Corretor deixa famÃlia a 2.500 km por namorada que conheceu no Facebook
12/06/2017 09h05Fonte G1 PI
Imagem: Samantha Araújo/ G1Clodoaldo deixou tudo na cidade de Bauru em São Paulo e veio morar em Teresina para namorar com Jilma.
Ainda que atualmente os relacionamentos por internet sejam mais comuns, há cinco anos o tema ainda era tabu para muita gente, inclusive para a fotógrafa Jilma James e o corretor Clodoaldo Dias. O casal se conheceu pelo Facebook, quando os dois estavam em processo de separação, mas eles nunca imaginavam que estariam juntos e casados.
Tudo começou em 21 de janeiro de 2012, quando Clodoaldo puxou uma conversa casual com Jilma pelo bate-papo da rede social, pelo fato de terem um conhecido em comum, uma vez que o corretor morava em Bauru, São Paulo, enquanto a fotógrafa morava em Teresina, Piauí. Na época, os dois estavam se separando e acabaram achando um no outro o apoio para um momento tão difícil.
“Achamos um no outro um ombro amigo, que não encontrávamos em pessoas próximas de nós. Eu dava força a ela para que não deixasse o seu casamento acabar e ela fazia o mesmo comigo, me incentivava a não deixar a minha mulher na época”, contou Clodoaldo.
Jilma contou que aos poucos eles ficaram cada vez mais amigos, mas que não se viam como homem e mulher.
“Para mim era mais fácil conversar sobre o que eu estava passando com ele, que mal me conhecia do que com pessoas próximas. Eu me sentia envergonhada por permanecer em um casamento que não queria mais, mas na época eu pensava que tinha que lutar, não pelo meu marido, mas pelo casamento em si”, falou.
Os dois terminaram os seus casamentos e continuaram amigos, conversavam sobre muita coisa, mas principalmente sobre Deus. “Não havia paquera, eram só dois irmãos de fé conversando, falando sobre o Senhor e as obras que ele faz em cada um de nós. Foi só isso durante um tempo. Até que eu me vi gostando dele, mas não falei. Fiquei com o sentimento para mim”, afirmou a fotógrafa.
O que Jilma não sabia, era que naquele momento, Clodoaldo já sentia o mesmo por ela. “Eu comecei a vê-la com outros olhos. Não conseguia entender como o marido dela a tinha deixado escapar, uma mulher linda, forte, independente, verdadeira, era tudo que eu queria. Comecei a me apaixonar por ela, e rezei, rezei muito para que esse sentimento fosse certo, até o ponto de eu não poder me conter. Foi aí que eu me declarei”, lembrou o corretor.
Os sentimentos entre eles foram crescendo cada vez mais. Os dois se viam trocando mensagens carinhosas, algo que para eles era novo. Foi então que Clodoaldo recebeu uma proposta de emprego para trabalhar em Teresina. Diante de tanta coisas que já havia passado e do amor por Jilma, o corretor decidiu deixar tudo em Bauru e mudar para a capital piauiense.
Clodoaldo pousou no dia 16 de março de 2012 no Piauí. Durante a tarde, o corretor caminhava pela Praça do Marquês, Zona Norte de Teresina, quando ouviu uma voz que para ele era familiar. Era a voz da Dona Elcy Martins, mãe de Jilma, atualmente sogra e segundo ela própria, a mãe do Clodoaldo.
“Eu estava andando na praça quando um homem bem alto, diferente me parou e disse: Você é a mãe da Jilma? Soube na hora que era ele. O engraçado é que isso aconteceu um dia antes deles se conhecerem pessoalmente a primeira vez, ou seja, ele conheceu primeiro a sogra, do que a mulher”, lembrou a aposentada.
Casal teve de enfrentar obstáculos
No dia seguinte, Jilma e Clodoaldo se conheceram pessoalmente a primeira vez. A fotógrafa contou ter ficado sem ação ao conhecê-lo. “Aquele momento foi muito estranho. Era como se todas aquelas mensagens, conversas por telefone tivessem se materializado, mas ao mesmo tempo era tão novo, porque nunca havia começado um relacionamento pela internet”, disse.
Mesmo namorando com Clodoaldo, por conta da influência de algumas pessoas, Jilma chegou a pensar em voltar para o ex-marido. Ela afirma que ao olhar de forma mais abrangente para tudo que estava acontecendo, percebeu que o que sentia por Clodoaldo era tão forte que só poderia ser algo divino.
Quatro anos depois do início do namoro, Jilma percebeu que até mesmo uma simples visita a igreja estava sendo motivo para que as pessoas os considerassem casados. “Íamos para a igreja juntos, assim as pessoas começaram a falar que parecíamos um casal. Eu fiquei super preocupada, porque nós nos respeitávamos muito, nunca tínhamos tido relação sexual e as pessoas nos olhavam ‘torto’, imaginando que já havia acontecido tudo entre a gente”, contou.
Clodoaldo teve de fazer uma viagem e estando consciente da preocupação da namorada, organizou o pedido de casamento. “Quando voltei de viagem nós fomos jantar e no meio da conversa Jilma falou que já estava na hora da gente conversar sobre o futuro. Eu quase não me aguentei. Deixei o jantar rolar normalmente e na hora da sobremesa o garçom trouxe o que ela havia pedido: as alianças. Ela chorou muito. Isso aconteceu no dia 17 de março de 2014”, disse.
Foi então que Jilma e Clodoaldo marcaram a data de casamento. Eles estavam se programando para comprar uma casa e por isso sabiam que não haveria festa de casamento, planejaram então apenas uma pequena cerimônia para a família. Uma amiga fotógrafa, que conhecia toda a história do casal, resolveu reunir outros amigos e organizar o casamento. Em fevereiro de 2017, Jilma recebeu ligações de diversos amigos informando que estavam dando algo para o casamento dela.
Imagem: Felícia Araújo/ Arquivo Pessoal Amigos se uniram e deram a festa de casamento ao casal.
“Eu só chorava e agradecia a Deus. Era um sonho casar de branco, com festa e com todos nossos amigos, mas imaginava que não tinha condições e faltando apenas um mês para a data marcada, ganhei um casamento pronto de todos os meus amigos. Ganhei as fotos, o dia de noiva, a decoração, os doces, o buffet, os músicos, o local, tudo, tudo, tudo”, contou emocionada.
E não havia data melhor para oficializar essa união do que 17 de março de 2017, exatamente cinco anos depois de se verem pela primeira vez. “Essa ficou sendo a nossa data. Ficou realmente marcada na nossa história”, afirmou a fotógrafa.
Quando questionados sobre uma palavra que resuma o relacionamento dos dois, Jilma e Clodoaldo respondem da mesma forma e ao mesmo tempo: Fé! “Claro que existe outras palavras, como amor, paciência e cumplicidade, mas a fé e nosso Deus sempre foram e sempre serão um pilar de sustentação no que temos”, finalizou Jilma.
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