitado acabam transitando em uma rodovia federal, se envolvendo em um acidente, muitas vezes com vítimas fatais", comentou Pires.

Os poucos trechos de rodovias duplicadas também foram discutidos na reportagem. "Nós temos entorno de 30 a 35% de rodovias duplicadas e um trecho total de três mil quilômetros. Isso favorece muito o acidente tipo colisão frontal, que é um tipo gravíssimo de acidente, raramente sem vítimas"

A PRF também tem intensificado a fiscalização no tocante das ultrapassagens em locais proibidos ou forçadas para tentar reduzir as mortes.

Sobre a conhecida "rodovia da morte", o superintendente ressaltou que a "BR-135 já está sofrendo uma intervenção forte por parte do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e está sendo alargada".

"A faixa tinha normalmente três metros de largura em cada faixa, e até menos que isso em alguns locais, e está sendo alargada para três metros e meio, com acostamento de três metros. Ainda há um grande trecho a ser recuperado, mas o que já foi feito com certeza colaborou para redução das mortes".

O Sul do Piauí foi uma zona esquecida pela PRF por um tempo, mas agora virou uma zona de escoação agrícola devido a atuação do Matopiba, ampliando o crescimento econômico nos últimos anos - com expectativa de ampliação desse mercado, disse o superintendente, afirmando que a PRF voltou a atenção para a região.


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