Com barragens secas, cidades podem entrar em colapso no Piauí em 2 meses

08/11/2015 08h12


Fonte Cidadeverde.com

A situação dos 152 municípios do Piauí que estão em estado de emergência por conta da seca prolongada pode piorar ainda mais a partir de janeiro de 2016, caso não volte a chover nas áreas onde ficam os reservatórios.

Imagem: Cidadeverde.comClique para ampliarDjalma Policarpo(Imagem:Cidadeverde.com)

Essas cidades estão recebendo água através de carros-pipa financiados pela Defesa Civil ou pelo governo federal através do Exército. Para se ter uma ideia do estrago causado pela seca, a barragem de Piaus, uma das maiores do estado, está apenas com 7.70% da sua capacidade de armazenamento, que pode chegar a 104,5 milhões de metros cúbicos de água.

“Se continuar assim, alguns de nossos reservatórios que estão em situação crítica vão gerar problemas em algumas cidades com colapso. Algumas cidades já estão sendo abastecidas com carros-pipa pela Defesa Civil na zona urbana e pelo Exército na zona rural. É preocupante a situação, é crítica, mas nós não estamos fugindo e estamos agindo”,
alerta o coordenador do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), Djalma Policarpo.

O coordenador explica que o órgão está agindo na construção de poços em comunidades sem abastecimento e de pequenas adutoras. “Já fizemos nesses 5 meses que estamos no Dnocs, 80 sistemas de abastecimentos, mas sem descuidar dos nossos reservatórios”, afirma.

Dos 25 reservatórios administrados pelo Dnocs, a pior situação de acordo com o coordenador é em Pio IX, no açude Cajazeiras. “A situação requer um acompanhamento diário do Dnocs. Estamos pedindo a conscientização no uso racional da água. É um período muito crítico. No caso de Piaus, apesar da baixa capacidade, ainda temos água para atender as cidades da região por dois meses”, afirma.

Imagem: Cidadeverde.comCidades podem entrar em colapso no Piauí em 2 meses (Imagem:Cidadeverde.com)

O coordenador diz que o órgão já trabalha numa melhor operacionalização dos reservatórios, mas os efeitos só serão sentidos no futuro. “Temos muitos projetos no Dnocs de obras de infraestrutura hídrica para que tenhamos uma segurança no futuro, mas isso requer um tempo. No momento, a gente espera mesmo é a chuva para fazer essa recarga nos reservatórios . Apesar dessas situações, até dezembro ou janeiro estamos com abastecimento dessas cidades garantidos, desde que a população nos ajude também economizando por conta do período quente”, ressalta.

O gestor diz que o racionamento de água incomoda, mas é algo que deve ser adotado sempre na região Nordeste. “Eu sei que é uma coisa chata a gente bater nessa tecla, mas é uma coisa que temos de colocar no cotidiano: o uso racional da água até no período que as barragens estejam em situações melhores. Moramos no Nordeste e vamos ter que aprender com as estiagens e a seca”, adverte.

Ainda de acordo com o coordenador, a bancada do Piauí em Brasília já tomou conhecimento da situação e resta agora trabalhar para que as obras de infraestrutura saiam do papel.

“Estamos preparando o Dnocs para o futuro, já fomos a Brasília e estamos conversando coma bancada do Piauí sobre essas obras de infraestrutura, como no Vale do Gurgueia, na região de Picos, nos afluentes dos rios menores, onde queremos fazer o barramento para ter uma segurança e uma perenização desses rios maiores. Temos que trabalhar de forma articulada para que no futuro a gente possa dar uma resposta garantindo uma segurança hídrica à população. Agora, o momento é crítico”, finalizou.

Tópicos: dnocs, cidades, seca