Ações de saúde, cidadania e assistência religiosa transformam a realidade do sistema prisional
25/12/2023 14h39Fonte Governo do PiauÃ
Além de garantir a segurança e a custódia dos apenados, a Secretaria da Justiça (Sejus) desenvolve, durante todo o ano, uma série de ações de saúde, assistência social, cidadania, assistência religiosa e educação como estratégia de garantir a ressocialização dos internos do sistema prisional do Piauí.Em um esforço contínuo para garantir a saúde e o bem-estar dos internos do sistema prisional do Piauí, a Secretaria da Justiça (Sejus) realizou mais de quinze mil consultas médicas ao longo de 2023. A iniciativa faz parte de uma série de mutirões realizados em cinco unidades prisionais, abrangendo áreas cruciais como enfermagem, odontologia, psicologia, farmácia, nutrição e consultas médicas.
Durante os mutirões, os internos tiveram acesso a uma ampla gama de serviços, incluindo consultas especializadas com clínicos gerais, psiquiatras, dermatologistas e ginecologistas. Além disso, foram oferecidos exames, testes e vacinas, demonstrando o comprometimento da Sejus em proporcionar assistência médica abrangente aos indivíduos sob sua custódia.
Imagem: DivulgaçãoA Sejus acredita que ressocializar é dar condições e suporte para uma mudança de vida e reintegração na sociedade contribuindo para a diminuição da reincidência criminal.
Na área de enfermagem, foram realizados mais de 60 mil atendimentos, abrangendo desde situações de urgência até curativos e testes diversos. A realização de cerca de 9 mil testes, visando à detecção de infecções sexualmente transmissíveis e Covid-19, evidencia a preocupação com a saúde preventiva no ambiente prisional.
A eficácia das ações foi potencializada pela articulação entre a atual gestão da Sejus, a Secretaria da Saúde (Sesapi) e o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Essa colaboração resultou em melhorias significativas no fluxo de entrada de medicamentos, vacinas, materiais e testes no sistema prisional. A vacinação, por exemplo, alcançou não apenas os internos, mas também prestadores de serviços e servidores do sistema, totalizando mais de nove mil doses aplicadas.
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A saúde mental não foi deixada de lado, com equipes dedicadas a projetos e ações educativas. Mais de 5.500 internos receberam atendimentos individuais de psicólogos, enquanto familiares foram beneficiados com mais de 1.700 atendimentos, destacando o compromisso da Sejus com a saúde mental e o apoio às famílias dos internos.
Os nutricionistas, por sua vez, desempenharam papel fundamental no monitoramento dos estoques de alimentos, na garantia de condições higiênicas no armazenamento e preparo, bem como na elaboração de cardápios adequados, inclusive para aqueles que necessitam de alimentação diferenciada.
"Com o objetivo de cuidar de pessoas, levando assistência social e saúde aos internos e internas, estamos com todo o aparato para levar esse cuidado necessário, com todos esses profissionais, medicamentos e instrumentos para avaliar a situação e atender cada pessoa", enfatiza Geuselia Cavalcante, diretora de Humanização e Reintegração Social da Sejus.
O diretor de Administração Penitenciária da Sejus, policial penal Reginaldo Moreira, destacou que o que está sendo feito é transformar a realidade das pessoas. “E isso está sendo possível com as equipes de saúde dentro das nossas unidades. Isso significa melhor assistência material e a saúde do interno. Nosso agradecimento a cada policial penal envolvido nessa missão", ressaltou o gestor.
Por meio dessas ações, a Sejus demonstra o comprometimento não apenas com a segurança, mas também com a saúde física e mental daqueles que estão sob sua custódia, buscando transformar positivamente as vidas dos reeducandos e contribuir para a reintegração social.
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Assistência social promove cidadania às pessoas privadas de liberdade ou egressas do sistema prisional
A assistência social prevista na Lei de Execução Penal (LEP) é garantida dia a dia nas Unidades Penais do estado do Piauí. Tem por finalidade amparar o interno e prepará-lo para o retorno à liberdade no seio comunitário.
Cerca de 85 mil atendimentos a familiares dos internos foram realizados pelo serviço social nas unidades penais. Foram mais de 47 mil atendimentos individualizados, com um acolhimento especializado a cada pessoa custodiada.
Para permitir o contato familiar, mais de 17 mil visitas virtuais foram realizadas, principalmente àqueles que têm dificuldade de chegar às unidades penais. Desde a pandemia, as visitas virtuais passaram a fazer parte da rotina do sistema prisional.
O acesso à emissão de documentos de identidade também é viabilizado por meio do serviço social, com uma parceria exitosa com a Secretaria da Segurança Pública, 1.008 documentos de identidade foram emitidos.
Pessoas que cumprem medidas cautelares diversas da prisão também são assistidas pela Sejus. A Central Integrada de Alternativas Penais (Ciap) conta com uma equipe multidisciplinar com psicologia, assistência social e jurídica, e em 2023 realizou mais de 12 mil atendimentos. Existem centrais em Teresina, Parnaíba e Picos e em breve chegará a cidades de Floriano e Valença do Piauí.
De acordo com a coordenadora da Ciap, Geracina Melo, são 273 instituições cadastradas para prestação de serviço comunitário. “Um trabalho importante é realizado nessas instituições com a prestação de serviço comunitário, como no Lar de Misericórdia, MP3 e Banco de Alimentos na Nova Ceasa. Isso possibilita responsabilizar pessoas que cometeram crimes de menor potencial ofensivo, contribuindo para diminuir a população carcerária”, explica a gestora.
