Após fechamento do único banco, falta dinheiro em cidade do Piauí

08/08/2014 10h50


Fonte G1 PI

Imagem: Reprodução/TV ClubeClique para ampliarCom a limitação da agência, população forma filas para usar caixas eletrônicos no comércio.(Imagem:Reprodução/TV Clube)Com a limitação da agência, população forma filas para usar caixas eletrônicos no comércio.

Após três meses do fechamento da única agência bancária de São Miguel do Tapuio, no Norte do Piauí, a quantidade de dinheiro circulando na cidade ficou limitada. O problema foi ocasionado depois que o banco foi alvo de assaltantes no dia 28 de maio e após o episódio a agência nunca mais funcionou regularmente. Aposentados e servidores públicos têm dificuldade para receber os benefícios e salários e a insegurança gerada depois do assalto fez com que comerciantes se unissem para pagar policiais militares.

O município de São Miguel do Tapuio tem 19 mil habitantes e fica na divisa do Piauí com Ceará, o que facilita a ação e a fuga dos bandidos. O clima é de insegurança na região. Sem dinheiro, as vendas caíram 70% e os moradores recorrem aos pontos comerciais onde há caixas eletrônicos.

Há três meses os aposentados não conseguem sacar o dinheiro da Previdência Social e muitos moradores procuram outras cidades para realizar transações bancárias e evitar as filas. “Já vim nesta agência diversas vezes na tentativa de retirar meu pagamento, mas não consigo porque assim que o banco abre demora poucos minutos e já não há mais dinheiro nos caixas”, lamentou a dona de casa.

Os professores não foram prejudicados porque estão sacando os salários em cidades vizinhas.

"Nós professores estamos indo para Valença e Pimeteiras correndo risco de assaltos no caminho. Quando vamos para a agência da cidade esperamos até três horas para ser atendido e quando dá 10h já não tem dinheiro no caixa",
contou Francisco Almeida.

Diante de tantos assaltos ao banco e estabelecimentos comerciais e com o clima de insegurança na região, os comerciantes se uniram e resolveram pagar policiais militares.

O grupo de doadores soma 55 pessoas e as contribuições variam de R$ 30 a R$ 100. O valor total arrecadado chega, em média, a R$ 2 mil. O dinheiro vai para estadia e alimentação dos policiais militares da Força Tática, que atuam em Campo Maior, e trabalham nos dias de folga.

"Não é uma obrigação nossa, mas devido a situação que está a segurança pública, nós decidimos tomar esta atitude para não ficarmos a mercê dos bandidos",
explicou o comerciante Cleiton Martins.

O comandante da Polícia Militar, coronel Lídio Filho, responsabilizou o Banco do Brasil pela falta de segurança nas agências e elogiou a atitude dos comerciantes de São Miguel do Tapuio.

"A população está certa e tem todo o meu apoio. O que nos entristece é um banco, uma instituição tão rica, não cuidar da sua segurança. A Polícia Militar do Piauí não pode trabalhar só para o banco, e ele não ajuda em nada. A vigilância do Banco do Brasil é feita por uma empresa no Ceará e eles querem que a PM faça a segurança. E a população como fica?", declarou.

O Banco do Brasil informou que cumpre a legislação e as normas de segurança privada, tendo inclusive os planos de segurança das suas agências homologadas pela Polícia Federal.

Para ler mais notícias do FlorianoNews, clique em florianonews.com/noticias. Siga também o FlorianoNews no Twitter e no Facebook

Tópicos: polícia, dinheiro, banco