Dono de supermercado é condenado por estupros, importunação e assédio sexual contra funcionárias

08/11/2023 11h01


Fonte G1 PI

Imagem: Ilanna Serena/g1Tribunal de Justiça do Piauí(Imagem:Ilanna Serena/g1)Tribunal de Justiça do Piauí

Francisco das Chagas Silva Machado, mais conhecido como Chico Machado, foi condenado a 28 anos de detenção por estupro, tentativa de estupro, importunação sexual e três crimes de assédio sexual contra cinco funcionárias do supermercado do qual ele é proprietário em Piripiri, 166 km ao Norte de Teresina.

O irmão dele, José Maria de Carvalho Silva, que trabalha no supermercado, também foi condenado. Ele deverá cumprir 11 anos e 4 meses de detenção por quatro crimes de assédio sexual. As condenações foram fruto de ação conjunta, julgada pelo juiz Antônio Oliveira, da 1ª Vara da Comarca de Piripiri, na segunda-feira (6).

Procurados pelo g1, os irmãos não foram encontrados para se manifestar.

Ao todo, seis mulheres foram vítimas dos crimes, duas delas foram vitimadas pelos dois réus, segundo a denúncia do Ministério Público do Piauí (MPPI). Os crimes aconteceram entre os anos de 2014 e 2021.

Na condenação, o juiz determinou que os réus deverão pagar indenização às vítimas. Francisco Machado deverá pagar 26 salários mínimos a quatro vítimas e José Silva deverá pagar 12 salários mínimos a quatro vítimas.

Os réus encontram-se atualmente em liberdade condicional, sob medidas cautelares, mantidas pelo magistrado. Por se tratar de uma decisão em 1ª instância, os homens poderão apelar e o juiz concedeu a eles o direito de recorrer em liberdade.

Estupro em depósito

Uma das vítimas contou ter sido estuprada no depósito do supermercado. Segundo ela, Chico Machado ligou ordenando que ela fosse ao local, fora do horário de trabalho, conferir uma carga de mercadoria.

A vítima relatou que negou, a princípio, mas, depois, devido à insistência, foi ao local. Conforme o relato, era noite, a rua estava deserta e estava chovendo um pouco. O patrão mandou que ela colocasse seu veículo dentro do depósito, ela negou, mas ele mesmo guardou o veículo.

Ainda segundo a vítima, o homem afirmou que seria “algo rápido”. “[Ela] relatou que ficou muito apreensiva ao ver o réu fechando o portão do depósito e cobrindo a câmera de segurança com um tapete”, cita a decisão judicial.

“Após, o réu a agarrou por trás e passou a rasgar suas roupas, mesmo a vítima chorando e implorando que ele parasse. Ele tapou sua boca com as mãos e consumou o crime de estupro. Ato contínuo, ainda colocou uma quantia em dinheiro no sutiã da vítima, que largou o dinheiro no local e saiu aos prantos”, diz o relato.

Tentativa de estupro durante o expediente

A mesma vítima disse que uma semana após o estupro, durante o expediente, o patrão a chamou no depósito e os outros funcionários saíram do local, deixando os dois a sós.

Chico Machado teria puxado ela pelo braço e passado a agarrá-la, afirmando que não parava de pensar nela e que a desejava. Momento em que ela teria passado a gritar, desesperadamente, por socorro.

Contudo, apesar de haver outros funcionários na área externa, ninguém prestou auxílio a ela. A vítima afirmou que o patrão só não conseguiu estuprá-la porque ela mordeu o braço dele e conseguiu fugir do local.

Importunação e assédios sexuais

Outra vítima contou que em menos de 30 dias após sua contratação ela foi chamada pelo dono do supermercado, que ofertou a ela a possibilidade dela mudar de cargo, “fez perguntas íntimas sobre seu relacionamento e colocou-se à sua disposição, oferecendo, inclusive, uma motocicleta, caso precisasse”.

A vítima relatou que estranhou as ofertas e as recusou. Ela disse ainda que, em outra ocasião, estrava trabalhando no escritório com o patrão quando ele a levou para outra sala, dizendo que era “mais segura”, para ela organizar os envelopes de pagamento.

“Ao chegar à sala, o réu ficou irritado, pois não encontrava chave para trancar a porta. Na sequência, após a vítima tentar fugir do local, ele a puxou pelo braço e insistiu que ela o abraçasse e mesmo diante das negativas da vítima, o réu continuou tentando puxá-la, até que ela saiu da sala”, diz a decisão.

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