Apreensões de drogas deixam alerta para aumento do número de dependentes no PI
22/06/2024 13h28Fonte ClubeNews
Imagem: Divulgação/PRFApreensões de entorpecentes crescem no PI.
O aumento de apreensões de drogas no Piauí acendem um alerta para o crescimento no número de dependentes químicos, pois o consumo de entorpecentes acompanha essas estatísticas.
Em maio deste ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu cerca de 800 kg de cocaína. Essa foi a maior apreensão já realizada no território piauiense.
O delegado Jarbas Lima diz que a disseminação é resultado da territorialidade que favorece essa dispersão das substâncias em meio ao estado. As facções são os principais agentes nessa criminalidade. “O estado é local de escoamento do entorpecente, que vai, geralmente, para portos no estado do Ceará, Fortaleza, Natal ou em Recife”, fala.
O impasse não está centralizado em determinadas zonas ou regiões, atinge todo estado e a dependência química gera consequência não só a usuários, mas também aos entes queridos, familiares, amigos e a população em geral, que sofre em decorrência da escalada de violência provocada pela disputa do tráfico. É o que discorre o sociólogo Carlito Lins de Almeida Filho.
“As drogas não estão mais centralizadas em áreas determinadas, elas estão presentes em grandes veículos urbanos, assim também como em áreas rurais. Elas afetam não só as classes baixas, mas também a classes médias e, principalmente, o consumos nas áreas mais abastadas”, pondera.
Achilles Bezerra, estudante de Direito, é a prova viva dos danos do consumo de entorpecentes. Ele relata que, por cinco anos, fez o uso da cannabis. O contato iniciou de forma recreativa na faculdade, através de um antigo relacionamento, no entanto, com o passar do tempo, a substância tornou-se presente no dia-a-dia do jovem.
“O primeiro contato iniciou na faculdade, junto a um relacionamento que tive com uma moça. Após esse período, eu continuei fazendo o uso. Ela me trazia uma entorpecente de relaxamento, de dissuasão, então eu romantizava meu uso. Eu vi depois de cinco anos, que estava fazendo o uso para qualquer tipo de coisa”, explica.
O estudante precisou buscar ajuda em uma clínica de reabilitação, mas até chegar a esse passo, foi um processo lento aceitar sua condição. “Difícil é o momento de aceitação. A gente que se identifica como adictos (dependente quimicamente) tem um egocentrismo muito grande, então a gente não acha que precisa de ajuda”, esclarece.
Para ele, retomar as rédeas de sua vida é como se estivesse aprendendo a andar novamente, pois o dependente perde a credibilidade com as pessoas que ama. “há uma desconfiança muito grande, mas você tem que partir do preceito que você tem que fazer. Você quer provar para si mesmo e, para os outros, que você é capaz. O voto de fé deles é necessário, então é isso que me dá força todos os os dias”, desabafa.
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