Dados da prostituição Infanto Juvenil são alarmantes no Piauí

19/05/2011 22h38


Fonte Alepi

O Estado do Piauí tem 150 pontos vulneráveis à prostituição infantil e adolescente. E possui apenas uma delegacia especializada, com dois investigadores e uma viatura. Em algumas cidades há adolescentes que chegam a vender seu corpo por dez centavos.

Os dados foram revelados em audiência pública na Assembleia Legislativa, na tarde e noite de ontem (18). A audiência foi requerida pela deputada Juliana Moraes Souza (PMDB) e foi realizada no plenarinho da Assembleia, através das comissões de Direitos Humanos e Defesa da Mulher.

Durante quatro horas, a questão foi debatida por representantes de várias entidades que cuidam da proteção à infância e à adolescência, na presença das deputadas Juliana Moraes Souza, (autora do requerimento), Flora Izabel, Liziê Coelho, Belê Nedeiros e Margarete Coelho, além dos deputados Tadeu Maia, João de Deus e Firmino Filho.

A audiência começou com pronunciamentos das parlamentares. O deputado Tadeu Maia (PSB) também se pronunciou e disse que o problema da prostituição infantil e adolescente é mais difícil de erradicar no seio das próprias famílias. Das autoridades presentes à audiência, a primeira a falar foi a promotora Leida Diniz, que denunciou a falta de estrutura do órgão (ela chegou de carona), pois no órgão não existe uma viatura para que ela possa representá-lo em qualquer evento.

Leida Diniz protestou contra a execução de um adolescente, na mesma tarde da audiência, pelo COE (Comando de Operações Especiais). E defendeu uma polícia cidadã, pois não existe justificativa para o assassinato do menor. Criticou a existência de motéis com isenção fiscal em Teresina. O aparato de segurança nos órgãos da Justiça também foi criticado, pois existem homens e catracas que não permitem o acesso da população.

A diretora da Casa de Zabelê, Carla Simone, criticou a função cumulativa da 7º Vara da Justiça, que cuida dos entorpecentes e da prostituição infantil, também sem estrutura. Segundo ela, existem mais de 450 denúncias de abusos contra crianças e adolescentes, sem que haja uma viatura para o deslocamento nas investigações.

Carla Simone denunciou a existência de duas celas na 7º Vara, em que mulheres adultas chegam a ficar presas durante até três dias, enquanto não são mandadas para outros locais. Também criticou a falta de regras para a hospedagem de turistas, onde não se exige a identificação das pessoas, o que concorre para a prostituição infantil e adolescente. E chamou a atenção para os períodos da Copa do Mundo e das Olimpíadas.

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