Outro espaço importante que acolhe os pré-egressos e egressos do sistema e também seus familiares é o Escritório Social. Foram mais de 1.500 atendimentos realizados pela equipe multidisciplinar e cerca de mil encaminhamentos como cursos profissionalizantes, inserção em vagas de emprego, assistência à saúde e demais atividades.
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Assistência religiosa e a fé como ferramentas de transformação em presídios do Piauí
A assistência religiosa no sistema prisional é um direito das pessoas privadas de liberdade conforme a Lei de Execução Penal. No Piauí, essa garantia é uma realidade em todas as 17 unidades penais do Estado. Em 2023, mais de 1.500 reeducandos, por exemplo, decidiram seguir outro caminho de vida com o batismo.
No mês de dezembro foram realizados dois eventos em unidades penais de Teresina para marcar, de forma simbólica, o encerramento das atividades da Coordenação de Assistência Religiosa, que é vinculada à Diretoria de Humanização e Reintegração Social da Sejus. Um culto evangélico com muito louvor e a presença de diversas igrejas na Penitenciária Professor José de Ribamar Leite, a antiga Casa de Custódia de Teresina. Ao lado, na Penitenciária Feminina de Teresina, o arcebispo da capital, Dom Juarez, realizou, com a Pastoral Carcerária, uma missa natalina. Nos dois eventos, o secretário da Justiça, coronel Carlos Augusto, se fez presente.
Em 2023, foram contabilizados 1.567 internos batizados, mais de 870 cultos realizados, cultos infantis, além de cerca de 60 missas. Paralelo à assistência, também foram realizados quatro casamentos comunitários em parceria com o Tribunal de Justiça do Piauí nas unidades penais Professor José Ribamar Leite, Irmão Guido, Mista Juiz Fontes Ibiapina (Parnaíba) e José de Deus Barros (Picos).
Segundo a coordenadora do setor que lida diretamente com as atividades religiosas e espirituais, Rosilândia Silva, o ano de 2023 foi produtivo e para 2024 a tendência é aumentar o número de atividades no sistema prisional.
O secretário da Justiça reforça que acredita na fé e assistência religiosa como elementos transformadores de vidas no sistema prisional. “Nós temos é que levar todas as possibilidades de transformação àquelas pessoas que cometeram erros e que podem se redimir, sobretudo, por meio da palavra de Deus”, frisou coronel Carlos Augusto.
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Mais de 50% da população carcerária do Piauí está inserida em atividades educacionais
Um levantamento da Secretaria da Justiça do Piauí aponta que mais de 50% da população carcerária do estado está inserida em atividades educacionais. Aproximadamente 3.300, dos 6 mil internos do sistema prisional, participam de aulas de educação básica, projetos de leitura e ainda cursos profissionalizantes.
Dentre as atividades realizadas no sistema prisional, em parceria com a Secretaria da Educação (Seduc), estão turmas de alfabetização, ensino fundamental e médio e ainda a participação de reeducandos em exames nacionais. Em 2023, foram quase 2 mil internos participando do Exame Nacional de Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e cerca de 1.350 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste ano, os reeducandos do Piauí também participaram pela primeira vez da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep).
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Leitura Livre
Outra vertente da educação e ressocialização é o projeto Leitura Livre que abrange todas as unidades penais do estado.
“A Sejus acredita que ressocializar é dar condições e suporte para uma mudança de vida e reintegração na sociedade contribuindo para a diminuição da reincidência criminal. Como projeções para 2024, a educação prisional tende a aumentar o número de matrículas na educação básica, trazer a educação superior por mediação tecnológica para o sistema, implementar os projetos ligados ao esporte e à cultura, aumentar e oportunizar o acesso do projeto leitura livre e ainda intensificar a erradicação do analfabetismo no sistema prisional”, ressaltou a gerente de Educação Prisional da Sejus, Virgínia Freitas.
A educação profissionalizante também faz parte da realidade do sistema prisional. Ao longo do ano foram realizadas oficinas, cursos e projetos voltados para a capacitação da mão de obra carcerária. Dentre as ofertas estiveram cursos de pedreiro, corte e costura, psicultura, manejos de suínos, horticultor orgânico, doces e salgados e maquiagem. As atividades foram desenvolvidas por meio de parceria com a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Senar, Sebrae, Fundação Reciclar, Sasc, Tribunal de Justiça, Ministério Público Estadual e Defensoria Pública do Estado (DPE).
A Sejus realizou dois eventos abertos ao público para destacar o trabalho feito pelos internos nas unidades penais. A Feira Agroecológica com produtos da agrofloresta da Penitenciária Irmão Guido e a Feira Sociocultural com estandes das diversas unidades penais do sistema, mostrando o potencial de produção nos estabelecimentos prisionais.
“Agradecemos aos policiais penais, professores e a parceria com a Seduc. Estamos cumprindo a determinação do governador Rafael Fonteles que o ensino e a aprendizagem estejam presentes em todas as unidades. Temos a certeza de que, juntos, iremos construir um sistema de cumprimento de pena mais humano e mais justo e que essas pessoas ao concluírem suas penas retornem melhor para as suas famílias e sociedade piauiense”, frisou o secretário da Justiça, coronel Carlos Augusto.
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