Buracos na PI-392 dificultam transporte de grãos e trazem riscos para motoristas: "é uma aventura"
04/04/2022 11h36Fonte G1 PI
Imagem: Andrê Nascimento/g1Rodovia do Piauí está intrafegável oferece riscos de acidentes por conta de buracos.
Produtores e caminhoneiros enfrentam dificuldades para fazer o escoamento da safra de grãos devido à má conservação de estradas do cerrado piauiense. As rodovias, cobertas de buracos, fornecem riscos aos motoristas.
O g1 percorreu, nesta quinta-feira (31), a PI-392, entre as cidades de Ribeiro Gonçalves e Baixa Grande do Ribeiro, e sofreu os percalços junto com caminhoneiros.
O Departamento de Estradas de Rodagem do Piauí (DER-PI) explicou que o processo de licitação para recuperação da rodovia está em fase final, porém o processo licitatório ainda está sob análise da instituição federal. Leia a nota completa do DER no final desta reportagem.
Imagem: Reprodução/ Google Maps PI-112 fica localizada entre cidades de Ribeiro Gonçalves e Baixa Grande do Ribeiro, no Sul do Piauí.
O fazendeiro Ricardo Farias, durante a recepção ao presidente da Jair Bolsonaro (PL) na fazenda Ipê, em Baixa Grande do Ribeiro, afirmou que, em média, 150 mil rodotrens trafegam pela rodovia anualmente e destacou a importância da infraestrutura.
"A gente tá numa região abençoada pela natureza, mas esquecida pelos homens. Aqui a gente tem chuva, solo bom, gente boa, mas as rodovias estaduais são impossíveis de transitar. A gente transita mais de 150 mil rodotrens por ano, é muito importante a questão da infraestrutura", disse.
Imagem: Andrê Nascimento/g1 Buracos em PI-392 dificultam escoamento de grãos e oferecem riscos para motoristas.
A região é a maior produtora de grãos do estado. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em setembro de 2021, aponta que a produção agrícola de Ribeiro Gonçalves e Baixa Grande do Ribeiro foi equivalente a R$ 1.674.677 milhão em 2020.
"Isso aqui é uma aventura"
Imagem: Andrê Nascimento/ g1 Piauí Baixa Grande do Ribeiro, no Sul do Piauí.
A rodovia PI-392 é estreita e sem acostamento. Em alguns trechos, a quantidade de buracos é tamanha que fica impossível não cair em um deles, e os motoristas precisam trafegar pela lateral da pista.
Pneus rasgados, suspensões danificadas e trajetos horas e horas mais longos são as reclamações mais comuns dos motoristas. Mas há casos de atolamentos e até acidentes.
Segundo o motorista de caminhão Odair José, a época de chuvas tanto piora a situação e os estragos provocados pelo fluxo de veículos como dificultam os trabalhos de recuperação da estrada. Para escapar dos buracos, ele precisou fazer um "zigue-zague" com caminhão pela pista.
"A gente precisa fazer assim, se não os pneus, molas, suspensões vão tudo embora. A gente já teve vários prejuízos, tive um pneu estourado por um buraco. Num período como esse, de colheita, em que o fluxo de caminhões triplica, a condição que a gente encontra é essa aqui", comentou.
Além dos caminhoneiros, motoristas de carros de passeio e de ônibus também passam dificuldades.
Imagem: Andrê Nascimento/ g1 Piauí Buracos em PI-392 dificultam escoamento de grãos e oferecem riscos para motoristas: "isso aqui é uma aventura".
"Isso aqui é uma aventura, um trabalho de dublê sem o salário", foi como o motorista de ônibus Jonatas Oliveira, que percorre a PI-392 diariamente, definiu o trecho 39,5 km da rodovia.
O ônibus de Jonatas sofreu um problema nos freios logo após sair da cidade e ficou parado no meio da pista. Os passageiros, que iam ao Maranhão, perderam seus compromissos, como a trabalhadora rural Raquel Sousa.
"Vou a cada 15 dias trabalhar numa fazenda em Balsas, e isso já virou rotina. Quando não é a pista, é algum problema nos ônibus. E só tem essa opção", relatou.
Leia abaixo a nota do Departamento de Estradas e Rodagens (DER):
O Departamento de Estradas de Rodagem do Piauí (DER-PI) esclarece que o processo de licitação, por meio de convênio com a Caixa, para recuperação da rodovia exibida na reportagem está em fase final, porém o processo licitatório ainda está sob análise da instituição federal. O valor da obra é de R$ 45 milhões e contempla o trecho entre Sebastião Leal, Uruçuí, Ribeiro Gonçalves e Baixa Grande do Ribeiro.
O DER-PI adianta que a empresa contratada pelo órgão já tem duas equipes de conservação na região executando os devidos reparos na rodovia.
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