Após dar pintos para alunos cuidarem, escola no PI vê reduzir casos de gravidez precoce
21/05/2017 08h07Fonte G1 PI
Uma ação que visa reduzir o número de estudantes grávidas na adolescência já apresentou resultados positivos em um ano de execução em Teresina. Segundo a professora Lessandra Ribeiro, idealizadora do projeto “Na Adolescência não faça filhos, leia livros” a escola percebeu uma redução nos casos de gravidez precoce.Divididos em casais, os estudantes no Centro Estadual de Educação Profissional Prefeito João Mendes Olímpio de Melo, mais conhecido como Premen-Norte tiveram que cuidar de um pintinho durante dois meses e vivenciar uma experiência mais real sobre as dificuldades e responsabilidades de ser pai ou mãe ainda na adolescência.
No experimento, os alunos precisam acompanhar o "filho" e fazer todas as anotações em um cartão de vacina com as medidas de peso e altura registrando o desenvolvimento do seu "bebê". Ao final, eles terão que entregar um relatório ao professor. O pintinho será devolvido à professora e estes serão levados a um sítio.
“Ficamos felizes com resultados do projeto porque nenhuma aluna ficou grávida neste período. Acredito que eles, tanto meninos como meninas, se conscientizaram da responsabilidade que é criar um filho e como isso modifica a vida deles”, comemorou a professora.
Roman Gabriel, 18 anos, participou do projeto do ano passado com Hanna Beatriz Sales Andrade. Eles relatam como foi a experiência de preocupar-se do pintinho Léo Júnior. Para ele, o trabalho é semelhante ao de cuidar de um filho.
“Deu muito trabalho porque para onde eu ia tinha que levá-lo. Além disso, tinha que dar comida, mas o incômodo maior era na hora de dormir porque ele ficava no meu quarto e piava muito durante à noite”, lembrou.
Imagem: Gilcilene Araújo/G1 PI Estudante que recebeu pinto ano passado fala sobre importância do projeto em Teresina.
Apesar do trabalho, o jovem se apegou tanto ao bicho que ele tornou-se animal de estimação. Lessandra Ribeiro explica que foco da iniciativa são alunos do 1º ano do ensino médio porque ela acredita que se forem conscientizados cedo evitarão uma gravidez precoce.
“A ideia surgiu depois que percebi que 10 a 15 estudantes na faixa etária entre 15 e 17 anos surgem grávidas na escola todos os anos. Então, pensei que se elas obtiveram informações sobre gravidez na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis poderíamos mudar as estatísticas e graças a Deus isso aconteceu”, destacou.
Na sexta-feira (19) aconteceu a entrega de novos pintinhos para alunos do 1° ano do ensino médio. Yslley da Silva , 14 anos, e Rebeca Oliveira, 15 anos, receberam sua “filha” Rute e estavam bastante ansiosos para vivenciar esta experiência. Os dois simulam uma guarda compartilhada. Enquanto ela fica durante a semana, ele vai cuidar do "bebê" nos fins de semana.
“Ele vai se apegar mais à mãe (Rebeca) porque vai passar mais tempo com ela, mas na medida do possível eu vou dar assistência e acredito que essa experiência será muito boa“, comentou o estudante.
“O projeto realmente vai conscientizar sobre as dificuldades de se ter um filho de verdade porque são tantas regras, ficar atento, dar carinho, se dedicar e por conta disso, acredito que vamos pensar duas vezes antes de engravidar”, falou a adolescente.
Imagem: Gilcilene Araújo/G1 PIAlunos recebem pinto durante projeto em escola de Teresina.
Gravidez na adolescência
No Centro Estadual de Educação Profissional Prefeito João Mendes Olímpio de Melo há quatro estudantes grávidas. Elas não participaram da ação porque não cursavam o ensino médio quando ele foi desenvolvido. Agora, elas se preparam para criar um bebê de verdade.
“Eu não tive a oportunidade de experimentar desta vivencia antes, no entanto, não ponho culpa na escola ou na minha família porque não foi falta de informação. Agora, só resta me preparar para saber cuidar bem deste bebe”, afirmou a estudante de 17 anos, grávida de três meses.
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