Dia do PiauÃ: piauiensidade e os movimentos pela independência do estado
19/10/2024 09h33Fonte ClubeNews
Imagem: Jonas Carvalho/ Portal ClubeNewsBandeira do Piauí
O Piauí comemora 202 anos de independência de Portugal, neste sábado (19). A data celebra um marco na formação da identidade do estado. No entanto, feitos históricos, como a Batalha do Jenipapo, ainda são pouco conhecidos. A desvalorização da história regional nos currículos enfraquece o reconhecimento de lutas, que moldaram a “piauiensidade” e a construção do orgulho local.
Segundo o professor de História, Flávio Coelho, o movimento de independência do Piauí começou com o ato heroico realizado na Vila de Parnaíba, no litoral do estado. A Câmara Municipal da Vila, em reconhecimento à independência do Brasil no dia 7 de setembro, assinou a adesão do estado ao movimento nacional.
A manifestação política representou o ideal de liberdade, que intensificou ainda mais o repúdio ao domínio português sobre as terras piauienses. Como continuação dos esforços dos parnaibanos, essa assinatura impulsionou outros movimentos revolucionários que fortaleceram a construção da piauiensidade, como a Batalha do Jenipapo.
Formação da identidade piauiense e apego às terras
De acordo com o professor Flávio Coelho, a Batalha do Jenipapo deve ser lembrada como o ponto de partida para a construção da “piauiensidade” após a declaração da independência, quando os piauienses começaram a se entender como donos e a expulsar os portugueses de suas terras.
“Tivemos pessoas morrendo em seu solo sagrado, em sua terra, em seu torrão. Para nós aqui do Piauí, temos uma relação umbilical e muito íntima com o local onde nascemos. Então, começamos [a ser piauienses] ali com a continuação das lutas pela independência em Campo Maior”, disse.
Imagem: DivulgaçãoProfessor Flávio Coelho
Desvalorização da história e cultura piauiense
Flávio Coelho explica que a desvalorização da história do Piauí ocorre quando assuntos didáticos relacionados ao tema deixam de ser abordados em provas e vestibulares. Embora alguns tópicos ainda sejam cobrados nas salas de aula do estado, vestibulares nacionais deixaram de contemplar a história piauiense.
“Por exemplo, a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não contempla a história, geografia, literatura ou arte do Piauí. Quando existiam os vestibulares feitos pela Universidade Estadual do Piauí, esses conteúdos eram cobrados. Desde o novo Enem, a partir de 2009, o interesse pelo ensino regional diminuiu”, apontou.
O professor reforça que a importância de ser redundante ao falar sobre a história do Piauí está em valorizar eventos e figuras históricas, que muitas vezes são esquecidos ou subestimados, tanto no cenário educacional quanto cultural.
“Ter essa narrativa repetida, sobre a importância das lutas da independência piauiense, e lembrar que aqui houve derramamento de sangue e heróis entre homens, mulheres e crianças, é uma forma de valorizar não só nossa história, mas também nossa identidade”, concluiu.
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