Antes de fugir de Penitenciária, preso avisa que vai para litoral do PiauÃ
26/02/2017 08h22Fonte G1 PI
Entre os presos que fugiram da Penitenciária Irmão Guido na manhã de sábado (25) estão os dois irmãos gêmeos, identificados pela Polícia Civil como os chefes da quadrilha de assaltantes desbaratada na quarta-feira (22) durante a Operação Tsunami. Um dos fugitivos, inclusive teria avisado o destino após a fuga: a cidade de Parnaíba, que em conjunto com Luís Correia sediam as principais festas de carnaval do litoral piauiense.De acordo com o Sindicato dos Agentes penitenciários (Sinpoljuspi), os dois presos estão na lista dos 26 presos que fugiram da Penitenciária Irmão Guido, por volta de 9h da mahã deste sábado. "Os dois estão entre os que fugiram e por isso estamos sem acreditar como a Secretaria de Justiça não detectou a possibilidade de eles empreenderem fuga. A Polícia Civil fez uma operação e a Sejus foi incapaz de transferir", comentou o diretor jurídico do Sinpoljuspi, Vilobaldo Carvalho.
Imagem: Catarina Costa/G1 PIGêmeos fugiram da Penitenciária Irmão Guido neste sábado.
Vilobaldo disse ainda que um dos presos avisou para onde iria, dando pistas da fuga. "Antes da fuga havia um vídeo em que um dos gêmeos dizia que ia para Parnaíba, inclusive dizendo que podia deixar tudo preparado", relatou o diretor, enfatizando que a partir da Operação Tsunami os presos deveriam ter sido transferidos imediatamente.
Segundo Vilobaldo Carvalho, a Sejus tinha informações também a respeito da fragilidade da Penitenciária Irmão Guido. "Em 2015 entregamos um relatório em que presos informam que em 40 minutos conseguiriam empreender uma fuga pela parede do presídio ser frágil. Inclusive pedimos a instalação de um piso mais forte, com concreto", disse.
O diretor ainda criticou a iniciativa da Sejus de punir os agentes penitenciarios. "Quando acontece tudo isso depois da superlotação e da falta de agentes a secretaria quer punir os agentes", reforçou.
A Secretaria de Justiça informou que um dos gêmeos já foi recapturado.
Quadrilha tinha atuação em Teresina e Parnaíba.
De acordo com a Polícia Civil as orientações para a quadrilha eram repassadas a partir de visitas de familiares que transmitiam para outros criminosos, que atuam em Teresina e Parnaíba. Segundo o delegado Willame Moraes, coordenador da Grupo de Repressão ao Crime Organizado, as orientações para a quadrilha também eram repassadas por telefone.
“Essas ordens desses dois são repassadas para fora do presídio através das visitas e dos telefones também, que é objeto de investigação. Eram repassadas para comparsas de fora que cumpriam essas ordens”, explicou o delegado.
Com a diversificação das áreas de atuação o grupo passou a se dividir atuando de modo separado. “Esse grupo se estendeu e os objetos visados por eles mudaram, se criando dois grandes grupos: um para explosão de caixas eletrônicos e outro que faz arrombamentos a estabelecimentos comerciais”, relatou o delegado.
Mesmo atuando separadamente, os grupos se interligam através de alguns membros. “De caixas eletrônicos nós já temos 15 pessoas presas, três hoje e 12 anteriormente. Relacionadas à quadrilha de assaltos e arrombamentos temos nove pessoas presas hoje e anteriormente temos cinco. Temos 29 presos ao todo”, afirmou.
A Secretaria de Justiça, por meio de nota, disse que está dando pleno apoio à Delegacia Regional de Parnaíba, ao Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) e ao Núcleo de Inteligência da Segurança Pública, na condução das investigações da Operação Tsunami.
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