Constantes assaltos fazem frentistas desistirem da profissão no Piauí

11/02/2015 13h50


Fonte G1 PI

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarConstantes assaltos fazem frentistas desistirem da profissão no Piauí.(Imagem:Divulgação)

Cerca de 300 frentistas abandonaram a profissão no Piauí somente no ano de 2014. Os dados são da Federação dos Empregados em Postos de Gasolina. Os constantes assaltos registrados no estado são a principal causa da desistência dos trabalhadores.

Mas além do medo, os profissionais também reclamam que os assaltos refletem na remuneração.

Segundo o diretor da Federação dos Empregados, Sebastião Oliveira, os frentistas são obrigados a arcar com parte dos prejuízos toda vez que o estabelecimento é alvo da ação dos criminosos.

"Eles desistiram porque não aguentam mais pagar assalto. A prática está sendo essa em todo o estado. Por que nós temos que pagar os prejuízos? Isso não é justo",
questionou o diretor.

A federação afirma que para normatizar a situação, os donos dos postos de combustíveis estão obrigando os funcionários a assinar um documento atestando que não vão ficar com mais do que R$ 150 no bolso enquanto estiverem em serviço. Caso contrário, o dinheiro levado durante os assaltos deve ser devolvido ao posto ou o funcionário pode perder o emprego.

De acordo com o presidente da Comissão de Direito do Trabalho da OAB, Carlos Henrique Alencar, os descontos são ilegais. "Em regra, o risco do empreendimento é do empregador e não pode ser transferido para o empregado, portanto os descontos não podem ser feitos", falou.

Apesar disso, ele destaca que se houver uma previsão legal no acordo ou na convenção coletiva e tiver uma diretriz da empresa de conhecimento do empregado aí sim seria possível. "Já nesse caso, como não existe a previsão nem no acordo e nem em convenção coletiva, então esse desconto é indevido", completou. Ninguém do Sindicato dos donos de postos de gasolina quis comentar o assunto.

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Tópicos: postos, assaltos, frentistas