Delegacia que teve fuga por buraco de sanitário tem o dobro da capacidade

02/10/2015 08h53


Fonte G1 PI

Sindicato dos Policiais Civis (Sinpolpi) mostra presos da Central de Flagrantes de Teresina reclamando da superlotação na unidade. Com capacidade para 20 pessoas, a delegacia mantém mais do que o dobro: 46 presos. Na madrugada desta quinta-feira (1º), 15 fugiram do local depois que arrancaram o vaso sanitário de uma das celas, cavaram um túnel e tiveram acesso à área externa.

Imagem: Catarina Costa/G1Clique para ampliarDiretor do Sinpolpi reclamou da estrutura da Central de Flagrantes de Teresina.(Imagem:Catarina Costa/G1)Diretor do Sinpolpi reclamou da estrutura da Central de Flagrantes de Teresina.

Até as 13h, a polícia só tinha conseguido recapturar seis fugitivos. Waldir Bezerra, diretor do Sinpolpi, criticou a custódia de presos na Central de Flagrantes. Segundo ele, a unidade não tem estrutura para manter presos por muito tempo.

Nas imagens é possível ver os presos amontoados e reclamando das condições do local.

"A Central de Flagrantes hoje é um caldeirão de pessoas que deveriam ser recolhidas para o sistema prisional. Só este ano registramos um recorde de lotação de 95 presos na unidade. É um absurdo! O problema não está na polícia, porque vamos continuar prendendo, mas na falta de planejamento do governo estadual, que não abriu mais presídios", declarou. Waldir Bezerra afirma que a unidade deveria servir apenas para passagem de pessoas presas em flagrante, mas nos últimos meses tem permanecido com detentos durante muito tempo.

Como solução, o sindicato sugere a descentralização da unidade e o reformulação no horário das audiências de custódia.

"Não tem como esse local atender toda a demanda de Teresina. O estado não consegue dar o atendimento de qualidade aos policiais que levam presos à Central porque o local tem que parar para cuidar da custódia dos detentos. É preciso criar outras unidades em cada zona da cidade e as audiências de custódia funcionarem integralmente, inclusive fim de semana quando registramos maior número de prisões", disse.

Riedel Batista, delegado geral de Polícia Civil, falou que a Secretaria de Justiça tem sim liberado vagas no sistema prisional e que as audiências de custódia vêm contribuindo para isso, mas destacou que as polícias estão trabalhando de forma intensiva culminando no grande número de prisões em flagrante.

Sobre a estrutura da Central de Flagrantes, a Secretaria de Segurança não se posicionou.

Superlotação

Em abril, a Central de Flagrantes de Teresina bateu recorde de lotação. Com capacidade para receber 20 presos, a estrutura chegou a custodiar 95 presos. Sem espaço nas celas, muitos detentos foram colocados no corredor da unidade.

Na ocasião, o secretário de Segurança Pública Fábio Abreu, anunciou que os presos da unidade seriam transferidos para os presídios do estado. Na tentativa de resolver o problema da superlotação, o juiz Luiz de Moura Correia, da Central de Inquéritos da Comarca de Teresina, chegou a determinar a interdição das celas da Central de Flagrantes da capital e a transferência dos presos custodiados no local no prazo de 48 horas.

Imagem: Reprodução/SinpolpiCentral de Flagrantes de Teresina chegou a registrar 95 presos.(Imagem: Reprodução/Sinpolpi)Central de Flagrantes de Teresina chegou a registrar 95 presos.

Em setembro, a Central voltou a registrar 65 presos e como medida a Secretaria de Segurança implantou as audiências de custódia pelo Tribunal de Justiça do Piauí. Para o Sinpolpi, o sistema poderia ter resolvido o problema, mas mesmo assim a superlotação na Central de Flagrantes ainda persiste.

O Tribunal de Justiça do Piauí informou que pretende ampliar as audiências de custódia para os fins de semana.

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Tópicos: presos, flagrantes, detentos