Alunas denunciam professor por assédio: "se sair tira 10"
28/06/2019 08h08Fonte Cidadeverde.com
Duas estudantes de Direito denunciaram na Delegacia da Mulher, no Centro de Teresina, um professor por assédio e importunação sexual.
As universitárias de 28 anos e 21 anos informaram à delegada Vilma Alves que o professor Arnaldo Eugênio - do curso de Direitos Humanos - chegou a propor que uma delas saísse com ele em troca de aprovação no TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
"Ele dizia: você sabe como tirar 10 no TCC e insinuava: se sair comigo tira 10", disse a estudante.
As duas universitárias conversaram com Cidadeverde.com. As identidades foram preservadas porque as vítimas estão com medo de retaliações. A estudante de 28 anos é casada e relatou que as insinuações começaram quando o professor passou a ser seu orientador para a monografia.
"Primeiro ele me cobrou R$ 200 para alguém fazer minha monografia. Eu disse que estava desempregada e não tinha o dinheiro. Então, ele chegou a dizer: se sair à noite comigo para tomar umas cervejas, eu faço seu trabalho", relata.
A vítima disse que a cada encontro para a orientação do TCC ocorria assédios. "Uma vez, ele me beijou na orelha, ficou saliva e isso me deixou desnorteada. Fiquei muito abalada e não fiz denúncia no dia porque tinha medo". afirma.
A delegada Vilma Alves disse que abriu inquérito e está apurando o caso.
"Isso fere a dignidade da mulher. Nós temos que defender a dignidade, a liberdade e o respeito às mulheres. O professor é mais que um pai, um amigo, é uma pessoa de expressão de confiança. Como dizer: eu lhe dou uma nota se você tiver um relacionamento. Isso é um absurdo", disse a delegada.
A vítima de 21 anos procurou o professor porque o tema de seu TCC era sobre sistema carcerário. Arnaldo Eugênio é doutor e especialista em segurança pública.
"Ele alisava meu braço, passava a mão em meu cabelo e chegou ao ponto de dizer: você sabe o que precisa para ficar melhor ainda e perguntava: não quer namorar comigo?", conta a estudante.
O Cidadeverde.com entrou com contato com o professor e ele disse que não tinha conhecimento da denúncia.
"É uma denúncia sem pé e nem cabeça. Não estou sabendo, mas assim que me inteirar da denúncia procuro o site para esclarecer", disse o professor.
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