Convênio entre prostitutas do Piauí e Ministério da Saúde visa combater a AIDS

14/02/2017 13h30


Fonte Cidadeverde.com

Foi renovado na última segunda-feira (13) o convênio entre o Ministério da Saúde e a Associação das Prostitutas do Piauí (APROSPI). O contrato firmado em agosto de 2015 concedeu recursos da ordem de R$ 111 mil, liberados em agosto do ano passado. A Associação tem utilizado a verba em ações junto às prostitutas na prevenção de DSTs, sífilis, hepatites virais e AIDS.

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarConvênio entre prostitutas do Piauí e Ministério da Saúde visa combater a AIDS.(Imagem:Divulgação)

Célia Gomes, da diretoria da Associação, conta que o projeto foi alvo de críticas que ela acredita serem fruto do preconceito. Ela explica que a entidade que representa as trabalhadoras sexuais concorreu a um projeto visando captar recursos junto ao Ministério da Saúde.

"Nós não temos apoio no estado, na prefeitura, em lugar nenhum, temos que correr atrás por conta própria. As pessoas acham que somos burras, incapazes de desenvolver um projeto que mereça recursos. Agora, conseguimos esse dinheiro no ano passado e estamos aplicando em nossas ações"
, informou.

O projeto desenvolvido consiste em rodas de conversa por todo o estado, junto às cerca de 2,6 mil trabalhadoras sexuais que a Associação contabiliza. O objetivo é combater DSTs e a AIDS junto às prostitutas.

"Essas mulheres estão em situação de vulnerabilidade e ninguém nos dá apoio, então temos que ser nós mesmas. Nós não damos diagnóstico, porque não somos médicas, mas temos pessoal da SESAPI nos acompanhando e fazendo testagem, triagem, observando tudo o que estamos fazendo",
explicou.

Segundo Célia, após os exames preliminares, aquelas que tiverem um primeiro resultado positivo são encaminhadas aos Centros de Testagem para diagnóstico médico. A partir de então, inicia-se ou não o tratamento. Acredita-se que em todo o Brasil, 4% das prostitutas infectadas com o HIV tenham desenvolvido a AIDS. Todo o processo é acompanhado por fiscais do Ministério da Saúde.

Ao todo, a Associação já visitou oito municípios. A cidade de Picos é considerada prioritária, por apresentar um importante entroncamento de rodovias estaduais e federais e, assim, ter um grande fluxo de trabalhadoras sexuais e clientes.

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