Defesa de promotor divulga mensagens para provar que não houve agressão
26/06/2019 08h00Fonte Cidadeverde.com
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A defesa do promotor de Justiça Francisco de Jesus Lima protocolou, nesta terça-feira (25), a revogação das medidas protetivas deferidas pelo juiz da 1ª Vara da comarca de Piripiri, Antônio Oliveira, a favor da sua ex-companheira, Cristina Santos, pelo crime de violência doméstica.
O promotor chegou a pedir afastamento da função de coordenador do Núcleo de Promotorias de Justiça de Defesa da Mulher Vítima de Violência Doméstica e Familiar (NUPEVID) para se defender da acusação.
No pedido de revogação, a defesa do promotor destacou a publicação de vários prints de conversa envolvendo o promotor e a sua ex-companheira. A troca de mensagens entre os dois em alguns momentos possui tom erótico e de desejo mútuo. Em outros, o requerente insistia em terminar com a relação, contrariando a vontade da suposta vítima.
A defesa alegou que as razões fáticas aliadas aos prints demonstram "incompatibilidade com agressões que diz ter sofrido a suposta vítima, traduzindo-se em elementos suficientes, segundo a defesa técnica, para revogação das medidas protetivas deferidas, mas, por pedido pessoal do requerente, propugna-se por suas manutenções, pois para ele as medidas deferidas não afetam sua conduta, até porque os fatos narrados pela suposta vítima são inexistentes".
"A suposta vítima insistia para o requerente não abandoná-la, pois era por ele que ela tinha feito opção de relacionamento, sendo que este insistia pelo fim do relacionamento", destaca o documento. Quanto às fotos, serão entregues em juízo em envelope lacrado, afirma a defesa.
A defensa também fez uma espécie de linha cronológica da história do casal, desde o momento que se conheceram em Piripiri até o início dos problemas que levaram a separação dos dois, incluindo uma relação homoafetiva da susposta vítima e a sua gravidez. O filho não é do promotor Francisco de Jesus, mas aceitou normalmente a situação.
"Para elucidação dos fatos, em respeito às preferências sexuais, impõe-se traçar o início da relação entre os envolvidos, até como forma de demonstrar onde busca chegar a suposta vítima, para denegrir e macular a vida social e profissional do requerente,(promotor)", diz o documento.
O promotor e a ex-companheira tiveram uma relação de aproximadamente dois anos, "cujos encontros deixaram de ser frequentes quanto este deixou de responder pela cidade de Piripiri", município no qual eles se conheceram.
Entre idas e vindas da relação, o casal se encontrava esporadicamente, mas já estavam separados há uns seis meses quando Cristina Santos o procurou para auxiliá-la em um pagamento de seguro do seu carro; momento esse que a assumiu a gravidez revelando o suposto pai.
Após essa procura, "o requerente se predispôs a auxiliar no limite de suas possibilidades, onde se reaproximaram e voltaram a se encontrar, numa relação sadia, onde a suposta vítima chegou a participar de eventos na companhia do requerente", revela a defesa.
Liberação de senhas
Em um momento da relação, "por mútuo acordo, traçaram planos, dentre eles a suposta vítima propôs a liberação da senha dos celulares, aceito pelo requerente, pois, segundo ela, iniciava-se um novo ciclo! Mas foi aí, que o aplicativo WhatsApp, rapidamente transformou o mel em fel", segundo consta no documento da defesa.
Em junho deste ano, o requerente dormiu na casa da suposta vítima. "Quando o requerente acordou, a suposta vítima já tinha feito backup de todas suas conversas, fotos, vídeos e prints do WhatsApp, lá encontrou conversas de outros relacionamentos passados e atuais, aí passou cobrar ciúmes e transferiu do celular dela áudio pessoal dela e do pai da criança para o celular do requerente e jogou no grupo de promotores, não se sabe com que propósito", afirma a defesa.
"O bom senso não levaria o referido áudio ter partido do requerente, muito embora partisse do seu celular, pois se tratava de conversas privadas, trocas e juras de amor entre eles, falando dos encontros, passeios, viagens, aniversários! Como o requerente teria acesso a tão íntimas conversas em seu celular", destaca o documento.
Após essa situação, como a suposta vítima estava grávida, o requerente enviou mensagens de texto via WhatsApp para o pai da criança, contando-lhe a situação, para "assim a suposta vítima dele fosse cobrar lealdade, tudo a ela notificado e em sua presença, sem lhe dirigir quaisquer palavras desabonadora, buscando sair da relação e por um fim na incomoda relação".
Revanchismo
O "respeito às preferência sexuais" citado no início do documento se refere a ex-companheira do promotor que, na época em que eles se conheceram, estava envolvida com uma mulher, que, segundo o documento, hoje, são aliadas e distorcem a realidade dos fatos.
"Neste contexto fático, percebe-se que a denunciante, aliada à sua companheira, buscam, por revanche, macular a vida social e profissional do requerente, tudo por capricho pessoal, face à insatisfação daquela em ter descobertos relacionamentos outros do requerente, embora a tenha acolhido e não hesitou em prestar o apoio que esta solicitou.", fala o documento da defesa.
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