Casos de feminicÃdio aumentaram 43% entre 2023 e 2024 no PiauÃ
22/01/2025 15h56Fonte Portal Clube News
Entre 2023 e 2024 houve um crescimento de 43% nos registros de feminicídio no Piauí, o número subiu de 28 para 40. Os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), também revelam que a maioria dos casos foi em municípios do interior do estado.Ainda conforme informações da secretaria, dentro das ocorrências registradas, as que foram tipificadas como feminicídio chegaram ao maior índice em dez anos, desde quando esse crime começou a ser tipificado. Dos 61 registros de mortes violentas em 2024, 40 foram classificadas como feminicídio.
Em entrevista à TV Clube, uma mulher que preferiu não se identificar, relatou ter sofrido ameaças constantes do companheiro. Segundo ela, o homem também ameaçava matar pessoas com quem ela mantinha amizade.
“Ameaçada o tempo todo. Porque aonde ele vai, que ele sabe que não tem câmeras, ele quer me pegar. Às vezes até dentro do Conselho da Mulher, que ele ia me deixar, já tentou me matar. As minhas amigas se afastaram de mim por esse motivo, ele dizia que mataria eu e minhas amigas. No último dia que fui com ele para uma consulta no CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), ele chegou a dizer que mataria eu e o psiquiatra. Então assim, eu vivo mesmo assustada”, detalhou.
Imagem: TJRSOs dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP), também revelam que a maioria dos casos foi em municípios do interior do estado.
De acordo com a socióloga Marcela Castro, os números apresentados são o reflexo de um somatório de várias questões.
“A demora na implementação de algumas políticas públicas, além da questão da impunidade. Tem também a pós-denúncia, porque muitas mulheres fazem a denúncia e além de não ter um retorno no tempo hábil, muitas se encontram desprotegidas. Falta uma rede de apoio familiar e, muitas vezes, a própria rede de proteção não chega a muitas mulheres”, explicou.
Segundo a diretora de Avaliação de Risco, da Secretaria de Segurança Pública, Eugênia Vila, a maioria dos casos ocorre na intimidade dos casais, o que dificulta o trabalho da polícia.
“Precisamos entender que esses crimes são, na maior parte, feminicídios íntimos. Então ocorrem na constância de uma relação íntima, nós da polícia não tomamos conhecimento. Quando chega para a polícia, a mulher já está morta. Nosso grande desafio é esse caso chegar antes”, destacou.
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