Aluno do Piauí representará Brasil durante olimpíada científica no Irã

19/05/2011 22h16


Fonte 180graus

Imagem: 180grausClique para ampliar?Sempre que preciso de um livro para estudar meus pais compram, me ajudam muito?(Imagem:180graus)Sempre que preciso de um livro para estudar meus pais compram, me ajudam muito?

Dividido entre olimpíadas e vestibular, o piauiense Mateus Braga, de 17 anos, é um dos representantes do Brasil no Torneio Internacional de Jovens Físicos (International Young Phisicists Tournament), que neste ano acontece no Irã, de 22 a 30 de julho.

A delegação brasileira será composta por dois estudantes da equipe premiada com a medalha de ouro, a “The Inverted Arrow of Time” de Guarulhos, e por um estudante de cada uma das três equipes que receberem a medalha de prata. A equipe será preparada de modo intensivo entre os meses de maio e julho, incluindo visitas a laboratórios de importantes universidades brasileiras, workshops preparatórios e simulações de Physics Fights.

A equipe Leviatã, de Teresina, conquistou a medalha de prata com o esforço dos alunos José Mateus Guerra, Mateus Fernando, Letícia Nunes, Pedro Victor e Mateus Braga do Instituto Dom Barreto, que são amigos há certo tempo. “Foi um trabalho em equipe, todos se dedicaram igualmente. A gente sempre gostou e pretende fazer vestibular para essa área”, relata Braga.

Dentre as 18 equipes participantes da etapa nacional do IYPT, nos dias 13, 14 e 15 de maio em São Paulo, na USP e Universidade Paulista, 4 eram do Piauí, 3 do Dom Barreto e uma do Colégio Sagrado Coração de Jesus. Destas, somente uma não ganhou medalha, mas todas tiveram bom desempenho, uma vez que a disputa para resolução dos problemas foi acirrada e a diferença de notas era mínima, decidida pelos décimos. “Apesar da competição, no final todas as equipes daqui estavam bem unidas”, confessa Mateus.

A melhor colocação piauiense, medalha de prata, pertence à Leviatã, da qual o jovem faz parte pela segunda vez, “ano passado a gente achou muito interessante e resolvemos voltar este ano”, explica o motivo do retorno. Também teve bronze para outras duas equipes piauienses: “Umidade Zero” e “Lépton”.

TRABALHO EM EQUIPE

O título é consequência de um esforço em grupo. Antes de chegar a São Paulo foi dada uma lista de problemas, são vários dias de pesquisa, experiência e cálculo. Braga relembra: “faltava uma semana pra gente terminar as atividades e tivemos que faltar aula para resolvê-las. Na última semana, quase que a gente não dormiu, eram 3, 4 horas por dia. Cada um tinha uma prioridade de um problema”.

As 18 equipes eram divididas por 5 salas, durante 3 rodadas, até a classificação para a final. As bancas de avaliação foram compostas por professores das mais importantes universidades brasileiras como USP, UNICAMP e ITA, além de ex-participantes do IYPT familiarizados com o nível da competição internacional.

PIAUÍ GANHA MEDALHA DE PRATA EM OLIMPÍADA CIENTÍFICA
Daí veio o resultado: medalha de prata para Teresina. “A gente não tinha certeza de nada, a diferença de notas era muito pequena. Não tínhamos nem noção do resultado, foi até um pouco surpresa para gente”, conta o estudante. Como quem fica com a medalha de prata tem o direito de levar um integrante para a equipe brasileira e Mateus Braga participa de olimpíadas na área exatas por afinidade e incentivo dos pais e professores desde a 5ª série, ele foi o eleito pelos amigos para representar a equipe e o Brasil na fase internacional.

É ano de vestibular e o curso já está em mente, mas nada definido. Mateus já fez teste vocacional, o resultado foi de 95% para a área de cálculos. “Aqui em Teresina o pessoal faz vestibular mais para direito e medicina, mas meus pais entendem que eu gosto mesmo é de exatas”. Por isso mesmo que Braga pretende fazer vestibular, no meio do ano, para UNB (Universidade de Brasília), e depois FUVEST (Fundação Universitária para o vestibular), ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e ENEM.

A rotina de estudos não é nada fácil, começa pela manhã, em casa, numa média de quatro horas por dia, ele se dedica aos livros. Sem contar as horas no colégio. Quem sente orgulho disso tudo são os pais do mocinho, Raimundo Neto e Gardênia Maria o apóiam, “sempre que preciso de um livro para estudar eles compram, me ajudam muito nos meus estudos”, agradece Mateus.

Experiência social não faltou durante o evento, “a gente aprendeu tanta coisa e conheceu tanta gente. Conversamos muito com a equipe de Góias e com os jurados”.

Domingo será o reencontro das equipes do Piauí. “Ainda não definimos onde vai ser, mas todos já combinaram de se ver”, finaliza Mateus.

Agora é só desejar sorte para o piauiense que vai para o Irã com a grande missão de representar o país.