Alunos reaproveitam pneus e dão exemplo de sustentabilidade no PiauÃ
06/03/2016 09h00Fonte G1 PI
Em tempos de dengue e zika vírus, alunos e professores de uma escola estadual do bairro Morada Nova, na Zona Sul de Teresina, resolveram dar um bom exemplo de sustentabilidade e combate aos focos do mosquito Aedes aegypti.Os estudantes de uma das turmas do Centro de Ensino Médio de Tempo Integral João Henrique de Almeida Sousa (Cemti) usaram o próprio espaço da unidade para desenvolver atividades de reaproveitamento de pneus, garrafas pet e outros objetos que geralmente são descartados pela população e se tornam potenciais criadouros para o mosquito Aedes aegypti.
Uma quadra de areia, mesas de tênis, bancos e uma agradável área de lazer foram feitos somente com material reaproveitado.
Imagem: Gustavo Almeida/G1 Piauí
A diretora da escola Djanira Alencar, garantiu que quem estuda na unidade de ensino aprende que prevenção é a tarefa de todos e por isso o projeto especial é desenvolvido na instituição de ensino. E atualmente, quem visita a escola logo percebe os resultados do projeto.
Intitulada de Cemtisaúde, a iniciativa começou ainda em 2009 e se repete anualmente na escola, com temáticas voltadas para a área da saúde e da qualidade de vida. A abordagem do projeto em 2015 foi Sustentabilidade, e teve como subtema desafios e possibilidades no âmbito da educação física escolar.
De acordo com a diretora da escola, Djanira Alencar, os pais dos alunos também participaram de forma bastante ativa no desenvolvimento do projeto. Segundo ela, as atividades foram executadas ao longo de quase quatro meses e pelo menos 200 pneus foram retirados do meio ambiente para a reutilização na unidade escolar.
"Na maioria das vezes a temática é um problema emergente na sociedade e daí veio a ideia de uma das turmas de trabalhar o reaproveitamento do pneus. Alguns objetos os pais e os alunos recolheram nas ruas e trouxeram para a escola, outros solicitamos ao Centro de Zoonoses e também tivemos doação de uma loja", contou a diretora.
Imagem: G1 PI
O estudante Lucas Gabriel, 15 anos, pertence à turma que desenvolveu as atividades no fim do ano passado. Ele diz que a experiência foi muito enriquecedora e que hoje tem orgulho de ver os espaços organizados pelos alunos. O jovem afirmou que as atividades desenvolvidas no local precisam servir de exemplo também fora da instituição.
"É bom ver que tudo isso foi a gente que fez com muita dedicação, trabalho e vontade. Acho que se cada um fizer o mínimo já será o máximo na nossa sociedade. Na minha casa eu também faço o mesmo que fiz aqui na escola onde estudo. Esse trabalho irei levar para o resto da minha vida", falou.
A mesma opinião tem a aluna Larissa do Nascimento, 16 anos, que teve total engajamento durante as atividades do projeto. A estudante conta que o pai dela também se dedicou bastante e disse que a participação da família nas atividades escolares é muito importante. Segundo ela, a experiência jamais será esquecida.
"Foi uma experiência única. É muito legal poder aproveitar esse material e mostrar para as pessoas que podemos transformá-los. Quando fomos começar o projeto eu falei para meu pai e ele deu muita força. Acho que todo mundo fazendo sua parte chegaremos a um mundo melhor", disse a aluna.
As atividades desenvolvidas pela turma foram coordenadas pelas professoras de educação física Thaianá Santos e Deusenira Santos. Segundo elas, a ideia de usar a temática da sustentabilidade para criar as áreas de lazer e de atividade física surgiu diante da carência de espaços e também para otimizar o tempo que os alunos ficam na instituição.
Além, é claro, de ser uma atitude importante frente ao problema de saúde que o mundo, especialmente o Brasil, vive atualmente, que é a luta e o combate ao mosquito que transmite as doenças Dengue, Zika e Chikungunya.
"Nós temos uma escola que não conta com tantos espaços. Como é na modalidade integral, onde eles passam o dia todo, nós tentamos dinamizar criando novos espaços para proporcionar o momento de lazer e demos uma dinamicidade nas aulas de educação física. Então tiramos do meio ambiente materiais que estavam prejudicando a população e reinventamos novos espaços com eles", explicou a professora Deusenira.
Além das atividades práticas desenvolvidas, os alunos do Cemti João Henrique de Almeida Sousa ainda realizaram pesquisas e tiveram palestras com profissionais sobre a temática trabalhada. A escola conta atualmente com 335 alunos matriculados na modalidade ensino médio e recebe, segundo a direção, uma verba mensal de apenas R$ 3.530 do governo estadual para poder se manter.
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