Cerca de 7 mil alunos estão sem ir à escola após boato de atentado no PI

29/07/2014 08h25


Fonte G1 PI

Imagem: Catarina Costa/G1Salas de aula ficaram desertas após alunos não comparecem a escola com medo.(Imagem:Catarina Costa/G1)Salas de aula ficaram desertas após alunos não comparecem a escola com medo.

O boato de que um ex-presidiário teria ameaçado invadir escolas para matar alunos e professores causou pânico na cidade de Luzilândia, Norte do Piauí. Com medo, há 14 dias cerca de sete mil estudantes da rede municipal estão sem frequentar as salas de aula. Segundo as polícias Civil e Militar, nenhuma denúncia foi formalmente registrada na delegacia, no entanto, os policiais estão em diligência para tentar localizar o homem suspeito de fazer a ameaça. Ele já foi preso por três homicídios, tem mandado em aberto por assaltos e é morador da região.

O segundo semestre do ano letivo tinha previsão para iniciar no dia 14 de julho, mas por conta do boato e após reunião com pais e professores, a Secretaria Municipal decidiu adiar o início das aulas para esta segunda-feira (28). No entanto, nenhum estudante compareceu e uma das escolas apareceu com muro pichado com recado para a polícia (imagem ao lado). Os alunos das seis escolas da rede estadual de ensino e de dois colégios particulares também estão com receio de voltar às atividades. Ao todo, são mais de oito mil estudantes.

De acordo com Maria Sales, diretora da Escola Municipal Francisco José de Meneses, localizada na zona rural, já foi feita uma reunião com os pais, mas todos estão com medo. “Os pais não deixam as crianças irem à escola com medo de perder os filhos e nós não podemos fazer nada. Quando dá 18h todo mundo está fechando as portas de casa com medo”, relatou.

“O que eu sei é que tem um cara que avisou que vai entrar no colégio para matar as pessoas e eu não vou deixar o meu filho ir para a escola enquanto a polícia não fizer nada e nem prender ninguém”, disse a dona de casa Maria do Socorro, mãe de um aluno.

Um professor, que não quis se identificar, lamentou a situação e deu pistas sobre o início do boato. “A histórica começou porque o homem teria dito que iria pegar a filha de uma policial da cidade que é seu desafeto. Daí, então, se espalhou que ele iria a qualquer escola. Os pais acreditaram e agora dizem que preferem ver o filho reprovado do que morto. Eu não deixo de acreditar porque o suspeito continua sumido”, falou.

O G1 tentou contato com o delegado regional de Luzilândia, Maicon Kaester, mas ele não foi encontrado no DP da cidade e seu celular deu sinal de desligado.

A secretária municipal de educação Alcionete Pereira alertou que a prefeitura não terá como repor as aulas porque o cronograma já havia sido refeito por conta dos jogos da Copa do Mundo. “Será um prejuízo para os alunos. É lamentável que situação e que um boato sem necessidade tenha aterrorizado os alunos e professores, mas a polícia se comprometeu em fazer rondas e vamos pedir que os alunos voltem”, disse a secretária.

De acordo com o tenente Edilson Neves, comandante da 3ª companhia do 12º Batalhão da PM de Luzilândia, há pelo menos um mês o boato corre na cidade, no entanto nenhum boletim de ocorrência por ameaça foi registrado.

“As polícias Civil e Militar do Piauí e Maranhão estão em diligência para tentar recapturar esse homem. A polícia não tem nada de concreto, mas por ele ser uma pessoa de alta periculosidade, os policiais estão atentos porque a região é grande e a cidade faz fronteira com outro estado”, disse o tenente afirmando ainda que a susposta ameça a filha de um policial militar está sendo apurada.

O secretário municipal de segurança, Adalberto Santana reconhece que os alunos estão preocupados, mas reforça a informação dada pelo comandante da cidade de que a polícia ainda não localizou o suspeito porque há várias versões de onde ele esteja. “É difícil a polícia saber se isso tudo é verdadeiro, porque não há nenhuma queixa”, disse.

Diante de tanto pânico a PM e a Guarda Municipal da cidade vão iniciar rondas pelas escolas para que os alunos possam retornar à sala de aula.

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Tópicos: alunos, escolas, professores