De chapéu de cangaceiro a cacto: expressões e símbolos do Nordeste viram tatuagens

08/10/2023 10h42

Fonte G1 PI

No Dia do Nordestino, comemorado neste domingo (8), o g1 conversou com pessoas que decidiram eternizar na pele o amor e o orgulho pela região Nordeste. Expressões e símbolos da região se tornaram inspirações para tatuagens, que manifestam a identificação, representatividade, cultura e tradição de um povo.

Identificação

A arquiteta e urbanista Cíntia Nogueira é piauiense, mas cresceu no Maranhão. Ela contou que decidiu juntar os dois estados em uma tatuagem quando descobriu que essa junção se chamava "Piranhão".

"Essa frase já resume muito sobre o que sou, o que carrego desde que nasci e o principal motivo de ter isso na minha pele, em um local que é um “cartão de visita” pra quem me conhece. Eu não penso em outra opção a não ser amar e ter um total orgulho de tudo que vivi e vivo onde nasci e fui criada", declarou.

Atualmente morando no Piauí, Cíntia revelou ter descoberto um estado cheio de riquezas naturais e históricas que não conhecia quando era criança.

"Tenho muita sorte de ter nascido onde nasci. Entre o Maranhão e o Piauí existem muitas diferenças na culinária e na paisagem e sempre me encantei muito com todos os lugares que passei. Morei em várias cidades no Maranhão e passava as minhas férias no interior do Piauí. Lá eu cresci de um jeito, fui abraçada pela cultura, dancei bumba-meu-boi, cacuriá na escola e muito reggae, banhava sempre nos rios, ia em casa de farinhada. Aqui eu sempre vivi uma experiência total com minha família, fazer bolo frito, alfenim, doce de leite, carne assada de criação, acompanhar a Semana Santa em Oeiras, se embrenhar nos interiores", comentou.

Desde o início de sua carreira, a tatuadora Jéssica Gomes contou que vem tatuando e interpretando o contorno do mapa do Nordeste, além das suas diversas características da fauna e flora.

"Eu fico muito feliz de poder marcar na pele do nosso povo esse calor que a gente carrega tanto na pele como no sangue", destacou.

Amor à distância

Para a auxiliar de serviços gerais Nadine Lemos, de 23 anos, a distância não é motivo para deixar de expressar o seu amor pelo Nordeste. Natural de Alto Longá, no Piauí, ela mora há três anos em Portugal e decidiu fazer uma homenagem à cultura nordestina tatuando mandacarus, cacto típico do sertão, com um chapéu de cangaceiro.

"Uma cultura muito presente e tem uma força muito grande sobre mim, não importa onde eu vá sempre estou falando do Nordeste, desse povo maravilhoso e trabalhador. Algum tempo que queria representar esse amor e orgulho que eu tenho de ser nordestina, e agora eternizei", contou.

O tatuador Jhey Black é teresinense e também mora em Portugal. Ele contou da emoção de retratar o amor pelo Nordeste na pele dos clientes.

"Toda vez que recebo no meu estúdio um cliente que quer marcar na pele o seu amor pelo Nordeste e pela cultura nordestina é muito gratificante. Tenho diversos amigos que fizeram mapa dos estados nordestinos, cacto, chapéu de couro. É sempre bom retratar essa temática, esse orgulho pelo nosso povo, que é lutador e de garra", disse.

Orgulho de ser nordestino

Há um ano, o otorrino Máriton Borges decidiu também manifestar o seu orgulho pelo Nordeste na pele. A tatuagem escolhida foi o mapa da região com o nome do Piauí.

"Eu queria algo que eu gostasse muito pra marcar na pele como primeira tatuagem. Sou apaixonado pelo Nordeste e por minha terra, daí veio a ideia", declarou.

A tatuadora Jessyca Martins contou que recebe em seu estúdio não somente nordestinos, mas também pessoas que não nasceram na região, mas que se identificam com a cultura.

"Os nordestinos são símbolos de força, de garra, de persistência. E registrar isso na pele das pessoas é mais do que uma tatuagem, é um símbolo de orgulho, de representatividade", disse.

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